Avaliação: Honda City hatch é melhor que o Fit. Terá o mesmo sucesso?

Novato substitui icônico monovolume com mais espaço interno, melhor desempenho, mesma modularidade e tecnologia acima da concorrência, mas será o suficiente?
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23.02.2022 às 12:00
Novato substitui icônico monovolume com mais espaço interno, melhor desempenho, mesma modularidade e tecnologia acima da concorrência, mas será o suficiente?

Melhor desempenho e consumo de combustível. Espaço interno surpreendentemente mais generoso. A mesma modularidade de antes. Muito mais tecnologias embarcadas, inclusive em relação a outros concorrentes do segmento.

Sim, o Honda City Hatch é um carro melhor do que o saudoso Fit jamais foi. Por que, então, a fabricante japonesa demonstra tanta cautela em relação ao mais novo irmão gêmeo do já lançado City sedan de nova geração?

Novato substitui icônico monovolume com mais espaço interno, melhor desempenho, mesma modularidade e tecnologia acima da concorrência, mas será o suficiente?

A resposta é simples: carisma. Em 18 anos de mercado, o Fit conquistou facilmente a confiança dos clientes brasileiros com sua aura de carro confiável, familiar, pacato. Ele podia ser duro e gritão, mas deixava claro o quanto era racional e inteligente no aproveitamento de espaço.

No City Hatch, temos uma traseira até mais chamativa e bonita. Só que o aspecto é de um dois-volumes compacto comum, sem tanta personalidade – até pela dianteira quase idêntica à do City sedan –, característica da qual o Fit sabia fugir com maestria.

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Temos outra questão: o modelo representa um movimento ousado da Honda em direção oposta ao do mercado. Enquanto fabricantes rivais se preocupam em tornar seus carros mais altos e gordinhos para vendê-los como SUV, a empresa nipônica resolveu trocar um monovolume altinho por um hatchback mais baixo e longilíneo.

Loucura? Talvez, especialmente se observarmos que as vendas de veículos com esse tipo de carroceria só vêm caindo. Ainda mais quando verificamos que o novo City Hatch não custará menos de R$ 114.200 – veja aqui a lista completa de preços e versões

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No entanto, assim que fazemos um contato mais direto com o modelo, entendemos suas qualidades e que, sim, ele tem condições de conquistar tanto compradores usuais do Fit quanto pessoas que antes torceriam o pescoço para o monovolume, por acharem-no careta. 

Será o suficiente para o City Hatch alcançar o mesmo nível de sucesso e renome do antecessor? A Mobiauto teve a experiência de um dia inteiro a bordo do modelo poucos dias antes de seu lançamento, na versão de topo, Touring, lançada por mais de R$ 120.000. Confira abaixo o que achamos: 

Honda City Hatch Touring 2022 - Preço: R$ 122.600. Pintura metálica: R$ 1.700. Total: R$ 124.300.

Leia também: Avaliação: novo Honda City consegue consolar os órfãos do Civic?

Design e plataforma

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A dianteira do City Hatch é quase a mesma do sedan. Mudam só as divisórias da grade, do tipo colmeia no lugar das barras horizontais. O balanço dianteiro, inclusive, é bem mais bicudo que o do Fit, o que o deixa mais espichado em comprimento, por um lado, mas limita seu ângulo ataque a meros 15,3 graus.

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Na versão Touring, o conjunto óptico é full-LED com direito a farol alto com comutação automática (ele desliga ao detectar outro veículo por perto, para não ofuscar a visão de outros motoristas, e reacende quando o caminho fica livre). Acima das tomadas de ar, uma larga barra cromada marca a assinatura visual da marca.

Lateralmente, temos um desenho sóbrio e idêntico ao do City sedan da ponta do nariz até a coluna C. Nem as portas laterais traseiras ou as rodas mudam. A única diferença, obviamente, está no caimento do balanço traseiro, o que explicita o quanto a Honda otimizou os custos de produção ao padronizar quase toda a estamparia dos dois modelos.

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O velho Fit já compartilhava com o City a matriz GSC (Global Small Cars) e toda a mecânica, porém usando uma carroceria totalmente distinta. Agora, praticamente tudo que existe no sedan foi transplantado para o hatch. Aliás, nesta nova geração da família City a plataforma foi mantida.

É por isso que a distância entre eixos é a mesma do velho City, assim como o vão livre do solo, colunas, para-brisa, bitolas e suspensões. A estrutura, porém, foi atualizada com aços de mais alta resistência, o que aprimorou em 6% a rigidez e reduziu o peso estrutural (que não é o peso total do veículo, apenas o da “carcaça”) em 7,3 kg.

