11 economias de custo absurdas que os carros brasileiros fazem

Muitas vezes, o esforço para cortar custos sacrifica itens que, em pleno 2022, tornaram-se essenciais para os consumidores

Por Camila Torres

31.08.2022 às 10:07

Muito se fala que os carros estão cada vez mais caros, mas também mais equipados. A lista de itens de segurança obrigatórios pode até estar crescendo, mas alguns equipamentos básicos estão sendo cortados discretamente para aumentar as margens de lucro em tempos difíceis para as fabricantes.

Porém, algumas economias são tão absurdas que nem parecem verdade. Enquanto as montadoras, de um lado, priorizam versões mais caras para aumentar sua lucratividade, por outro, tentam ganhar duplamente cortando componentes que não fazem muito sentido.

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Rodas com três furos, para-brisa com só um limpador, lanternas com apenas uma luz de ré, caçamba sem capota marítima e quadro de instrumentos sem conta-giros são alguns exemplos. Porém, muitas vezes a economia vira meme, e custa bem mais caro do que a marca esperava.

Nesta lista, relembramos itens básicos que não estão presentes em veículos zero-quilômetro vendidos em pleno 2022. Lembrou de algum modelo ou item que não mencionamos? Deixe nos comentários.

Os itens mais absurdos que as fabricantes tiveram coragem de cortar

Citroën C3 - conta-giros e chave

Muitas vezes, o esforço para cortar custos sacrifica itens que, em pleno 2022, tornaram-se essenciais para os consumidores

Vamos abrir nossa lista com o recém-lançado novo Citroën C3, que chega para ser o hatch compacto mais barato do Brasil. Para isso, sacrificou diversos equipamentos, pois não oferece conta-giros, sensor de estacionamento, banco traseiro bipartido, ajuste de altura dos cintos dianteiros e nem chave canivete.

E acredite: nem nas versões mais caras, já na faixa de R$ 90.000, a chave muda ou o conta-giros aparece… Carro “raiz” ou absurdo mesmo?

Renault Kwid - rodas e limpador de para-brisa

Para oferecer o atual carro mais barato do Brasil, a Renault precisou fazer alguns cortes na lista de itens de série do Kwid. Até aí nós entendemos, pois não dá para se ter tudo na vida. No entanto, a medida deixa o Kwid sem conta-giros nas versões mais básicas e só com um limpador de para-brisas.

Mas não para por aí. A tampa do porta-malas não possui botão de abertura. Você só consegue destravá-la dentro da cabine ou pela chave. E se você olhou para as rodas, percebeu que ali só existem três pontos de parafuso, como no velho e bom Ford Corcel. Neste último quesito, só se salva o elétrico Kwid e-Tech.

Fiat Mobi e Argo - limpador do vidro traseiro

Se a Renault economizou no limpador de para-brisa, a Fiat não ficou para trás e cortou o limpador do vidro traseiro das versões mais básicas do subcompacto Mobi e até do compacto Argo. E isso antes da crise causada pela pandemia. Ou seja, o problema não era falta de insumo.

VW Polo e Virtus - alças de teto

O que você pensa quando procura as alças de teto em um carro e não acha? A VW não se preocupou muito e cortou o item achando que talvez não fosse fazer falta. Mas fez.

Afinal, tanto o Polo quanto o Virtus pertencem a uma categoria de hatch ou sedan compacto “premium”. Logo, tudo que o consumidor quer é uma lista de equipamentos completinha. Em outros tempos, as versões intermediárias dos irmãos também não dispunham de ajuste nem de altura do volante, mas este “lapso” já foi corrigido.

Peugeot 208 - banco bipartido e luzes de cortesia

O Peugeot 208 1.0 Style tem um ótimo custo-benefício. Por R$ 80.000, traz teto solar panorâmico, câmera de ré, sensor de estacionamento traseiro, carregador por indução, multimídia com espelhamento sem fio e volante com ajuste de altura e profundidade.

Porém, cortou o banco traseiro bipartido e até as luzes de cortesia da cabine. Tirando aquela iluminação central de teto, não há nenhuma outra lampadazinha no porta-luvas, nos espelhos dos quebra-sóis, no porta-malas ou para quem senta na segunda fileira. Se cair alguma coisa no chão, o jeito é recorrer à lanterna do celular.

