Novo Jeep Compass: 5 coisas que queríamos que mudasse no SUV
Não é exagero dizer que o Jeep Compass é um dos carros mais importantes lançados no Brasil nos últimos cinco anos. Afinal, sua chegada estabeleceu novos padrões para o mercado de SUVs, mostrando que existe demanda por modelos maiores que um Honda HR-V, Jeep Renegade, VW T-Cross, Chevrolet Tracker, Nissan Kicks ou Hyundai Creta.
Enquanto as concorrentes povoavam até a saturação o segmento de SUVs compactos, o Compass passou a reinar sozinho desde setembro de 2016 no andar de cima, sendo o único produto nacional de porte compacto-médio brigando com uma série de rivais importados.
Mudanças na dianteira do Compass serão sutis
Só em 2021, cinco anos depois, as primeiras concorrentes despertaram para esse nicho ainda pouco explorado: a Toyota, com o recém-chegado Corolla Cross, e a Volkswagen, com o Taos.
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Antecipando-se a isso, a Stellantis deve apresentar no começo de abril o facelift do Compass brasileiro. Como a Mobiauto adiantou em novembro, o modelo receberá mudanças visuais sutis por fora, porém com uma forte reformulação dentro da cabine, além da estreia do motor 1.3 turboflex de 180 cv e a recalibração do propulsor 2.0 turbodiesel para mais de 200 cv.
Novos para-choques devem deixar o Compass levemente mais comprido
Se as atualizações serão suficientes para mantê-lo soberano, só o tempo dirá. De qualquer forma, resolvemos fazer um exercício e apontar cinco elementos ou detalhes do projeto que a Stellantis não apenas deveria, como precisa ajustar neste facelift.
Será que nossas expectativas serão cumpridas? Veja a “lista de desejos” e diga nos comentários o que mais você gostaria que mudasse no novo Compass em relação ao atual.
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Traseira vai mudar menos ainda
Maior eficiência em consumo
Talvez uma das características do Compass que mais incomodem seus proprietários seja o elevado consumo de combustível da configuração 2.0 Tigershark flex. Também pudera: além de o motor, com seus bons 166 cv de potência, ser cria antiga da casa, é responsável por empurrar um SUV com cerca de 1.550 kg, até 150 kg a mais que um Corolla Cross XRE 2.0.
Resultado: no programa de etiquetagem veicular do Inmetro, o Compass registra 6,1 e 7,5 km/l com etanol, respectivamente nos ciclos urbano e rodoviário, sendo 8,8 e 10,8 km/l quando abastecido com gasolina. Como comparação, o Corolla Cross 2.0 flex alcança 8 e 9 km/l bebendo o combustível vegetal, sendo 11,5 e 12,8 km/l com o derivado do petróleo.
Motor 2.0 Tigershark do Compass atual
A estreia da usina GSE T4, um quatro-cilindros turbo com 16 válvulas (quatro por cilindro), injeção direta e sistema MultiAir, que proporciona uma variação inteligente do tempo e da amplitude da abertura das válvulas de admissão, deve resolver essa questão, tornando o Compass flex bem mais eficiente.
Ao mesmo tempo, sua potência subirá de 159 cv com gasolina para 180 cv e o torque, de 19,9 para 27,5 kgfm. Se o combustível for o etanol, os valores devem aumentar de 166 cv e 20,5 kgfm para cerca de 185 cv e 28 kgfm.
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Porta-malas maior
Porta-malas do Jeep é o menor da categoria e precisa crescer
Com os atuais 410 litros de capacidade, o Compass tem um porta-malas menor que os 440 litros do Corolla Cross e bem menor do que os 498 litros que serão oferecidos pelo VW Taos. O volume, inclusive, é menor que os 437 l de um Honda HR-V, os 432 l de um Nissan Kicks e e os 431 l de um Hyundai Creta, SUVs do segmento compacto.
Em outros mercados, o bagageiro do Jeep chega a 438 litros. A ver se a Stellantis vai aproveitar a oportunidade para rearranjar o espaço do compartimento e fazer esse número aumentar também no Brasil, assim como fez no passado com o Renegade.
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Central multimídia e GPS com menos bugs
Central do Compass será totalmente nova, mas resolverá de vez os velhos problemas?
Já virou uma espécie de tradição esperar que a central multimídia dos modelos da antiga FCA, atual Stellantis, apresente problemas após pouco tempo de uso. Travamentos e apagões de tela, sensibilidade ao toque comprometida e imprecisão de localização nos sistemas de navegação online projetados via Android Auto ou Apple CarPlay são os mais recorrentes.
Modelos com a versão mais antiga do sistema UConnect, como Fiat Argo, Cronos e Toro, além do próprio Compass e do Renegade, costumam apresentar todas essas falhas em frequência praticamente simultânea. Já a nova Fiat Strada, munida de uma nova geração da central, parece ter dirimido quase todas, com exceção ao persistente problema de localização do GPS.
O novo Compass ganhará um multimídia ainda mais moderno que o da Strada, com projeção de celulares Android e Apple sem fio, uma melhor resolução de tela e maior velocidade de funcionamento. Tudo isso em uma telona de 10,25 polegadas ao estilo flutuante, destacada do painel. A ver se desta vez todos os fantasmas desaparecem.
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Fim das falhas no sistema elétricos e start-stop
Painel do novo Compass mostra como mudanças internas serão mais profundas
Outros defeitos dos quais donos de Fiat e Jeep costumam reclamar corriqueiramente estão relacionados à parte elétrica e ao sistema start-stop dos veículos. Isso inclui o atual Compass.
No caso do conjunto elétrico, não é incomum ver relatos de falhas em chicotes ligados a travas das portas, central multimídia, ar-condicionado, vidros etc, e que acabam gerando uma pane generalizada de todo o sistema elétrico. Como consequência, luzes internas e externas podem deixar de funcionar, o alarme pode fica maluco e o veículo pode até parar de dar partida.
Em relação ao start-stop, o sistema é igualmente temperamental e funciona quando quer, assim como o do Fiat Argo. Em casos mais graves, o erro leva o veículo a entrar em modo de proteção da bateria ou a desligar sozinho em movimento. Esperamos muito que tais problemas sejam extinguidos pela fabricante na reestilização.
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Ar-condicionado mais simples e menos problemático
Comandos de ar-condicionado do novo Compass
Leva um certo tempo até entender a miscelânea de botões, seletores e ilustrações do ar-condicionado do Compass. Com a reestilização apresentada na China, já sabemos que os comandos do sistema serão todos trocados e tendem a ficar mais organizados no console.
Mas o que queríamos que acabasse mesmo são as reclamações de falha no funcionamento do sistema, incluindo alguns casos mais crônicos de vazamento de água para dentro do painel e da cabine, gerando problemas como mofo, mau cheiro e... a já mencionada pane elétrica.
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