Avaliação: Ford Bronco Sport vende mais que Compass nos EUA. Por que não aqui?

Em teste de 2.000 km, SUV se mostra versátil e valente no off-road, mas marca precisa se reconciliar com o Brasil para que ele faça sucesso
LF
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16.11.2021 às 09:01
Em teste de 2.000 km, SUV se mostra versátil e valente no off-road, mas marca precisa se reconciliar com o Brasil para que ele faça sucesso

A Ford precisa se reconciliar com o Brasil. Após a decisão de fechar todas as suas fábricas e encerrar a produção no país, a marca tenta agora passar a mensagem de que não abandonou o país, para assim reconquistar a confiança dos consumidores locais e seguir operando como uma importadora. 

Só que ela quer fazê-lo pelo andar de cima, com produtos que não custam mais menos de R$ 200.000 (preço mínimo da Ranger). Um dos modelos-chave para essa retomada é o Bronco Sport. O SUV médio com pegada de jipe chegou ao país em março, mas seu desempenho em vendas até aqui mostra que o caminho não será fácil.

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Rodamos quase 2.000 km com o Bronco Sport e entendemos por que ele vende tão bem nos EUA

Nestes oito meses de mercado, o modelo emplacou apenas 680 unidades, de acordo com a Fenabrave (federação nacional dos concessionários). É muito pouco para o potencial do modelo. O fato de ser um SUV quadrado e parrudo, mas usar um motor 2.0 turbo a gasolina, e não a diesel, em um chassi monobloco com suspensões de alumínio, traz mais desconfiança.

Mas, afinal, o Bronco Sport é capaz de promover essa reconciliação e ainda desbravar terrenos mais inóspitos do Brasil como um bom 4x4? Em busca dessas respostas, a Mobiauto rodou quase 2.000 km com ele ao longo de duas semanas, em uma viagem ao coração do Brasil colonial no auge do ciclo do ouro, em Minas Gerais.

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Com o Bronco, fomos ao coração do Brasil colonial, em MG. Marca precisa se reconciliar entre a marca e o país

Embora o Bronco Sport ainda não tenha embalado nas vendas, observamos que seu estilo de jipe alto e quadrado chamou muita atenção das pessoas. Mesmo. Não entraremos em detalhes pois já dissecamos os detalhes visuais neste outro texto, mas isso mostra como o espaço para seu sucesso existe. Será o suficiente? O preço, certamente, não ajuda muito.

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Desempenho e dinâmica

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Motor 2.0 proporciona um desempenho muito prazeroso

Durante nossa jornada, encaramos trechos dentro de cidades e diversos percursos off-road com lama, terra e pedras, mas o grosso da viagem se deu em rodovias pavimentadas, com pista dupla ou simples.

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SUV roda com vigor, mas perfil alto demais compromete a dinâmica

A ótima notícia é que o propulsor 2.0 EcoBoost turbo a gasolina não deixou a desejar em nenhum momento. Seus 240 cv e 38 kgfm conferem elasticidade e permitem retomadas vigorosas quando precisamos ultrapassar. O casamento com o câmbio automático de oito marchas é feliz, permitindo trocas muito suaves e sem pestanejos.

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Estilo de jipe quadradão fez o Bronco Sport chamar muita atenção

Nos modos de condução Normal, Eco ou Sport – são sete ao todo; mais adiante falaremos dos modos off-road –, voltados ao uso sobre o asfalto, a tração é 100% dianteira e pode-se acompanhar o percentual dessa entrega para cada roda através de um gráfico na tela digital do quadro de instrumentos.

Não é preciso apelar ao modo Sport para ter um bom desempenho, embora ele deixe o motor mais cheio e permita reações um pouco mais espertas dos pedais e do câmbio. A parte incômoda é que o perfil alto da carroceria e as suspensões demasiadamente moles fazem a carroceria inclinar demais nos contornos de curva.