Peugeot Partner Rapid e VW Saveiro - ar-condicionado

Tirar as alças de teto dá até para tolerar, mas o ar-condicionado, em pleno 2022, aí já é demais. Ainda mais quando vemos que a VW Saveiro Robust Cabine Dupla custa R$ 106.360 e não vem com o equipamento. Um Peugeot Partner Rapid de R$ 101.390 também não! E ambos são frutos de projetos antigos, com custo amortizado.

Até entendemos que um veículo voltado para trabalho não precisa de muitas firulas, mas o ar-condicionado já se tornou trivial em 2022. Isso sem contar que, na estrada, dirigir com os vidros fechados e o ar ligado poupa mais combustível do que fazer o contrário, confira aqui.

O jeito para se refrescar é andar com o vidro aberto, como os maias e astecas faziam…

Toyota Corolla Cross - escape e freio de estacionamento

Um carro do porte e preço do Toyota Corolla Cross deveria vir com freio de estacionamento por alavanca ou eletrônico? A Toyota descartou as duas opções e escolheu um controverso freio de estacionamento por pedal.

Por incrível que pareça, não foi a única, pois o novo Nissan Sentra a ser lançado no Brasil nos próximos meses também terá este item pitoresco.

A suspensão traseira por eixo de torção em um SUV médio de quase R$ 200.000 também incomoda, mas o que mais gerou polêmica mesmo foi o escapamento do Corolla Cross, graças ao abafador aparente demais. Ainda mais quando consumidores viram que, em outros mercados, a peça é muito mais bem escondida.

Incomodada com as críticas, a Toyota tentou resolver o problema pintando parcialmente o silencioso. O que ela não esperava é que a tinta descascaria rapidamente com o calor, deixando o aspecto ainda mais feio, e que isso tomaria outra dimensão, com direito a investigação do Ministério da Justiça.

Como se pode ver, aqui a economia custou caro para a imagem da marca.

Fiat Pulse Abarth e Fastback - freios traseiros

Os modelos ainda não foram lançados oficialmente, mas nós já sabemos que ambos terão freios traseiros a tambor ao invés de discos sólidos. Parece fortuito, mas é algo realmente questionável.

No caso do Fastback, porque será o carro de passeio mais caro da marca por aqui. No do Pulse Abarth, por ser vendido como um esportivo genuíno, marcando o retorno da divisão esportiva da Fiat para o Brasil. Ah, e ambos devem superar a faixa de R$ 150.000.

Nova Chevrolet Montana - suspensão traseira

Outro modelo que ainda não foi lançado, mas a Mobiauto já descobriu alguns detalhes é a Chevrolet Montana, que terá a suspensão traseira por eixo de torção, uma alternativa mais simples e barata que as arquiteturas independentes usadas nos eixos traseiros das rivais Renault Oroch e Fiat Toro.

Fiat 500e - ajustes dos bancos

O Fiat 500e é exibido nas vitrines das concessionárias à R$ 250.000. O fato de ser elétrico justifica boa parte do preço. O curioso é que a Fiat optou por ajustes manuais dos bancos dianteiros, o que chega a ser incongruente para um carro vendido a esse valor e que, lembremos, é elétrico.

Nessa faixa, tudo que nós esperamos é o botãozinho no flanco do assento para selecionarmos a posição ideal sem esforço.

Ford Maverick - capota marítima

A Ford Maverick custa quase R$ 250.000 e não vem com capota marítima. Aqui a pergunta não é nem quanto a Ford economizou tirando a capota dos itens de série, mas quanto ela ganha vendendo o item como acessório. São R$ 1.250 pela tradicional, R$ 5.721 pela rígida manual e R$ 7.571 pela rígida elétrica.

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Camila Torres

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A faculdade me fez jornalista, a vida me fez aficionada por carros esportivos e adrenalina. Unindo paixão e profissão, realizo a missão de conectar pessoas com o universo automotivo, mas confesso que já tentei pilotar um kart e não deu muito certo.