Exclusivo: novo SUV Renault será assim e pode ressuscitar nome famoso

Destrinchamos o projeto HJF, que chega em 2024 com base de Sandero Stepway, mas sem aproveitar nenhum desses nomes, e multimídia que altera o “humor” do veículo
LF
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14.06.2022 às 11:00
Destrinchamos o projeto HJF, que chega em 2024 com base de Sandero Stepway, mas sem aproveitar nenhum desses nomes, e multimídia que altera o “humor” do veículo

Tentando reencontrar o caminho do sucesso no mercado brasileiro após patinar nos últimos anos, a Renault resolveu abandonar o segmento de hatches e sedans compactos. Sandero e Logan já não davam mais o retorno de outrora e, por isso, deixarão o mercado no máximo até o ano que vem.

Para o lugar deles, a marca já confirmou para 2024 (provavelmente no início do ano) o lançamento de um SUV, de porte menor que o Duster, a fim de rivalizar com Fiat Pulse e VW Nivus. Seu código interno de projeto é HJF e a fabricante já confirmou que ele marcará a estreia do motor 1.0 TCe três-cilindros turboflex em nosso país.

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Além disso, será construído a partir da matriz CMF-B e herdará boa parte da estrutura do atual Dacia Sandero Stepway europeu, da mesma forma que o Pulse faz com o Argo e o Nivus, com o Polo. Tanto que uma mula desse Sandero Stepway gringo foi flagrada em testes no Brasil nos últimos meses.

Durante um tempo, a Mobiauto chegou a chamá-lo de “novo Stepway”, numa inferência ao fato de o antigo Sandero Stepway ter sido emancipado pela Renault nos últimos anos, virando apenas Stepway, como se fosse um modelo independente do Sandero.

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Nem Sandero nem Stepway

Destrinchamos o projeto HJF, que chega em 2024 com base de Sandero Stepway, mas sem aproveitar nenhum desses nomes, e multimídia que altera o “humor” do veículo

Porém, nossa reportagem pode agora afirmar que tanto Sandero quanto Stepway são nomes totalmente descartados para o projeto. “São duas opções com valor residual já bem depreciado no mercado”, explicou um de nossos informantes.

No fim das contas, o projeto HJF pode ressuscitar uma alcunha famosa, Clio, abandonada em nosso mercado em 2016, quando o hatch então em sua terceira geração foi extinto e deu lugar ao Kwid. Segundo outra fonte, tal opção vem sendo “seriamente cogitada” pela Renault.

Vale lembrar que este novo Clio brasileiro não teria relação com o atual Clio de quinta geração vendido na Europa – exceto pelo compartilhamento da plataforma. Aliás, desde 2020 a Mobiauto vem apontando para esse desejo da marca francesa em ressuscitar o nome.

A estratégia faz sentido se analisarmos que, recentemente, a mesma Renault aproveitou Mégane e Scénic, outros dois nomes clássicos seus usados por automóveis de outros segmentos, para batizar SUVs. Mas, como dissemos, este martelo ainda não foi batido. Kardian e Ascalia, registrados pela marca no INPI nos últimos anos, são alternativas.

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Visual destrinchado

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Se o nome ainda é um mistério, o visual parece já definido. A Mobiauto apurou que este protótipo flagrado na Romênia, país de origem da Dacia – subsidiária da Renault que empresta a base para os modelos produzidos com insígnia da marca francesa no Brasil –, pertence ao projeto HJF, já com carroceria definitiva.

Com base nesse flagra, mais consulta com fontes,  o amigo Renato Aspromonte, do @overboostbr, preparou estas projeções exclusivas antecipando como deverá ser o modelo. Pelas imagens, vê-se que faróis e grade serão diferentes do Dacia Sandero Stepway, assim como lanternas, para-choques dianteiro e traseiro, e tampa do porta-malas.

Esta terá recortes mais retilíneos e caimento mais chapado, a fim de dar ao veículo o aspecto de SUV. Porém, toda a estampagem lateral será herdada do Dacia Sandero Stepway, assim como para-brisa, teto, colunas A, B e C, caixas de roda e até o capô, que manterá os vincos do irmão, porém com um recorte extra à frente para abrigar o novo logotipo da Renault.

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O conjunto óptico dianteiro virá dividido em dois níveis, com as luzes diurnas e seta acima, em guias de LED, em uma peça com degraus na base. Um gancho, prolongando o DRL, descerá pelo para-choque e se integrará com os faróis baixo e alto, que poderão ser halógenos ou Ecoled (diodos espelhados).

Já a grade será ampla, trapezoidal e com divisórias tipo cascata. Na traseira, as lanternas serão bipartidas, também terão guias de LED e formato similar ao do Clio V europeu, enquanto o nicho de placa ficará na porção de baixo da tampa do porta-malas, com direito a um “bigode” que deve trazer o nome do modelo, tal qual acontece com Duster e Captur.

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Dimensões

Por preservar boa parte da estrutura, o HJF terá dimensões muito parecidas com as do Dacia Sandero Stepway atual: comprimento perto de 4,10 metros, largura próxima a 1,85 m, quase 1,59 m de altura (contando as barras longitudinais de teto), pouco mais de 2,60 m de entre-eixos e porta-malas capaz de comportar aproximadamente 320 litros.

Como comparação, ele terá basicamente o mesmo comprimento do Fiat Pulse, porém com 8 cm a mais de entre-eixos, 7 cm extras de largura e 4 cm de ganho em altura. Em relação ao Nivus, a vantagem é de 9 cm em largura, 6 cm em altura e 4 cm na distância entre eixos. Por outro lado, o SUV cupê da Volkswagen é 16 cm mais comprido.

Painel de Sandero, multimídia de Clio

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Por dentro, o painel será exatamente o do Dacia Sandero Stepway, porém com o volante atual usado por Duster, Captur, Oroch, Sandero e Logan no Brasil, além de cluster digital. A central multimídia será totalmente destacada do painel, mas por aqui deve trazer uma tela maior, de 10”, incluindo Android Auto e Apple CarPlay sem fio, além do sistema MultiSense.

Esta interface, presente no Clio, permitirá alterar os modos de condução (incluindo respostas de acelerador e câmbio) e ambientação da própria tela de entretenimento e do quadro de instrumentos digital, com pelo menos três opções: MySense (intermediária), Sport e Eco.

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Motor turbo com cerca de 120 cv

Sob o capô, o HJF trará sempre o motor 1.0 TCe turboflex com três cilindros, 12 válvulas e injeção direta de combustível. Renderá pelo menos 120 cv de potência e cerca de 20 kgfm de torque. O câmbio será CVT com simulação de marchas.

Vale observar que os compactos da plataforma CMF-B, como o Clio de quinta geração, permitem a aplicação do propulsor 1.3 TCe de 162/170 cv e 27,5 kgfm usado por Duster, Captur e Oroch. Quem sabe isso não possibilite a criação de uma versão esportiva para rivalizar com o Pulse Abarth.

A produção do HJF será em São José dos Pinhais (PR) e, segundo nossos informantes, começará já no segundo semestre de 2023 em regime pré-série, a fim de ajustar as linhas para começar a fabricação em massa e lançamento ainda no primeiro trimestre de 2024.

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