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Seletor de modos de condução no console facilita a escolha do ajuste mais adequado, a depender do piso 

Mesmo a velocidades não muito altas, senti o SUV saindo ligeiramente de frente e ouvi os pneus cantando ao ziguezaguear por uma pista sinuosa como a da Estrada Real, que liga cidades históricas de Minas Gerais. E olha que o isolamento acústico do Bronco Sport é excelente e transmite pouquíssimos ruídos externos, mesmo os do motor.

Os pneus de uso misto, que não conferem tanta aderência quanto aqueles voltados 100% ao asfalto, contribuem para esse comportamento sutil. Obviamente, há controles eletrônicos de estabilidade e anticapotamento para garantir uma excelente dose de segurança – o SUV tem nota máxima nos rigorosos testes do IIHS, o órgão de segurança viária dos EUA.

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Nos paralelepípedos de Ouro Preto, Bronco Sport mandou bem no conforto, com algumas derrapadas 

Por fim, o conjunto de suspensões com braços de alumínio demonstrou ótima dose de robustez nos trajetos off-road, mas não chegou a ser perfeito na absorção de impactos, visto que transferiu mais trepidações e fez mais barulho do que gostaríamos ao passar pelos paralelepípedos das ruas de Ouro Preto. Nada que seja digno de reprovação, contudo.

Motor: 2.0, dianteiro, transversal, quatro cilindros em linha, 16V, turbo, gasolina, duplo comando variável de válvulas, injeção direta de combustível
Taxa de compressão: 10:1
Potência (G/E): 240 cv a 5.500 rpm
Torque (G/E): 38 kgfm a 3.000 rpm
Peso/potência: 7,2 kg/cv
Peso/torque: 45,2 kg/kgfm
Câmbio: automático, 8 marchas
Tração: 4x4 com bloqueio de diferencial
0 a 100 km/h: 8 s
Velocidade máxima: 180 km/h (controlados eletronicamente)

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Consumo no uso real

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Consumo pode ser decente, se você souber dosar o pé, mas também pode ser a sua perdição

Em nossa viagem, percorramos um total de 1.962 km. Desse total, cerca de 60% foram em rodovias, 30% em perímetros urbanos (incluindo trechos de asfalto e paralelepípedos) e 10% em terrenos off-road. Mesmo nas rodovias, procuramos andar sem pisar muito, o que se converteu em um consumo até moderado para seu porte.

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De frente, o Bronco Sport é um SUV imponente

Considerando o uso urbano e no fora-de-estrada, que aumenta substancialmente a necessidade de combustível, terminamos o roteiro com 220 litros de gasolina comum consumidos, perfazendo 8,9 km/l. 

Para um SUV pouco aerodinâmico, até que não foi ruim, mas aqui temos quase um paradoxo. A elasticidade do motor EcoBoost permite manter velocidades de cruzeiro com as rotações baixas na estrada, na casa de 2.000 rpm a 110 km/h, o que é ótimo. Ao mesmo tempo, convida a acelerar mais. Nessas esticadas, é fácil ver o consumo caindo para a faixa de 5 ou 6 km/l.

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Limpador do vidro traseiro é pequeno demais e quase não nos ajudou em situações de lama ou chuva

Consumo Inmetro: 8,3 km/l em ciclo urbano e 10,1 km/l em ciclo rodoviário.
Consumo Mobiauto: 8,9 km/l em ciclo misto, incluindo rodovia, cidade e off-road

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Capacidades off-road

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Bronco Sport demonstrou boa dose de valentia ao encarar o off-road

Logo após o lançamento do Bronco Sport, alguns vídeos amadores mostraram o SUV sofrendo para transpor terrenos enlameados no Brasil e puseram em dúvida suas capacidades off-road. Em nosso caso, podemos dizer que o novo modelo Ford passou bem no teste: não nos deixou na mão nem demonstrou qualquer falta de aptidão para o fora-de-estrada. 