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A traseira do City Hatch é, curiosamente, seu ponto alto. Com ar de Mercedes-Benz, traz um visual até mais agressivo que o do sedan, com uma chamativa assinatura em LED nas lanternas bipartidas. Vendo-o por este ângulo, especificamente, a saudade do Fit é zero.

Leia também: Honda City hatch: os detalhes de como será o sucessor do Fit no Brasil

Acabamento, conforto e espaço interno

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Por dentro, o novo hatchback da Honda tem um acabamento honesto para o segmento: muito plástico rígido no geral, porém muito bem montados, e com elementos suaves ao toque nos arredores dos apoiadores de braço das portas laterais. Só que, diferentemente do novo City sedan, o couro que reveste os bancos do dois-volumes é preto e não claro.

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O City Hatch também traz com exclusividade os bancos modulares Magic Seat, herdados do finado Fit. Com eles, a fabricante tenta manter no sucessor a reputação de veículo com bom aproveitamento de espaço interno. 

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Através dele, rebater tanto o encosto lombar quanto o assento do banco traseiro, ambos bipartidos, é fácil: basta puxar as travas nas pontas do encosto e a alça metálica que fica sob o assento, e que funciona como apoio e trava ao mesmo tempo, para empurrar ou puxar o conjunto com extrema facilidade, como num jogo de encaixar.

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Só o rebatimento completo dos bancos dianteiros, a fim de formar duas “camas” no chamado modo “Descanso” de rebatimento, é mais complicado: é preciso puxá-los ao máximo para frente e retirar os encostos de cabeça a fim de que desçam completamente e fiquem alinhados ao assento traseiro. Demora-se a pegar o jeito, mas não chega a ser difícil.

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Uma boa notícia é que o City Hatch tem um espaço para pernas muito mais generoso, muito mesmo, do que tinha o Fit ou possui qualquer rival seu. O vão que sobra na fileira traseira é tão insano que faz inveja até a sedans ou SUVs médios. Chega a lembrar, guardadas as devidas proporções comparativas, a cabine de uma Ram 1500.

Leia também: Honda City hatch: as qualidades do Fit que queremos que ele herde

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Como o túnel central é muito pouco elevado e o modelo tem 5 cm a mais de largura em relação ao antecessor, até quem vai sentado na posição traseira do meio viaja com conforto para esticar as pernas e sem ter seus ombros espremidos. Jamais se viu compacto com espaço assim.

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Outra evolução notória está nos bancos em si. Os dianteiros foram completamente reestruturados, ficando muito mais ergonômicos e confortáveis. Ao mesmo tempo, o ponto H foi mantido igual ao do Fit, o que significa que o motorista do hatchback não se sentará em posição mais baixa do que no monovolume. 

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Ao mesmo tempo, o banco traseiro é mais alto do que era o do antecessor, deixando os passageiros mais altos e sem a sensação de estarem afundados. Todo esse ganho teve um sacrifício: a cabeça. Devido ao teto mais baixo, pessoas de estatura mais elevada têm boas chances de rasparem ou baterem a cabeça no teto, principalmente no banco de trás.

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Outra desvantagem está no porta-malas, cujo volume caiu substancialmente de 363 para 268 litros. É uma diferença de quase 100 litros, o que deixa o City Hatch com um dos menores bagageiros de todo o mercado nacional. Até o do Renault Kwid é maior. Pergunto-me se não valia ter um pouco menos de vão para pernas para um compartimento de bagagens maior.

Dimensões: comprimento, 4.341 mm; entre-eixos, 2.600 mm; largura, 1.748 mm; altura, 1.498 mm; porta-malas, 268 litros; tanque de combustível, 39,5 litros; peso em ordem de marcha, 1.180 kg.

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Desempenho e dirigibilidade

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A capacidade cúbica é a mesma, então pode parecer que não, mas a Honda trocou o motor da nova família City. Chamada internamente de BS6, a usina traz o bloco do propulsor turbinado usado pelos extintos HR-V e Civic Touring, porém numa configuração naturalmente aspirada.

As quatro válvulas por cilindro seguem lá, assim como o duplo comando e a variação inteligente na fase de admissão, através do conhecido sistema i-VTEC – capaz de variar não apenas o tempo, mas também o nível de abertura das válvulas. Há, ainda, injeção direta de combustível, o que permite uma potência de 126 cv e torque de 15,8 kgfm com etanol.

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Na comparação com oponentes dotados de motores 1.0 turbo, como Chevrolet Onix Turbo, VW Polo 200 TSI ou Hyundai HB20 TGDi, o City Hatch perde para os dois primeiros em aceleração de 0 a 100 km/h: 10,6 segundos contra 9,5 s e 10,1 s, respectivamente. Mas ganha do terceiro com vantagem de 0,1 s.

