Por que o Jeep Compass turbo ficou mais econômico e a Toro turbo não

Características de SUV e picape e diferenças nos motores de seus antecessores: por que o Compass T270 evoluiu em consumo e a Toro Turbo 270 piorou
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28.04.2021 às 10:00
Características de SUV e picape e diferenças nos motores de seus antecessores: por que o Compass T270 evoluiu em consumo e a Toro Turbo 270 piorou

Uma das prioridades do grupo Stellantis ao lançar no mercado o Jeep Compass 2022, na manhã desta quarta-feira (28), foi ressaltar que o SUV ficou mais econômico com o motor 1.3 GSE turboflex, batizado nem com a sigla T270, do que era com o velho 2.0 Tigershark naturalmente aspirado.

O desejo de ressaltar a melhora em consumo se deu após a Fiat Toro 2022 equipada com o mesmo trem de força surpreender no Programa de Etiquetagem Veicular do Inmetro surpreenderem, mas não no sentido que a fabricante esperava: ela apresentou resultados piores que os da versão Endurance empurrada pelo velho 1.8 E.torQ naturalmente aspirado.

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Características de SUV e picape e diferenças nos motores de seus antecessores: por que o Compass T270 evoluiu em consumo e a Toro Turbo 270 piorou

No caso do Compass 2022, para alívio da Stellantis, os números das quatro versões Turbo 270 flex se mostraram melhores que os da configuração 2.0 flex da linha 2021. 

Vale lembrar que, enquanto o SUV renovado obteve três números distintos nas provas do Inmetro, de acordo com a versão, o antecessor possuía uma única média válida para todas as opções de acabamento com motorização flex. Até a linha 2021, o Compass flex apresentava os seguintes resultados em consumo:

Compass 2.0 flex
Ciclo urbano: 8,8 km/l (gasolina) / 6,1 km/l (etanol)
Ciclo estrada: 10,8 km/l (gasolina) / 7,5 km/l (etanol)

Agora, os números para cada versão do Compass 2022 T270 flex são estes:

Compass Sport T270 flex
Ciclo urbano: 10,5 km/l (gasolina) / 7,4 km/l (etanol)
Ciclo estrada: 12,1 km/l (gasolina) / 8,7 km/l (etanol)

Compass Longitude T270 flex
Ciclo urbano: 10,3 km/l (gasolina) / 7,1 km/l (etanol)
Ciclo estrada: 11,9 km/l (gasolina) / 8,6 km/l (etanol)

Compass Limited e S T270 flex
Ciclo urbano: 10,2 km/l (gasolina) / 7,2 km/l (etanol)
Ciclo estrada: 11,7 km/l (gasolina) / 8,3 km/l (etanol)

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Características de SUV e picape e diferenças nos motores de seus antecessores: por que o Compass T270 evoluiu em consumo e a Toro Turbo 270 piorou

A maior diferença absoluta e percentual está na versão de entrada, Sport. Por ser a mais barata, ela possui menos equipamentos e é mais leve que as demais (são 1.504 kg contra 1.585 kg da Longitude e 1.589 kg de Limited e S). Por isso mesmo, seus índices são superiores.

Em relação ao velho Compass Tigershark, a versão Sport T270 apresenta uma evolução de 19,3% no consumo com gasolina na cidade, sendo 12% com gasolina em rodovia, 21,3% com etanol na cidade e 16% com etanol em rodovia.

No caso da versão Longitude T270, a melhora foi de 17%, 10,2%, 16,4% e 15,7%, respectivamente, na comparação com o antigo Compass 2.0 aspirado. Para as novas configurações Limited e S turboflex, o ganho respectivo foi de 15,9%, 8,3%, 18% e 10,7% nas quatro simulações de uso. 

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Com o resultado, o Compass flex 2022 pulou da nota D para a C no programa geral de etiquetagem, e de C a para A em sua categoria, “Utilitário Esportivo Grande” (o Inmetro não categoriza nenhum SUV como médio, apenas como compacto ou grande). 