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SUV não pediu arrego em subidas rochosas, pois tração 4x4 deu conta do recado com sobras

O trajeto mais difícil foi feito na região de Capitólio (MG), num percurso de 15 km de terra, lama, pedras (muito comum naquele Estado) e até transposição de dois córregos rumo a uma cachoeira chamada Paraíso Achado. Em vídeos como este aqui ou como este aqui é possível ter uma noção do grau de dificuldade do percurso.

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Capacidade de imersão de 600 mm nos permitiu atravessar córregos com zero medo de calço hidráulico

Usando os modos off-road “Terra/Lama” e “Rocha”, passamos tranquilamente pelo caminho. Na chegada, um dos guias da cachoeira até brincou que era a primeira vez que via aquele carro ali, e que um amigo seu havia perguntado se “esse novo jipe da Ford” daria conta de chegar até seu local de trabalho. Agora, dizia, ele “poderia responder que sim”.

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Pneus derraparam um pouco nas pedras escorregadias deste trecho, mas o 4x4 assegurou a aderência. Faltou um ângulo de ataque mais generoso para evitar raspões do protetor de cárter

Sobre as pedras, os pneus de uso misto mais uma vez mostraram certa limitação e patinaram algumas vezes, mas a tração 4x4 logo dirimiu qualquer hesitação e moveu o SUV adiante, mesmo em subidas mais íngremes. 

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Na trilha para chegar à cachoeira Paraíso Achado, o Bronco Sport nos ajudou a encontrar mesmo o paraíso

Uma câmera frontal de 180° garantiu a boa visibilidade em trechos mais complicados, como as transposições de dois riachos (sua capacidade de imersão é de bons 60 cm), mas confesso: ela mais atrapalhou que ajudou, pois em vários momentos entrou por cima do navegador GPS em pontos de bifurcação e tive que desativá-la frequentemente.

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Na tela da central, a câmera frontal por vezes ajudou nas manobras off-road, mas também atrapalhou em alguns momentos

Não senti falta do torque característico de um motor a diesel – em um off-road ainda mais pesado certamente a ausência será sentida –, mas a estrutura monobloco e o vão livre do solo não tão generoso assim me fizeram raspar com o protetor de cárter em três pedras durante momentos distintos do trajeto.

Por sorte, eu estava bem devagar (como se deve rodar em um trajeto assim) e nada aconteceu, mas observei que outros modelos 4x4, como um Mitsubishi Pajero Sport e um Troller T4 (ah, Ford...), passaram pelos mesmos pontos sem tocar na pedra, o que demonstra a limitação do ângulo de ataque do Bronco Sport para um off-road mais extremo.

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Bronco Sport recém-saído de uma pista com lama. Aqui, mais uma vez os pneus ficaram aquém das capacidades proporcionadas pela tração 4x4

Dados técnicos: direção elétrica progressiva; suspensões McPherson (dianteira) e MultiLink (traseira); freios a discos ventilados (dianteira) e discos sólidos (traseira); diâmetro de giro, 11,4 m; Cx, não divulgado; vão livre do solo, 223 mm; ângulo de ataque 30,4°; ângulo central, 24,4°, ângulo de saída, 33,1°; capacidade de imersão, 600 mm; peso em ordem de marcha, 1.718 kg; carga útil, 441 kg; capacidade de reboque, 900 kg; tanque de combustível, 64 litros.

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Conforto e espaço interno

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Bancos dianteiros proporcionam excelente dose de conforto e permitem viajar por horas sem sentir cansaço

Também já falamos sobre esses itens, em especial o acabamento, mas em uma viagem mais longa foi possível sentir bem as características de conforto e espaço do Bronco Sport. Como, por exemplo, o fato de os porta-objetos espalhados pela cabine serem bem espaçosos para qualquer tipo de quinquilharia, de livros a garrafas de 1 litro, passando por sacolas de mercado.

