Como é a lei que obrigará todas as fabricantes a terem carros híbridos

Entrada em vigor do Proconve L8 vai mudar as regras de emissões no Brasil no ano que vem
FP
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16.02.2024 às 23:15
Entrada em vigor do Proconve L8 vai mudar as regras de emissões no Brasil no ano que vem

Volkswagen, Stellantis, Renault, Nissan e outras. Montadoras estão empenhadas na corrida para a eletrificação da frota nacional. Estão anunciando investimentos em plataformas híbridas e que vão virar realidade em breve. Isso porque as regras de emissões vão mudar a partir do ano que vem com a entrada da oitava fase do Proconve, programa criado em 1990 para controlar o quanto os carros vendidos aqui poluem.

A chamada L8 entra em vigor em janeiro de 2025, mas ainda de uma forma mais branda. Em 2027 começa a ficar mais restrito e ainda mais a partir de 2029. Em todas elas, o governo cobrará que as fabricantes tenham “novos limites máximos de emissão de poluentes de forma corporativa”, e não de maneira individual por modelo.

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Enquanto a sétima fase do programa exige um máximo de emissões de 80 mg/km de Nmog + Nox (gases orgânicos não metanos + óxidos de nitrogênio) para carros de passeio, a oitava reduzirá o teto para 50 mg/km para automóveis e 140 mg/km para comerciais leves flex e diesel. As metas serão cobradas com base em uma média de todos os automóveis ou comerciais leves flex de uma mesma marca, não mais de forma individual por modelo.

A partir de 2027, porém, a média corporativa por marca, para carros de passeio, passará a 40 mg/km de Nmog + Nox. O número cairá para 30 mg/km, nas mesmas condições de cálculo, na terceira etapa, em 2029 —este último ainda está passível de revisão, a depender do sucesso das fases anteriores. Assim, para manter em linha veículos só a combustão, mais antigos, simples e baratos, as fabricantes precisarão compensar o catálogo com outros produtos híbridos e elétricos.

Aí que entram essas plataformas híbridas. A Stellantis, dona de marcas como Fiat, Jeep, Peugeot e Citroën, vai começar a fazer carros sobre a STLA Hybrid ainda neste ano. O primeiro modelo ainda é um mistério, mas se sabe que será feito em Goiana (PE). De lá, hoje, saem a Fiat Toro, a RAM Rampage e os Jeep Renegade, Compass e Commander. O modelo certamente será flex, mas poderá ser híbrido comum ou até leve, um motor elétrico menor que ajuda o propulsor a combustão.

A Volkswagen também anunciou a MQB Hybrid, que será usada na picape Tarok em São José dos Pinhais (PR). O sistema elétrico será ligado ao motor 1.5 TSI Evo2 a ser feito em São Carlos (SP).

Mesmo caminho será o da Nissan, que já anunciou a nova geração do Kicks e um SUV médio nacional. E um deles, ou ambos, será híbrido. O sistema da marca, chamado e-Power, funciona com dois motores —um a combustão e outro elétrico—, mas a unidade térmica atua como um gerador de eletricidade para o elétrico que, este sim, traciona o carro.

Com a chegada dessas tecnologias, motores tradicionais a combustão devem desaparecer. O 1.4 TSI da Volkswagen será substituído pelo 1.5. O 1.6 16V usados por Peugeot e Citroën já estão com os dias contados, enquanto o 1.8 da Chevrolet Spin terá seu último ciclo de vida antes de desaparecer.

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