Renault Sandero: os principais problemas, segundo os donos

Hatch compacto se vale do bom espaço interno e custo de manutenção razoável, mas tem defeitos de vazamento de óleo e nos sistema de frenagem
JC
Por
08.11.2021 às 10:43
Hatch compacto se vale do bom espaço interno e custo de manutenção razoável, mas tem defeitos de vazamento de óleo e nos sistema de frenagem

Por Fernando Miragaya

Muito antes de os SUVs virarem essa febre permanente, existiam outras tendências no mercado automotivo. Uma delas foi a dos hatches compactos altinhos, com teto elevado e maior distância do solo, que passavam uma sensação de maior espaço interno. 

Um dos remanescentes dessa categoria é o Renault Sandero, tema da série da Mobiauto sobre os “principais problemas, segundo os donos”.

O Sandero não foi o modelo que inaugurou esse segmento, mas pegou carona de forma racional na marola. Projeto desenvolvido no Brasil em cima da plataforma B0 do Logan, foi lançado no fim de 2007 e se destacou de cara pelas mesmas virtudes do irmão sedan.

Anuncie seu carro sem pagar na Mobiauto

A despeito do desenho controverso, sempre teve espaço interno quase de modelo médio, superior ao dos rivais diretos Volkswagen Fox e Chevrolet Agile. Só que era negociado com preço para brigar na categoria de hatches de entrada.

Hatch compacto se vale do bom espaço interno e custo de manutenção razoável, mas tem defeitos de vazamento de óleo e nos sistema de frenagem

O custo-benefício do Sandero diminuiu com o tempo. Mesmo assim, nesta segunda geração, lançada em 2014, ainda é um compacto com bom aproveitamento da cabine e porta-malas acima da média do segmento. 

Em meio a problemas na linha de produção em São José dos Pinhais (PR) nestes tempos de pandemia, o modelo sente também o peso da idade e a pressão dos SUVs e de rivais mais modernos. No acumulado de nove meses de 2021, somou pouco mais de 10 mil unidades vendidas. 

Leia também: Novo Renault Stepway será um órfão do Sandero contra Nivus e Pulse

Hoje o Sandero é vendido em poucas versões: a de entrada Zen, por R$ 73.890 e com o motor três-cilindros 1.0 SCe de até 82 cv, e as Stepway - que são tratadas pela Renault como outro carro -, que usam o 1.6 16V de até 118 cv e custam de R$ 88.490 a R$ 100.490. A GT Line e a esportiva RS não são mais produzidas.

De qualquer forma, é um carro com bom tempo de estrada, fama de robustez e que acumulou muitas unidades vendidas. E, claro, que também tem os seus defeitos corriqueiros, alguns dos quais abordaremos agora. 

São queixas registradas no site do Reclame Aqui e também levantadas em grupos de donos do modelo. Vão desde problemas nos sistemas de freios e de embreagem, até mau funcionamento do ar e vazamentos de lubrificante. Concentramos em modelos do Sandero fabricados de 2018 para cá e a maioria dos relatos recai sobre veículos pouco rodados.

Leia também: Renault Sandero S Edition substitui RS com motor 1.0 a R$ 77.000

Consumo e vazamento de óleo

Hatch compacto se vale do bom espaço interno e custo de manutenção razoável, mas tem defeitos de vazamento de óleo e nos sistema de frenagem

Uma das reclamações mais corriqueiras em relação ao Renault Sandero diz respeito ao óleo. São comuns os relatos de vazamento de lubrificante pela tampa da junta do cabeçote do motor. Em um dos casos, os clientes alegam que a própria concessionária diz que trata-se de um problema de “projeto” do carro.

Também são frequentes os depoimentos de consumo excessivo de óleo. Isso em carros com menos de três anos de uso e cujos donos dizem que o nível de lubrificante fica abaixo do mínimo com apenas 2 mil km rodados depois da última troca de lubrificante na revisão obrigatória.

Relatos: Caso 1, Caso 2, Caso 3, Caso 4 e Caso 5

Leia também: Por que o Renault Kwid foi “forçado” a ser tirado de linha na Argentina

Freios

O sistema de frenagem desta geração do Sandero também é alvo de reclamações. Mais especificamente em relação às pastilhas. Há queixas tanto em relação a ruídos insistentes e trepidações frequentes ao pisar no pedal de freio.

De acordo com os registros no Reclame Aqui, a causa para tal comportamento está no desgaste desigual e acentuado das pastilhas em carros com menos de 20 mil km. Em casos extremos, o defeito acabou afetando o disco de freio dianteiro de um cliente.

Relatos: Caso 1, Caso 2, Caso 3 e Caso 4

Leia também: Avaliação: Renault Stepway, o único Sandero a ainda ser 1.6 CVT

Embreagem

Hatch compacto se vale do bom espaço interno e custo de manutenção razoável, mas tem defeitos de vazamento de óleo e nos sistema de frenagem

Trepidação e ruídos no pedal da embreagem também são defeitos comuns apontados pelos proprietários do hatch da Renault. Isso em modelos que não chegaram ainda aos 30 mil km rodados. Alguns casos foram resolvidos, porém em outros o cliente reclama que tem de “conviver com o barulho''.

Porém, há situações mais delicadas. Casos de troca de componentes do sistema de embreagem também em veículos com baixa quilometragem. Nos relatos, os donos falam que o defeito não foi coberto pela garantia pois as concessionárias alegaram que tratava-se de “mau uso” do automóvel.

Relatos: Caso 1, Caso 2, Caso 3 e Caso 4

Marcador de combustível

O nível de combustível no quadro de instrumentos costuma ser uma dor de cabeça para os donos de Sandero. Primeiro pela falta de precisão, motivo de muitos dos registros no site do Reclame Aqui. Nos depoimentos, os donos dizem que o marcador não mostra a quantidade nem próxima ao correto do tem no tanque.

Em outros, os clientes afirmam que a luz da reserva insiste em acender, mesmo quando o tanque está cheio ou acima de ¼. O bom é que a maioria das queixas foi respondida e/ou resolvida.

Relatos: Caso 1, Caso 2, Caso 3, Caso 4 e Caso 5

Leia também: Nova Renault Oroch: como picape pedirá “independência” do Duster

Ar-condicionado

Hatch compacto se vale do bom espaço interno e custo de manutenção razoável, mas tem defeitos de vazamento de óleo e nos sistema de frenagem

Alguns donos de Sandero passam sufoco dentro do carro - literalmente. Um dos problemas relatados em relação ao hatch diz respeito ao sistema de ar-condicionado. Nas reclamações de proprietários de veículos com até três anos de uso, são vários os casos em que o ar para de funcionar. Há um depoimento onde o defeito está no sistema de direcionamento do vento da climatização.

Nos testemunhos, queixas de que, mesmo após visitas às concessionárias, o problema não foi sanado. Dois casos em especial ocorreram em cidades onde o clima quente e as temperaturas elevadas são comuns: Teresina e Cuiabá.

Relatos: Caso 1, Caso 2, Caso 3 e Caso 4

Você também pode se interessar por:

Avaliação: Renault Zoe, como anda o elétrico mais acessível no Brasil
Nova Renault Oroch perderá o nome Duster e terá visual exclusivo
Avaliação: Renault Captur 2022, como SUV anda com motor turbo de 170 cv
Novo Renault Kwid: entenda o que vai mudar no “SUV dos compactos”

Comentários