Na prática, podemos dizer que falta o punch proporcionado pelo turbo a cerca de 1.500 rpm, mas o novato desenvolve com linearidade e de maneira progressiva, demonstrando ter bom fôlego e elasticidade para uso na cidade e na estrada. Tanto que seu 0 a 100 km/h é 1,4 s melhor que o do extinto Fit EXL.

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Há três modos de condução: o Eco, selecionável através de um botão com o desenho de uma planta ao lado da manopla de câmbio, prioriza o consumo de combustível e mantém os giros baixos. Já o S, ativado na alavanca, torna as trocas de marcha manuais (de maneira surpreendentemente permissiva) e trabalha com as rotações do motor lá em cima. 

Por fim, o modo Normal surge quando se liga o carro, com o câmbio em D e o botão Eco desligado. Proporciona uma condução mais sóbria e equilibrada entre as outras duas propostas.

Motor: 1.5, dianteiro, transversal, quatro cilindros em linha, 16V, aspirado, flex, DOHC, comando variável de válvulas de admissão, injeção direta de combustível
Taxa de compressão: não divulgada
Potência: 126/126 cv (G/E) a 6.200 rpm
Torque: 15,5/15,8 kgfm (G/E) a 4.600 rpm
Peso/potência: 9,4/9,4 kg/cv (G/E)
Peso/torque: 76,1/74,7 kg/kgfm
Câmbio: automático CVT, 7 marchas simuladas
Tração: 4x2 dianteira
0 a 100 km/h: 10,6 segundos
Velocidade máxima: não divulgada

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O câmbio CVT se comporta bem quando aceleramos com comedimento. Aliás, as borboletas para trocas manuais das marchas simuladas são bem-vindas. Bastam alguns kickdowns, porém, para logo surgirem os velhos e incômodos berros do motor a giros mais altos, característicos do casamento com uma caixa continuamente variável.

Nem mesmo a aplicação de manta no capô, isolador inferior do motor, revestimento antirruído no assoalho e spray de espuma de poliuretano nas bases das colunas A e B impedem que esses gritos do trem de força invadam a cabine. Num geral, o isolamento acústico é melhor que o do Fit, mas apenas mediano para o segmento.

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As suspensões mantiveram as arquiteturas de outrora, mas foram recalibradas e o conjunto dianteiro ganhou stop hidráulico. Na prática, sente-se o City Hatch atuando com bem mais conforto e suavidade que o Fit sobre pisos bem pavimentados. 

Na verdade, o novato até pendula um pouquinho dinamicamente, lateral e longitudinalmente, como se estivéssemos num confortável sedan executivo. O sossego acaba quando passamos por um buraco ou lombada mais abrupta, tão comuns neste Brasil varonil. Nesse momento, as pancadas são quase tão secas quanto eram no antecessor.

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Além disso, o ângulo de ataque baixo demanda atenção o tempo todo ao transpor valetas e o nível de visibilidade, embora adequado para um hatchback, não é o mesmo do monovolume, que tinha colunas mais finas, dois falsos quebra-ventos antes das portas dianteiras e um para-brisa mais amplo.

Dados técnicos: direção elétrica progressiva; suspensões tipo McPherson (dianteira) e eixo de torção (traseira); freios a disco ventilados (dianteira) e tambor (traseira); diâmetro de giro, 10,6 m; vão livre do solo, 144 mm; ângulo de ataque, 15,3°; ângulo central, não divulgado; ângulo de saída, não divulgado.

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Consumo

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Um bom trunfo do City Hatch está no consumo de combustível. Todos os seus números no Programa de Etiquetagem Veicular do Inmetro são superiores aos do Fit e batem, inclusive, os de Polo 200 TSI e HB20 1.0 TGDi. Só não ganham dos do Chevrolet Onix, mas com promessa de mais de 13 km/l na cidade com gasolina não há muito o que reclamar.

Consumo (Inmetro): 9,1 km/l com etanol e 13,3 km/l com gasolina na cidade / 10,5 km/l com etanol e 14,8 km/l com gasolina em rodovia

Segurança e tecnologias

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A Honda está cobrando caro pelo City Hatch, fato, mas em termos de segurança o pacote da versão Touring está imbatível dentro da realidade do segmento, graças ao pacote Sensing. Só ele, entre todos os hatches compactos do mercado nacional, traz de série:

Seis airbags; controle de cruzeiro adaptativo; frenagem autônoma emergencial com detecção de pedestres, ciclistas e veículos cruzando à diagonal; assistente de permanência e alerta de troca involuntária de faixa; câmera lateral direita de auxílio ao ponto cego; sensores de estacionamento dianteiros e traseiros; câmera de ré com três modos de uso.

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O ACC funciona a partir de 30 km/h (velocidade dificilmente alcançável em um trânsito mais carregado) e o assistente de faixa, aos 70 km/h. Assim, ambos parecem mais afeitos para uso na estrada do que em um congestionamento em perímetro urbano.