A melhor qualidade de todas, porém, foi perceber que os bancos dianteiros são muito confortáveis e ergonômicos. Nem eu nem minha noiva sentimos qualquer tipo de desconforto ou cansaço mesmo nas pernas mais longas, que por vezes duraram seis ou sete horas.

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Bronco Sport é generoso em porta-objetos pela cabine, incluindo este pequeno porta-trecos sob o assento traseiro direito

O modelo também conta com um bagageiro generoso. Como é possível ver na imagem, colocamos três malas de porte médio mais diversas mochilas, sacolas, maletas e outras miscelâneas diversas no compartimento sem nenhum tipo de problema.

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Porta-malas de 580 litros comportou muito bem todas a bugigangas que levamos

Só não gostei da tábua modular que serve para formar divisórias no compartimento: ela mais serviu de empecilho do que de ajuda em diversos momentos. A abertura independente do vidro do porta-malas tampouco se mostrou tão útil assim, visto que não facilita tanto assim o acesso às bagagens. Em vários momentos, foi mais prático simplesmente abrir a porta inteira.

Dimensões: comprimento, 4.386 mm; entre-eixos, 2.670 mm; largura, 1.888 mm; altura, 1.813 mm; porta-malas, 580 litros; pneus, 225/65 R17.

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Tecnologias semiautônomas e conectividade na prática

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Combo do ACC com assistente de permanência em faixa e leitor de placa é uma boa pedida para dar um respiro ao motorista nas rodovias

Para viagens longas em rodovias, o pacote de assistências semiautônomas do Bronco Sport se mostra surpreendentemente útil. Desde que, é claro, as pistas sejam bem sinalizada. Isso porque tanto o controle de cruzeiro adaptativo quanto o assistente de permanência em faixa trabalham com um nível de precisão impressionante.

Enquanto o primeiro promove desacelerações e frenagens progressivas, o segundo mantém o veículo na pista de rolagem com mudanças de direção fluidas e suaves, sem deixar o carro dançando de um extremo ao outro da faixa. É quase como se um humano estivesse movimentando o volante.

Claro que a prerrogativa só vale para curvas de raio bem longo, mas ainda assim impressiona. Voltando a falar sobre o ACC, ele possui quatro níveis de distância para o veículo à frente e permite retomar automaticamente a aceleração a partir da imobilidade em paradas de até 3 segundos. 

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Carregador de celular por indução do Bronco Sport recupera baterias dos celulares até que rápido, mas as projeções via Android Auto e Apple CarPlay só ocorrem via cabo

Alternar o uso desses recursos com momentos de controle total do condutor é uma boa pedida para evitar a fadiga em trajetos mais longos. Já o alerta de frenagem emergencial não falha e se faz presente sempre que se aproxima demais de um carro à frente. Incomoda às vezes, mas entendo sua importância.

Além disso, o Bronco Sport possui carregador de celular por indução e um quadro de instrumentos com velocímetro e conta-giros ainda analógicos, mas com um computador de bordo digital de 7” de boa resolução. Senti falta apenas de uma central multimídia mais completa e intuitiva na conexão com o Android Auto, feita apenas por cabo.

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Ford Bronco Sport Wildtrak 2.0 EcoBoost 2022 - Itens de série

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Visual e exterior: pintura bicolor com teto em preto brilhante; faróis full-LED com farol alto automático; faróis de neblina dianteiros, gancho para reboque dianteiro, protetor de cárter, lanternas traseiras parcialmente em LED; rodas de liga leve aro 17” com acabamento escurecido; pneus Pirelli Scorpion AT de uso misto; barras longitudinais de teto; retrovisores externos com luzes de direção integradas; vidro do porta-malas com abertura independente.

Segurança: Alarme; controles de estabilidade e tração; assistente de partida em rampas; controle eletrônico anticapotamento; nove airbags (frontais, laterais dianteiros, laterais traseiros, de cortina e de joelho para o motorista); frenagem autônoma emergencial com detecção de pedestre; alerta de ponto cego; assistente de permanência em faixa; leitor de placas de velocidade; assistente de manobras evasivas; controle de cruzeiro adaptativo; controle de cruzeiro off-road (até 32 km/h à frente e 10 km/h à ré); sensores traseiros de estacionamento; câmera de ré; câmera frontal para off-road; sensores de luminosidade e chuva; monitoramento de pressão dos pneus.

