Carro automático: vantagens e desvantagens do conversor de torque

Veja prós e contras do câmbio automático epicíclico, cada vez mais presente nos veículos de passeio vendidos no Brasil
JC
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29.03.2021 às 11:44
Veja prós e contras do câmbio automático epicíclico, cada vez mais presente nos veículos de passeio vendidos no Brasil

Por Guilherme Silva

O câmbio automático está presente na maioria dos carros novos vendidos no Brasil, mas muita gente ainda tem dúvidas sobre o seu funcionamento e manutenção. Embora o conceito seja o mesmo, existem diferentes tipos de transmissão que dispensam a embreagem e a interferência do motorista na hora de trocar as marchas.

O mais comum é o câmbio epicíclico, composto por um complexo arranjo de engrenagens planetárias e um conversor de torque hidráulico, que executa papel semelhante ao da embreagem para transmitir a força do motor para a transmissão. Uma central eletrônica define as trocas de marchas de acordo com a rotação do motor e a velocidade do veículo.

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As transmissões automáticas com conversor de torque têm funcionamento mais voltado ao conforto, com trocas mais lentas e suaves que as das caixas automatizadas de dupla embreagem. Por outro lado, são em geral mais robustas e duráveis. 

Como não possuem pedal da embreagem nem troca manual das marchas – em alguns casos, há uma função na própria manopla ou borboletas atrás do volante para trocas sequenciais –, os carros automáticos possuem comandos bem mais simples, identificados na alavanca por letras. Elas podem variar de modelo para modelo, mas as mais comuns são:

  • P (Park): usada somente para estacionar o veículo, uma vez que bloqueia a transmissão;
  • R (Reverse): é a marcha à ré, acionada em manobras;
  • N (Neutro): é o ponto morto do câmbio automático;
  • D (Drive): aplica a primeira marcha e movimenta o veículo para frente, executando também as trocas de marchas;
  • L (Low): marcha de maior força, indicada para subidas íngremes com o veículo carregado ou para aproveitar mais o freio-motor em descidas.

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Algumas caixas automáticas ainda possuem as funções S (Sport), que estica as marchas para priorizar o desempenho numa condução mais esportiva, e M (manual), que permite ao condutor fazer trocas ascendentes (+) ou descendentes (-) na própria alavanca ou em aletas no volante, conforme já explicado. 

Há ainda câmbios automáticos com números, que definem a marcha limite de operação. Por exemplo: se o motorista colocar a alavanca no número 2, a transmissão vai trabalhar apenas até a segunda marcha. Essa função é utilizada em situações que exigem mais força do veículo, como reboques e atoleiros (no caso de picapes e utilitários), ou para otimizar o freio-motor.

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Veja prós e contras do câmbio automático epicíclico, cada vez mais presente nos veículos de passeio vendidos no Brasil

Vantagens do câmbio automático

- Conforto: o motorista não precisa se preocupar em pisar na embreagem nem trocar as marchas na alavanca, pois o câmbio faz isso sozinho. Isso contribui para reduzir o cansaço do condutor, principalmente em congestionamentos.

- Funcionamento mais suave: os carros com câmbio manual estão sujeitos a trancos a cada troca de marcha. No caso dos automáticos, a transmissão realiza mudanças de maneira mais suave e precisa, favorecendo o conforto dos ocupantes. De quebra, ele costuma fazer o motor operar a rotações mais baixas que um CVT nas arrancadas, fazendo o motor “berrar” menos.

- Durabilidade: os câmbios automáticos são feitos para funcionar da maneira mais eficiente possível. Isso contribui para a durabilidade dos componentes, uma vez que o sistema opera dentro de parâmetros definidos pelo fabricante - vale lembrar que o modo como o motorista dirige também influencia.

Ele costuma ser mais durável que uma caixa automatizada, ao mesmo tempo em que suporta cargas maiores de torque que um CVT. Por isso é costumeiramente usado por picapes médias e grandes, seja com motor a gasolina, flex ou diesel.

Um câmbio automático epicíclico tem vida útil de, pelo menos, 100 mil quilômetros, prazo que pode ser estendido por muito mais quilômetros se o motorista respeitar os prazos de manutenção (revisão, troca de fluido) especificados pelo fabricante.

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Veja prós e contras do câmbio automático epicíclico, cada vez mais presente nos veículos de passeio vendidos no Brasil

Desvantagens do câmbio automático

- Maior valor de compra: embora o câmbio automático tenha se popularizado nos últimos anos, ele ainda é mais caro (às vezes a diferença passa de R$ 5.000) quando comparado com a transmissão manual do mesmo modelo de veículo. É, inclusive, mais caro que caixas CVT e automatizados de dupla embreagem com caixa seca.

- Maior consumo de combustível: por ser mais pesado e exigir maior força do motor que a transmissão manual, o câmbio automático afeta o consumo do veículo, inclusive em relação a caixas do tipo continuamente variáveis. No entanto, caixas mais modernas combinadas a motores mais eficientes já são capazes de atingir médias de consumo próximas às do câmbio manual. 

- Maior custo de manutenção: embora sejam confiáveis e não demandem substituição de componentes por desgaste natural, como a embreagem das caixas manuais, os câmbios automáticos são consideravelmente mais caros na hora de fazer a manutenção. 

Por conta de tecnologias mais complexas, as transmissões com conversor de torque demandam profissionais preparados e oficinas bem equipadas para fazer qualquer reparo. Isso torna os custos mais caros do que caixas manuais e também CVT ou automatizadas.

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Carros que possuem câmbio automático epicíclico:

Veja prós e contras do câmbio automático epicíclico, cada vez mais presente nos veículos de passeio vendidos no Brasil

Chevrolet Onix, Onix Plus, Tracker, S10 e Trailblazer
Hyundai HB20, HB20S, HB20X e Creta
Fiat Argo, Cronos e Toro
VW Gol, Polo, Virtus, Nivus, T-Cross, Jetta 250 TSI, Taos e Amarok
Jeep Renegade e Compass
Toyota Hilux e SW4
Ford Ranger
Nissan Frontier

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