Ao mesmo tempo, o engenhoso propulsor 1.3 GSE T4, com 180/185 cv de potência (gasolina/etanol) e 27,5 kgfm de torque (qualquer combustível), deixou o SUV mais esperto nas acelerações do que o antigo 2.0 aspirado de 159/166 cv e 19,9/20,5 kgfm, embora as diferenças não sejam tão grandes quanto as da Toro Turbo 270 em relação à 1.8 E.torQ. Veja os números:

Compass T270 2022 – 0 a 100 km/h
Sport: 8,9 s (G) e 8,8 s (E)
Longitude: 9,7 s (G) e 9,3 s (E)
Limited e S: 9,8 s (G) e 9,4 s (E)

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Características de SUV e picape e diferenças nos motores de seus antecessores: por que o Compass T270 evoluiu em consumo e a Toro Turbo 270 piorou

O antigo Compass 2.0 flex apresentava uma aceleração oficial de 0 a 100 km/h em 10,9 segundos com gasolina ou 10,6 segundos com etanol, independentemente da versão. Isso significa que o novo Compass Sport é 18,3% e 17% mais rápido na mesma prova, respectivamente; o Longitude, 11% e 12,3%; já o Limited e o estreante S, 10,1% e 11,3%.

No caso da Toro 2022, a aceleração de 0 a 100 km/h melhorou em até 35% na versão Endurance quando utilizado o propulsor 1.3 turbo em vez do 1.8. Porém, como já mencionamos, o consumo de combustível piorou em três das quatro simulações do Inmetro, sendo melhor (e por pouquíssima margem) apenas em uso urbano com gasolina.

O que explica o fato de esse mesmo motor ter tornado o SUV mais econômico e a picape não? Basicamente são dois fatores:

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1. Um é SUV, a outra é picape

Características de SUV e picape e diferenças nos motores de seus antecessores: por que o Compass T270 evoluiu em consumo e a Toro Turbo 270 piorou

O Compass é um SUV e a Toro, uma picape. Por trás dessa sentença elementar está o conceito das carrocerias. Um utilitário esportivo sempre terá um arrasto aerodinâmico inferior ao de um hatch ou sedan, mas na comparação com uma picape, acredite, a tendência é que os utilitários esportivos sejam sempre mais eficientes nesse quesito.

Não apenas a Toro é mais comprida, alta e larga do que o Compass: ela é mais pesada em todas as versões (são quase 150 kg de diferença se compararmos as versões de entrada de ambos) e a presença da caçamba na traseira torna a passagem do ar mais turbulenta, porque ele “bate” no caixote da caçamba sem nenhuma fluidez.

Para um motor de baixa capacidade cúbica, por mais que tenha auxílio de turbo, injeção direta de combustível e controle variável inteligente das válvulas, será mais trabalhoso empurrar um veículo com tais características do que um SUV mais compacto e bem resolvido aerodinamicamente. 

Não é à toa que a Toro Endurance Turbo 270 registra médias mais baixas que as do Compass T270 no Inmetro. Na versão Endurance, a mais leve e econômica, a picape alcança 9,7/6,6 km/l em uso urbano (gasolina/etanol) e 10,7/7,9 km/l no ciclo rodoviário. Já o Compass Sport faz 10,5/7,4 km/l e 12,1/8,7 km/l, respectivamente. 

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2. Um é 2.0, o outro é 1.8

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Enquanto a antiga Toro flex usava o motor E.torQ de 1,8 litro, o Compass flex era empurrado pelo Tigershark de 2 litros. Parece bobagem, mas faz toda a diferença nesta análise, porque na prática o 1.8 é bem mais eficiente e econômico que o 2.0. E isso muda as bases de comparação dos dois modelos.

Para ilustrarmos melhor, vale o raciocínio: a Toro 1.3 turboflex perde para o Compass com motorização idêntica nas provas de consumo do Inmetro. É o resultado prático de toda a influência aerodinâmica, de porte e de peso citados acima.

Ao mesmo tempo, a Toro 1.8 aspirada possui um resultado melhor que o do velho Compass 2.0 em todos os ciclos do programa de etiquetagem, mesmo sendo um veículo maior, mais pesado e aerodinamicamente inferior. Isso mostra o quanto o velho 2.0 Tigershark era ineficiente em termos de consumo. Compare os números:

Compass 2.0 flex 2021:
Ciclo urbano: 8,8 km/l (gasolina) / 6,1 km/l (etanol)
Ciclo estrada: 10,8 km/l (gasolina) / 7,5 km/l (etanol)

Toro Endurance 1.8 AT6 2022:
Ciclo urbano: 9,5 km/l (gasolina) / 6,7 km/l (etanol)
Ciclo estrada: 11,3 km/l (gasolina) / 8,1 km/l (etanol)

Características de SUV e picape e diferenças nos motores de seus antecessores: por que o Compass T270 evoluiu em consumo e a Toro Turbo 270 piorou

O que estamos tentando dizer é que o nível de comparação da Toro Turbo 270 flex era mais alto que o do Compass T270, por isso foi mais fácil para o SUV superar as médias de consumo de seu antecessor do que para a picape, mesmo que o ganho em desempenho não tenha sido tão elástico quanto o conquistado pela Toro.

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