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Tecnologia: sete modos de condução (Normal, Eco, Escorregadio, Esportivo, Lama/Terra, Areia e Pedra); quadro de instrumentos analógico com computador de bordo digital colorido de 7”; central multimídia de 8” com Android Auto e Apple CarPlay via cabo; carregador de celulares por indução; som Bang&Ollufsen com 10 alto-falantes, um subwoofer e 1.000 Watts; tomada USB e 12V dianteira; tomada 12V e 110V traseira; tomada 110V no porta-malas; aplicativo Ford Pass para acesso a funções e comandos do veículo via celular; navegador GPS.

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Conforto e acabamento: travas e vidros elétricos nas quatro portas; chave com sensor presencial; partida do motor por botão; volante revestido em couro com regulagem manual de altura e profundidade; borboletas para troca de marchas na coluna de direção; freio de estacionamento eletrônico com auto hold; retrovisores externos com ajuste e rebatimento elétricos; retrovisor interno eletrocrômico; ar-condicionado digital de duas zonas com duto para o banco traseiro; tomada 12V console central elevado com bancos revestidos parcialmente em couro com suede; tapetes dianteiros de carpete; bancos dianteiros com aquecimento em três níveis e revisteiros com zíper; banco do motorista com regulagem elétrica e do passageiro dianteiro com ajustes manuais; banco traseiro com encosto rebatível bipartido, porta-objetos sob o assento direito e apoio de braço com porta-copos central; console de teto com porta-óculos; teto solar panorâmico.

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Conclusão

Em teste de 2.000 km, SUV se mostra versátil e valente no off-road, mas marca precisa se reconciliar com o Brasil para que ele faça sucesso
Em oito meses de mercado, até o momento Bronco Sport está em segundo plano nas vendas

O Bronco Sport já havia deixado boa impressão em nosso primeiro contato, em maio. Agora, constatamos que se trata de um modelo com todos os atributos que um SUV deve ter, muito versátil e com uma capacidade off-road que merece, sim, boa dose de respeito. É óbvio que ele não tem a valentia de um Troller T4 (ah, Ford...), mas essa sequer é sua proposta.

Diferentemente do Territory, um modelo com projeto muito mais limitado tecnicamente, fica claro que o Bronco Sport não tem feito sucesso nos Estados Unidos à toa. Só entre janeiro e outubro de 2021 foram mais de 80.000 unidades vendidas por lá, bem mais do que as 53.000 do Jeep Compass em solo americano no mesmo período.

Em teste de 2.000 km, SUV se mostra versátil e valente no off-road, mas marca precisa se reconciliar com o Brasil para que ele faça sucesso
Ford precisará lidar com os traumas de ter fechado fábricas como a do Troller T4 no país para reconquistar o público e levar o Bronco Sport ao sucesso também aqui

O que falta para a mesma aderência no Brasil? Primeiro, um preço mais acessível, claro. São quase R$ 300.000 pedidos em nosso país, o que já restringe o volume. No entanto, o sucesso do próprio Compass aqui, custando próximo a ou às vezes mais de R$ 200.000, a depender da versão, mostra que há espaço para bem mais do que 680 unidades em oito meses. 

Mais do que tudo, fica claro que a marca precisará intensificar ainda mais sua reconstrução de imagem, tanto para fazer as pazes com o brasileiro quanto para conquistar consumidores de uma faixa de preço que, antes, provavelmente torceriam o nariz para um Ford. Se a agora importadora conseguir virar esse jogo, o Bronco Sport em si tem tudo para não decepcionar.

Imagens: Juliana Carneiro/Mobiauto e Divulgação

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