Exclusivo: Renault Arkana E-Tech será SUV cupê híbrido anti-Corolla Cross

Rejeitado no passado, modelo virá importado em 2023 com motorização eletrificada para ajudar marca a recuperar prestígio no país
LF
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28.01.2022 às 09:00
Rejeitado no passado, modelo virá importado em 2023 com motorização eletrificada para ajudar marca a recuperar prestígio no país

A Renault anunciou no começo do ano passado um ciclo de investimentos de R$ 1,1 bilhão no Brasil, válido até o fim do primeiro semestre deste ano. No pacote estão as renovações de cinco produtos nacionais (novo Captur 1.3 turbo, Kwid 2023, nova Master, nova Oroch e Duster 1.3 turbo), além da chegada de dois novos elétricos (Zoe E-Tech e Kwid E-Tech).

Depois disso, o próximo plano da marca envolvendo novos modelos nacionais se iniciará só em 2024, com os lançamentos do projeto HJF (um SUV pequeno que será uma espécie de sucessor do Stepway, marcando a estreia da plataforma modular CMF-B e do motor 1.0 TCe), do SUV de sete lugares Bigster e, mais adiante, uma nova geração do próprio Duster.

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Rejeitado no passado, modelo virá importado em 2023 com motorização eletrificada para ajudar marca a recuperar prestígio no país

Até lá, será preciso preencher a lacuna de um ano e meio com produtos importados. A marca francesa aproveitará o ensejo para apostar forte em veículos eletrificados e de maior valor agregado, , começando pelo SUV 100% elétrico Mégane E-Tech, que chegará no final de 2022, conforme revelado em primeira mão pela Mobiauto.

No evento do novo Renault Kwid, executivos da marca já haviam adiantado que ela pretende apostar em SUVs posicionados em “segmentos onde ela ainda não atua”, sem entrar em detalhes. Assim mesmo, no plura, o que significa que o novo Mégane elétrico não será o único modelo nesse balaio. 

Nossa reportagem apurou que a empresa planeja trazer, em meados de 2023, o SUV cupê Arkana, importado da Coreia do Sul, em uma configuração híbrida a gasolina que também é conhecida como E-Tech. Sua meta será brigar, em especial, com as versões híbridas flex do Toyota Corolla Cross.

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Arkana: de nacional derivado do Duster a importado híbrido

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A relação do Arkana com o Brasil não vem de agora e é mais íntima do que imaginamos. Entre 2017 e 18, a divisão local da Renault estudou produzir o SUV cupê, à época conhecido apenas pelo código de projeto, LJC, em São José dos Pinhais (PR). Afinal, ele era derivado da plataforma B0 de Duster e Captur.

Com porte médio e estilo de BMW X4, seria uma boa aposta para encarar o Jeep Compass em um segmento ainda pouco explorado no país. Em agosto de 2018, o Arkana B0 foi lançado na Rússia, mas pouco depois a matriz desistiu de investir em sua fabricação no Brasil, em uma decisão que pode ser considerada um dos maiores erros estratégicos recentes da empresa.

Sem modelos nacionais inteiramente novos para apresentar até 2024, e tendo de se virar com a renovação de carros já envelhecidos, a Renault vem sofrendo uma enorme pressão de sua rede concessionária para lançar, o mais rápido possível, produtos novos e de maior tíquete médio.

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Neste cenário surgiu a ideia de enfim trazer o Arkana, agora importado e em uma inédita configuração híbrida, que permite uma tributação menor de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). Curiosamente, o Arkana E-Tech feito na Coreia do Sul e vendido na Europa ocidental não utiliza a matriz B0, mas sim a CMF-B. 

Entre-eixos (2.720 m), largura (1.820 m) e altura (1.576 mm) são idênticos, mas o comprimento é 2,5 cm maior, passando de 4.545 mm para 4.570 mm. Além disso, o interior é mais bem acabado e conta com uma central multimídia com tela maior, estilo tablet, e mais moderna.

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Motor híbrido é testado usando Clio como mula 

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O time local de engenharia da Renault já testa a motorização híbrida a ser usada pelo Arkana E-Tech em nosso mercado. No fim do ano passado, o canal Falando de Carro flagrou o protótipo de um Clio E-Tech rodando pelas proximidades da fábrica da empresa, na Região Metropolitana de Curitiba (PR). A imagem foi gentilmente cedida para este artigo.

Trata-se de uma mula para verificar o funcionamento do trem de força formado por um motor 1.6 quatro-cilindros 16V aspirado de ciclo Atkinson e outros dois elétricos (um gerador e um de tração). O propulsor a combustão rende 94 cv de potência e 15,1 kgfm de torque. Os elétricos, 69 cv e 20,9 kgfm.

A potência combinada chega a um pico de 145 cv, enquanto o torque máximo é o do motor elétrico de tração, visto que todas as acelerações e retomadas são feitos em modo 100% elétrico. Por isso, segundo a Renault, o Arkana E-Tech é capaz de rodar até 80% do tempo só com o motor elétrico em ambiente urbano, mesmo sem ser um híbrido plug-in.

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Nesse caso, o motor térmico opera como gerador para alimentar os elétricos, que também aproveitam a energia cinética dissipada nas frenagens regenerativas. Segundo nossas fontes, aliás, a usina deve beber apenas gasolina no Brasil, sem conversão para flex.

Apesar de o Arkana E-Tech não ter potência e torque tão abundantes assim, é mais forte do que o Corolla Cross Hybrid e vai de 0 a 100 km/h em 10,8 segundos, mais rápido do que os 12,1 segundos demandados pelo futuro rival da Toyota.

Além disso, por conta do uso quase constante do motor elétrico no tracionamento das rodas, o consumo oficial do Arkana E-Tech na Europa é de 20,8 km/l na cidade. Conseguirá o SUV cupê replicar ou até melhorar esses dados no Programa de Etiquetagem Veicular do Inmetro? Teremos que esperar até 2023 para descobrir...

Veja mais sobre o novo Arkana E-Tech em mais um vídeo do quadro O Que Vem Pra Pista:

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