Novo Renault Captur antecipa traços do futuro SUV cupê híbrido nacional

Com plataforma do Kardian e projeto mais moderno do que o finado Captur brasileiro, SUV seguirá vivo na Europa por mais alguns anos
Renan Rodrigues
Por
13.12.2023 às 09:00
Com plataforma do Kardian e projeto mais moderno do que o finado Captur brasileiro, SUV seguirá vivo na Europa por mais alguns anos

Apesar do forte investimento no Brasil e da promessa de produtos globais, a Renault seguirá com linhas de modelos diferentes entre Brasil e Europa. A prova disso vem do novo Captur, que já saiu de linha no Brasil, mas ganhará um interessante facelift para os demais mercados.

Vale lembrar que o Captur europeu e o brasileiro eram diferentes, já que o nacional era derivado do projeto russo Kaptur, com a mesma plataforma do Duster, enquanto o europeu utiliza a plataforma CMF-B, a mesma do Kardian.

E por que o facelift do Captur europeu interessa ao mercado brasileiro? Ele antecipa elementos visuais do futuro SUV cupê híbrido flex que a Renault fabricará no Brasil. O modelo fará, junto com a picape Niagara, parte de uma nova família de produtos compactos-médios da marca. O projeto é conhecido pelo código D1312.

Você também pode se interessar por:

Essa informação foi antecipada com exclusividade por nossa reportagem em fevereiro deste ano. A família ainda terá um terceiro produto, um SUV de sete lugares (projeto X1312), a ser lançado em 2026.

Segundo executivos da Renault, o SUV cupê é um projeto “inédito” e fará sua “estreia global” no Brasil, com expectativa de que seja exportado para mais de 20 países. Por isso, receberá um nome ainda não utilizado pela fabricante, o que praticamente descarta a chance de ele ser tratado como uma segunda geração do Arkana.

No INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial), já há alguns nomes registrados e que poderiam ser aproveitados pelo projeto: Kenium, Nevada e Napurna são exemplos.

Relações visuais

Apesar de ser derivado da terceira geração do Duster, é bem possível que vários elementos presentes nesse flagrada do Captur europeu estejam no futuro modelo nacional. O principal deles é o formato da grade, do tipo “infinita” (sem bordas definidas) e, obviamente, a presença do novo logo da Renault.

A traseira certamente será bem diferente. Além da caída cupê, há uma diferença de posicionamento. Enquanto o Captur é um SUV compacto para o mercado europeu, o novo SUV nacional será considerado médio, feito para concorrer com Jepp Compass.

O que o projeto D1312 herdará do novo Duster

Em relação ao Dacia Duster de terceira geração, recentemente apresentado na Europa, o futuro SUV cupê nacional da Renault herdará dele basicamente toda a estrutura da carroceria, do mesmo modo que o Kardian deriva diretamente do atual Dacia Sandero Stepway.

Portanto, o que veremos do visual terá alguma similaridade com carros que já conhecemos, mas para-brisa, colunas A e B, teto, portas laterais dianteiras, painéis de acabamento interno, bancos, conjuntos de freio, de suspensão e arquitetura elétrica e eletrônica virão do Dacia Duster de terceira geração.

A Mobiauuto antecipou em julho deste ano, e confirmamos em outubro, o projeto D1312 se descolará do Duster para seguir com a estratégia da marca francesa de se descolar da subsidiária romena de baixo custo, oferecendo produtos com ar mais sofisticado e maior rentabilidade.

Além disso, o atual Duster, construído sobre a plataforma B0, será renovado para seguir na gama pelo menos até 2028, algo que revelamos em primeiríssima mão em abril de 2022.

Motor turbo e (talvez) híbrido

O inédito SUV cupê nacional da Renault terá sob o capô o conhecido motor 1.3 turbo flex quatro-cilindros 16V da família TCe, com injeção direta de combustível. Rende 170 cv com etanol, e 27,5 kgfm de torque com qualquer combustível. Assim como acontecerá com Kardian, Niagara e Nissan Kicks, ele poderá adotar o câmbio EDC (automatizado de dupla embreagem) com seis marchas, em preparação para ser eletrificado.

A Horse, nova subsidiária de trens de força da Renault, já confirmou um investimento de R$ 100 milhões para fabricar localmente o motor turbinado de 1,3 litro em São José dos Pinhais, junto do motor 1.0 turbo da mesma família e do 1.6 SCe naturalmente aspirado.

No entanto, nada de 1.0 1.0 TCe de 125 cv do Kardian no projeto D1312, uma vez que seria insuficiente para enfrentar Jeep Compass, Corolla Cross e VW Taos. A grande sacada estará na oferta, talvez em um segundo momento do projeto, de versões híbridas, aliando o motor 1.6 SCe a outro elétrico, formando 145 cv combinados.

Comentários