Correia dentada banhada a óleo realmente é um problema?
Ultimamente, a correia dentada banhada a óleo se tornou uma grande polêmica dentro do universo automotivo. Embora seja um componente moderno e eficiente, sua reputação no mercado acabou prejudicada por falhas de entendimento técnico e manutenção inadequada.
Pensando nisso, a Mobiauto conversou com Pedro Luiz Scopino, especialista em mecânica automotiva, que explica como funciona a correia dentada banhada a óleo e quais são seus prós e contras na prática.
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O que é correia dentada?
Antes de entender por que ela virou um “bicho de sete cabeças”, é importante saber o que é, afinal, a correia dentada.
Também conhecida como correia de distribuição, é uma peça fundamental para o funcionamento do motor. Composta por pequenos dentes de borracha, ela é responsável pelo sincronismo do motor, controlando com precisão o movimento dos pistões e das válvulas dentro do cilindro. Sem ela, a harmonia entre admissão e escape simplesmente não acontece.
Como funciona a correia dentada banhada a óleo?
Mas, afinal, o que diferencia a correia dentada seca da correia dentada banhada a óleo?
“A correia dentada banhada a óleo é um tipo que trabalha imersa no óleo do próprio motor. Ela liga o eixo do virabrequim ao comando de válvulas. É uma peça moderna, silenciosa e muito durável. O problema é o uso do óleo errado”, explica o especialista.
Segundo Scopino, a polêmica da problematização da correia lubrificada nasceu não da peça em si, mas de erros na sua manutenção. Oficinas e consumidores deixaram de observar um ponto crucial: o tipo de óleo utilizado.
“A correia é feita de borracha. Se você usa um óleo com especificação diferente da recomendada, ele começa a deteriorar o material da correia. A GM [Chevrolet], por exemplo, não orientou corretamente o mercado e aí o componente ficou mal falado”, explica Scopino.
A tecnologia é utilizada em diversos modelos da marca, como o Chevrolet Onix, com a promessa de durabilidade de até 240 mil km. Porém, na prática, muitos veículos apresentaram desgaste precoce, justamente pelo uso incorreto do lubrificante.
Apesar disso, a peça funciona muito bem quando utilizada da forma correta. É eficiente, durável e mais silenciosa que a convencional. Mas, para isso, é essencial seguir algumas recomendações básicas:
Trocar o óleo e o filtro dentro dos prazos estabelecidos pelo fabricante;
- Utilizar apenas o óleo com a especificação correta indicada pelo fabricante;
- Verificar o nível do óleo regularmente;
- Inspecionar visualmente a correia para identificar desgastes.
No fim das contas, o problema não está na tecnologia, mas no cuidado com ela. A correia dentada banhada a óleo não é um erro de projeto, mas exige um cuidado com a manutenção mais minucioso, por isso é importante que ao levar o carro para fazer revisões, o profissional responsável seja cauteloso e de confiança.