Mustang Mach 1 é a nova cara da Ford: distante dos carros populares

Nova versão do muscle custa R$ 500.000 e ilustra bem como será a “Ford importadora” no Brasil: com foco em tíquetes médios bem maiores
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16.04.2021 às 11:00
Nova versão do muscle custa R$ 500.000 e ilustra bem como será a “Ford importadora” no Brasil: com foco em tíquetes médios bem maiores

A Ford, ao que parece, não quer mais saber da parte dita popular do mercado automotivo brasileiro após fechar as fábricas de Camaçari (BA) e Taubaté (SP). Tanto que os primeiros lançamentos da marca no país após retirar o time – ou melhor, a produção local – de campo indicam a aposta em segmentos de tíquete médio em mais alto.

O SUV com jeito de jipe Bronco Sport, previsto para chegar no comecinho de maio, é exemplo cristalino disso. Será comercializado em versão única na casa de R$ 300.000. Mas, antes dele, a marca lança no país outro modelo com DNA equino: o Mustang Mach 1.  

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Novo Mustang Mach 1 terá sete modos de condução (Normal, Esportivo, Esportivo+, Pista, Arrancada, Neve/Molhado e Individual). A diversão é garantida

A nova versão do muscle, na verdade uma série especial limitada, foi apresenta nesta sexta-feira (16) e chega para substituir a atual configuração Black Shadow. O preço? R$ 499.000. Nada popular, sabemos. E mais de R$ 100 mil mais caro que o antecessor, cotado a R$ 396.900 na tabela de preços mais recente.

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Expressão Mach 1 representa originalmente a barreira da velocidade do som, ou 1.216 km/hora ao nível do mar   

Apesar de ser uma edição tida como limitada, executivos da empresa garantem que não há uma cota fixa de importação para o modelo. A limitação se dará no período de produção (provavelmente até dois anos), e não no número de unidades fabricadas ou vendidas. Encerrada a fabricação, outra versão virá para substitui-la em nosso mercado.

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Mustang Mach 1 entrará no lugar da Black Shadow, e custará mais de R$ 100 mil mais caro

O Mustang Mach 1 replica o nome de uma série que já marcou outras três gerações do icônico pony car. Foi comercializada entre 1969 e 71, na geração 1; depois, em 74, logo no lançamento da 2. Mais recentemente, em 2003, durante a quarta. 

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Emblema Mach 1 substitui o GT na traseira do cupê

Agora que o modelo está na sexta plataforma, a série Mach 1 volta à tona trazendo um pacote estético exclusivo e mudanças mecânicas que deixam o esportivo um pouco mais esperto do que o antecessor Black Shadow.

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Escapamento com duas saídas duplas e difusor traseiro vêm do Shelby GT500

O motor é o mesmo V8 5.0 Coyote naturalmente aspirado, porém recalibrado para entregar 483 cv, 17 “pôneis” a mais do que a configuração antiga. O torque é o mesmo de outrora, 56,7 kgfm, mas o câmbio automático de dez marchas entrega trocas mais céleres, segundo a fabricante.

Houve outros incrementos no pacote: as barras estabilizadoras de maior diâmetro vieram da versão Bullit, assim como o sistema de indução de ar ampliado na dianteira. O coletor de admissão, o corpo de borboleta e o sistema de arrefecimento mais robustos vieram da configuração Shelby GT350. 

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Barra de reforço no cofre do motor fica acima do motor e traz outra insígnia da edição especial

Escapamentos (duas saídas duplas), difusor traseiro, refrigeração do diferencial e braços e buchas da suspensão traseira foram cortesia da derivação mais envenenada da gama do Mustang, o Shelby GT500. 

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Freios a disco ventilados vêm com pinças alaranjadas que combinam com as faixas dos adesivos. Sistema de frenagem foi incrementado em relação à versão Black Shadow

Além disso, o Mustang Mach 1 possui freios Brembo redimensionados em relação à variante Black Shadow, para maior desempenho em circuito fechado; e suspensões adaptativas Magneride, recalibradas, com campo magnético concentrado ao centro dos amortecedores para otimizar a contenção de inclinação da carroceria nas curvas.

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Grade traz falsos faróis auxiliares para remeter ao primeiro Mustang Mach 1, de 1969

Grade e para-choque dianteiros também receberam retoques, a fim de aumentar as tomadas de ar, melhorar a aerodinâmica (por meio do uso de uma saia no para-choque) e, no caso específico da grade, criar um efeito nostálgico: os dois semicírculos ao canto emulam faróis auxiliares, rememorando o visual do lendário Mustang Mach 1 de primeira geração. 

É possível encaixar luzes de verdade naqueles espaços, diz a Ford, mas o uso seria dispensável porque o conjunto full-LED original já entrega eficiência de sobra na iluminação. 

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Insígnia do cavalo galopante, marca registrada do Mustang, recebe acabamento em cromo acetinado nesta série

Além disso, adesivos nas cores preta e laranja foram distribuídos por capô e laterais do novo Mustang Mach 1, mas esse pacote estilístico só vem combinado às pinturas Cinza Dover (presente na unidade que ilustra este artigo), branca, preta ou prata. Nas opções azul, laranja, amarela ou vermelha, a faixinha contrastante ao preto nos adesivos é cinza.

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Bancos trazem faixas centrais em couro microperfurado com acabamento tipo gomo e faixa laranja ao topo, exatamente como era no primeiro Mustang Mach 1

Por dentro, a principal referência ao velho Mustang Mach 1 está da faixa interna dos bancos dianteiros, com acabamento em gomos e uma faixa horizontal alaranjada no topo. Nas soleiras das portas e no painel há duas outras insígnias em menção à série, sendo a última uma etiqueta com a numeração de produção da série.

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Aqui os bancos do Mustang Mach 1 de 1969 para provar que não estamos mentindo

De resto, tudo remete na verdade ao novo Mustang, e não ao de 50 anos atrás. O quadro de instrumentos 100% digital, a central multimídia e o console são típicos de um carro moderno. E, por meio do aplicativo Ford Pass, será possível destravar as portas, ligar o carro e ter informações como a localização do veículo de maneira remota.

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Painel em nada lembra um muscle dos anos 60, sendo típico de um carro da década de 2020

O sistema de som Bang&Olufsen tem 1.000 Watts de potência e 12 alto-falantes, e o de entretenimento conta com assistente emergencial. Por outro lado, a conexão com Android Auto e Apple CarPlay ainda acontece somente via cabo.

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Esta etiqueta no painel traz a numeração de série da unidade. Afinal, a série Mach 1 terá produção limitada

Na parte de segurança, o cupê vem equipado com frenagem autônoma emergencial, alerta de colisão com detecção de pedestres, assistente de permanência em faixa, oito airbags, detector de fadiga, sensor de ponto cego e farol alto automático, entre outros itens. 

Por R$ 500 mil, não se pode esperar menos. Especialmente levando em conta os clientes que a Ford quer alcançar em sua nova fase. As reservas do Mustang Mach 1 começam justamente nesta sexta-feira, mas as entregas das primeiras unidades devem ocorrer apenas em junho.

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