Honda City já era um hatch há 40 anos, bem mais esquisito que o atual

Configuração hatchback do modelo é inédita no Brasil, mas marcou a primeira geração do City, quando ele ainda era um carrinho bem diferente
Renan Bandeira
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03.03.2022 às 09:11 • Atualizado em 04.03.2022
Configuração hatchback do modelo é inédita no Brasil, mas marcou a primeira geração do City, quando ele ainda era um carrinho bem diferente

A Honda iniciou as vendas do novo City hatch na última semana e ele chega com uma baita responsabilidade por aqui. O modelo terá a difícil missão de substituir o monovolume Fit. A Mobiauto, inclusive, já avaliou o novato para ver se ele tem essa bola toda.

A carroceria chama bastante atenção, afinal, o Brasil sempre teve o City na configuração sedan. Mas, embora o hatch cause estranheza, essa não é a primeira vez que o compacto tem esse tipo de carroceria. Na verdade, foi com esse estilo que ele chegou ao mundo. 

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Pequeno e esquisito

Configuração hatchback do modelo é inédita no Brasil, mas marcou a primeira geração do City, quando ele ainda era um carrinho bem diferente

A primeira geração do City começou a ser projetada em 1979 e foi para a linha de produção em 1981 - onde ficou até 1986. O visual era característico da época, com linhas de design marcadas por fortes vincos e carroceria no estilo caixote - como vimos na primeira geração do Fiat Uno aqui, por exemplo.

A aparência não era nada arrojada - principalmente comparando com o atual. O City original era até um tanto esquisito com seus faróis redondos, setas e retrovisores nos pára-lamas (solução típica de carros japoneses), além de uma traseira peculiar, parecida com a da antiga Chevrolet Ipanema - a perua do Kadett.

Entretanto, o objetivo da Honda era claro: um carro que fosse espaçoso por dentro e parecesse compacto por fora. Não muda muito do que temos no novo City hatch brasileiro, cujo espaço para pernas é quase de um sedan executivo.

Configuração hatchback do modelo é inédita no Brasil, mas marcou a primeira geração do City, quando ele ainda era um carrinho bem diferente

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Para isso, o primeiro City tinha um interior simples e limpo, além de painéis de portas sem mimos para não invadir e prejudicar o espaço do habitáculo.

A Honda ainda contou com a sorte de os veículos não serem equipados com tantos itens de série e de segurança na época, o que tornou mais fácil o encaixe de tudo dentro da cabine.

A marca usou todo o cuidado possível para aproveitar ao máximo as dimensões. Tanto que essa limpeza interior garantiu que o compacto pesasse só 810 kg. Só não conseguiu salvar o porta-malas, que ficou com apenas 205 litros de volume - bem menos que os já tímidos 285 litros do atual.

Configuração hatchback do modelo é inédita no Brasil, mas marcou a primeira geração do City, quando ele ainda era um carrinho bem diferente

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Mas já era turbo…

A marca apostou alto no primeiro City. Tanto que ele foi apresentado com uma gama completa de versões, incluindo variantes com carroceria conversível e com propulsor 1.2 turbo.

Isso mesmo, enquanto o nosso City Hatch 2022 aposta em um motor 1.5 aspirado contra os turbinados VW Polo, Chevrolet Onix e Hyundai HB20, a primeira geração do modelo já oferecia um propulsor com sobrealimentação em duas versões.

Configuração hatchback do modelo é inédita no Brasil, mas marcou a primeira geração do City, quando ele ainda era um carrinho bem diferente

E não era fraco. A versão Turbo convencional tinha 100 cv e 15,5 kgfm, o que não é nada ruim para um carro projetado há 40 anos. Ao que parece ainda existia uma versão mais forte, chamada Turbo II Bulldog, que contava com turbina e intercooler para render incríveis 111 cv e 16,3 kgfm - com dados de torque superiores ao do motor atual. 

Além dessas duas, o City tinha configurações de entrada que contavam com motor 1.2 aspirado e mais fraco. Ele rendia entre 60 e 70 cv e podia ser encontrado acoplado a uma caixa manual ou automática.

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Curioso é que o City foi vendido por muito tempo na carroceria hatch e com duas portas. O Honda foi fabricado nesse estilo por 12 anos, até que, em 1995, já na terceira geração, ganhou a opção sedan.

Desde então passou a ser comercializado apenas como três-volumes. Neste ano, praticamente quatro décadas depois de sua primeira aparição, o City voltou a ser hatch, como nos velhos tempos, só que formando uma família completa ao lado do já estabelecido sedan.

Errata: os motores do City hatch eram 1.2 naquela época e não 1.0 como apontados em um primeiro momento.

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