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De todo modo, surpreendeu muito positivamente o nível de progressão das frenagens automáticas, sem solavancos. Melhor ainda é a correção milimétrica do volante para manter o veículo centralizado na faixa de rolamento, sem cambalear entre as extremidades como acontece, por exemplo, com os modelos da Stellantis.

Os sensores de estacionamento dianteiros são bem-vindos em um carro com balanço frontal tão proeminente, enquanto a câmera de ré oferece boa qualidade de imagens e gráficos dinâmicos. O modo 180° é bom para ampliar a visão do “todo” na hora de manobrar, enquanto o de visão superior ajuda a enxergar com precisão o limite da vaga.

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Não tão útil assim é a câmera de ponto cego à direita, acionada toda vez que se dá seta para aquele lado. Seu campo de visão não é tão maior que o do retrovisor e a imagem entra por cima da central multimídia. Durante uma conversão à direita guiada pelo GPS, isso pode mais atrapalhar que ajudar. Um botão na ponta da chave de seta permite desativar o sistema.

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Falando em multimídia, o sistema de entretenimento foge de tudo que conhecemos nos carros da Honda: é ágil, facílimo de mexer e possui excelente resolução de tela. Já o cluster parcialmente digital lembra o do Nissan Kicks, só que um pouco menos intuitivo e amigável do que a central. Parece fortuito, mas faz falta um botão de “Voltar” no raio esquerdo do volante.

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Por fim, uma observação sobre os comandos do ar-condicionado automático. São muito bons, verdade, mas sentimos falta de uma ótima sacada do Fit: bastava deslizar o dedo sobre um sensor para maximizar ou minimizar a intensidade e a temperatura. Explicamos como funcionava esse item neste vídeo sobre o finado WR-V. Relembre.

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Honda City Hatch Touring 2022 – Itens de série

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Além dos obrigatórios airbags frontais, freios dianteiros com ABS (antitravamento) e EBD (distribuição eletrônica de frenagem), cintos de segurança de três pontos em todas as posições, encostos de cabeça em todas as posições e ganchos Isofix para cadeirinhas infantis, o City Hatch Touring 2022 vem de série com:

Visual: faróis full-LED com luzes diurnas integradas, acionamento automático, farol alto automático e ajuste manual de altura do facho; faróis de neblina de LED; lanternas com guias e luzes de freio de LED; rodas de liga leve aro 16 polegadas com acabamento diamantado e preto brilhante; antena tipo barbatana de tubarão.

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Conforto e acabamento: chave com sensor presencial; partida do motor por botão; travas elétricas; vidros com função “um-toque” e antiesmagamento; volante multifuncional com regulagem de altura e profundidade; retrovisores externos com rebatimento elétrico; ar-condicionado automático e digital, bancos com revestimento em couro sintético na cor preta; teto em tom claro; bancos dianteiros rebatíveis em modo cama; banco traseiro bipartido com encosto e assento rebatíveis.

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Tecnologia: quadro de instrumentos parcialmente digital de 7”; central multimídia de 8 polegadas com Android Auto e Apple CarPlay sem fio; sensores de estacionamento dianteiros e traseiros; câmera de ré com gráficos dinâmicos e três modos de visualização (130°, 180° e visão superior); modos de condução Eco, Normal e S.

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Segurança: estrutura de deformação progressiva; controles de estabilidade e tração; assistente de partida em rampa; seis airbags (frontais, laterais e de cortina); alerta de não afivelamento dos cintos de segurança; monitoramento de pressão dos pneus; câmera para redução de ponto cego à direita; frenagem autônoma de emergência com detecção de pedestres, ciclistas e carros cruzando à diagonal; controle de cruzeiro adaptativo (ACC); assistente de permanência em faixa; alerta de troca involuntária de faixa.

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City hatch vale mais a pena que o Fit?

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Como carro, certamente. Conforme vimos acima, o City hatch supera o Fit em quase tudo: desempenho, dirigibilidade, consumo, conforto, ergonomia, espaço interno, segurança e tecnologias. Perde em quesitos como espaço para cabeça, porta-malas, diâmetro de giro (0,4 m pior) e ângulo de ataque, mas o saldo ainda é bem positivo.

Entretanto, sabemos que mercado não é ciência exata e a Honda precisará saber vender as qualidades de seu novo produto, que ainda não tem o carisma fácil de seu antecessor e chega em um momento delicado para o segmento de hatches.

O preço salgado até em relação a seu irmão sedan não ajuda, isso é certo, mas quer saber? Que bom que o Fit foi substituído por um hatch. É uma brisa refrescante em meio ao tufão de verdadeiros e falsos SUVs que vem virando o mercado de cabeça para baixo.

Imagens: Divulgação/Honda
Arte placas: Kleber Silva/Mobiauto

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