Exclusivo: Renault Duster terá futuro só turbo e isso é ruim para o Captur

Marca errou ao lançar dois SUVs em um mesmo segmento e só um deles vai sobreviver, mesmo que defasado em relação ao homônimo europeu
LF
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15.04.2022 às 10:02
Marca errou ao lançar dois SUVs em um mesmo segmento e só um deles vai sobreviver, mesmo que defasado em relação ao homônimo europeu

Há um entendimento geral na Renault de que apostar em dois produtos para um mesmo segmento, no caso os SUVs compactos Duster e Captur, foi um erro. Ainda mais quando o SUV cupê compacto-médio Arkana estava lá dando sopa, usando a mesma base B0.

Pois a fabricante corrigirá a rota nos próximos. A Mobiauto pode afirmar que já há uma decisão por parte da empresa de manter apenas o Duster vivo em longo prazo. O Captur, que foi reestilizado e ganhou motor 1.3 turbo no ano passado, seguirá vivo por mais algum tempo, porém sem previsão de receber novas atualizações.

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Já o Duster, que entrou em sua segunda geração no Brasil em 2020, tem um facelift programado para meados de 2024, já como ano-modelo 25. Seu lançamento ocorrerá depois do projeto HJF, um SUV de porte menor – sucessor do Stepway –, que concorrerá no segmento de Fiat Pulse e Volkswagen Nivus.

As mudanças visuais serão as mesmas aplicadas recentemente ao Dacia Duster europeu: faróis mais afilados e com duplos guias de LED formando uma assinatura em forma de flecha, novo para-choque frontal e lanternas traseiras redesenhadas, trocando a assinatura em X estilo Renegade por diodos que também formam a silhueta de flechas.

A maior novidade, porém, é que esse novo Duster adotará uma motorização 100% turbinada. Nas versões básicas, o motor 1.6 SCe dará lugar ao 1.0 TCe já confirmado pela Renault, inclusive com produção nacional. Trata-se de uma usina três-cilindros turboflex 12V com injeção direta de combustível.

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Suas especificações ainda não estão confirmadas, mas podemos esperar por potência na casa de 120 cv com etanol e torque perto dos 20,4 kgfm de Pulse e Nivus. No novo Duster, esse propulsor equipará as versões de entrada, aliado sempre a um câmbio CVT com simulação de marchas.

Já as opções mais caras seguirão trazendo o 1.3 TCe. Sua diferença principal em relação ao 1.0 é a presença de um cilindro a mais – e, consequentemente, quatro válvulas extras –, o que amplia a capacidade cúbica para 1,3 litro. A potência é de 162/170 cv (G/E) e o torque, de 27,5 kgfm independentemente do combustível presente no tanque.

Por dentro, o desenho do painel deve seguir a base atual, com atualizações na central multimídia (que talvez passe a ser flutuante, como na nova Oroch) e no quadro de instrumentos, além de novas soluções para o acabamento dos bancos. E ficará nisso.

A ideia da Renault é deixar a segunda geração do SUV em linha no Brasil pelo menos até 2028. Já o Captur deve ser descontinuado justamente em 2024, tão logo o irmão se renove. Afinal, com as mudanças, a tendência é que o novo Duster ocupe as suas faixas de preço, sendo posicionado acima do projeto HJF.

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New Duster aqui, all new Duster na gringa

Curiosamente, o Duster II será reestilizado no Brasil no mesmo ano em que está previsto o lançamento de uma terceira geração do modelo pela Dacia na Europa. Isso significa que ficaremos meia geração defasados em relação ao Velho Continente.

Por lá, o utilitário esportivo adotará a plataforma CMF-B e motorização híbrida. Será derivado do Bigster, um SUV de sete lugares que ganhará vida nos próximos anos global e está previsto para o Brasil, mas só deve chegar aqui entre 2025 e 26. Essa terceira geração eletrificada do Duster não deve ser realidade em nosso mercado antes de 2028.

Veja mais sobre detalhes sobre o modelo no vídeo do quadro O Que Vem Pra Pista:

Projeções: Kleber Silva/Mobiauto

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