VW Kombi elétrica vem ao Brasil cheia de truques. Nós já vimos de perto

ID Buzz se inspira visualmente na clássica Kombi corujinha, mas tem tecnologias e truques que a Velha Senhora nem sonhava existir quando foi criada
LF
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26.09.2022 às 18:31
ID Buzz se inspira visualmente na clássica Kombi corujinha, mas tem tecnologias e truques que a Velha Senhora nem sonhava existir quando foi criada

Um veículo com quadro de instrumentos 100% digital totalmente destacado do painel, tela com funções tridimensionais que “acompanham” a perspectiva do condutor conforme ele acelera, freia ou faz curvas. Uma central multimídia igualmente flutuante e cheia de recursos de conectividade.

Um console central com gavetas escamoteadas e que pode ser removido ao clicar de um botão. Portas laterais corrediças com abertura e fechamento elétrico ao toque de uma maçaneta. Porta-malas elétrico com tampa antiesmagamento, capaz de detectar quando vai espremer uma pessoa ou objeto e, assim, interromper o fechamento.

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Todos esses recursos já se tornaram habituais em veículos dos anos 2020, ainda mais se for um elétrico e produzido na Europa. Mas e quando estamos falando de uma releitura da Kombi, criada oficialmente pela Volkswagen para ser a “Kombi elétrica” do futuro? Aí eles passam a chamar mais a atenção.

Sim, estamos falando da VW ID Buzz. Já revelada globalmente nas configurações de passageiro (na qual terá opções de cinco, seis ou sete lugares) e Cargo, ela e tornou a grande bibelô da fabricante em diversos eventos pelo Brasil, como o festival de música Rock in Rio e até o Boat Show, mostra em São Paulo (SP) voltada à exposição de tecnologias do ramo náutico.

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O contato com a ID Buzz no Brasil

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Foi neste segundo local que a Mobiauto teve contato próximo à Kombi elétrica nos últimos dias. Não foi desta vez que pudemos testar o desempenho e a dinâmica de seus 204 cv e 31,6 kgfm, gerados por um motor traseiro e com tração também traseira, como na Velha Senhora original! A diferença é que aqui o propulsor boxer a ar dá lugar a outro elétrico.

Outra similitude entre a Kombi original e a ID Buzz – que é chamada de “Kombi elétrica” pela própria VW, frise-se, portanto não somos nós que estamos forçando esta associação – é o visual “pão de fôrma” com pintura saia-e-blusa, atributos inspirados na cultuada Kombi corujinha, a mais antiga de todas.

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Tirando isso e os freios traseiros a tambor, não há qualquer outro parâmetro de comparação entre elas. Porque, obviamente, a Velha Senhora é um veículo utilitário típico dos anos 1940 ou 50, enquanto a ID Buzz representa tudo que de mais moderninho um utilitário pode oferecer nos anos 2020.

Além de elétrica, ela possui enormes rodas de liga leve aro 20 com caráter aerodinâmico e faróis de LED com o sistema inteligente IQ Light – o mesmo do novo Polo GTS, só que ainda mais tecnológico.

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Elétrica e quase autônoma

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Isso sem falar que, de acordo com a VW, a ID Buzz já ocupa o Nível 4 (de um total de 5, na escala SAE) em termos de condução autônoma. É tão avançada que nem todos os recursos do sistema Car2X estarão habilitados desde já.

Em princípio, ela oferecerá frenagem automática emergencial dianteira (AEB), assistente ativo de permanência em faixa e controle de cruzeiro adaptativo (ACC). 

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No futuro, através de atualizações de softwares via nuvem, a fabricante ativará o “Assistente de Viagem”, um ACC quase 100% autônomo em rodovias, capaz de controlar velocidade, acelerações, frenagens e até trocas assistidas de faixa.

O Car2X também será capaz de “conversar” com os veículos à sua volta, captando sinais de outros carros conectados e dos sistemas de monitoramento de tráfego das cidades para detectar perigos e outros cenários de alerta em tempo real. Mas isso ficará para um futuro não muito distante.

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Múltiplas facetas

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A unidade trazida para exibição no Brasil é de passageiros e tem cinco lugares. Na Europa, haverá ainda opções para seis ocupantes (3+3, com três assentos em uma fileira dianteira inteiriça, o que cria outra conexão entre a ID Buzz e a velha Kombi) ou sete (2+3+2, incluindo uma terceira fileira de bancos).

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Por lá, também será oferecida a variante Cargo, com apenas a ala dianteira de assentos e um compartimento de carga enorme ao fundo. Futuramente, virá uma derivação picape com cabine dupla. Em todas elas o motor será o mesmo, assim como o banco de baterias, posicionado no assoalho, com 83 kWh brutos e 77 kWh líquidos de capacidade.

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Por dentro, o estilo é até mais minimalista que o dos irmãos ID.3 e ID.4, com direito a brincadeiras com easter eggs, tampas com desenho de sorriso escondendo parafusos e até sinais de “play” e “stop” nos pedais de acelerador e freio. Que, por sinal, são feitos de metal escovado.

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O console central conta com “gavetas” que ampliam a quantidade de porta-objetos, mas o mais espantoso é que você pode removê-lo completamente, apenas apertando um botão no canto da peça. Ao tirá-lo, cria-se um vão entre os dois bancos. Para recolocá-lo, basta encaixar o componente nas travas corretas do assoalho.

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No banco de trás, há mesinhas para os passageiros fazerem refeição, como numa poltrona de avião, e as alças laterais são maleáveis e de couro. Os assentos deslizam sobre trilhos, o que permite modular a distância para a fileira adiante.

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Bagageiro generoso e precavido

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O bagageiro comporta 1.121 litros nesta configuração, e o volume passa de 2.000 litros se o banco traseiro for rebatido. O compartimento possui uma tábua divisória, que nivela o “chão” em caso de rebatimento e permite deixar na parte de baixo toda a parafernália de recarga.

A tampa do porta-malas, apesar de enorme, possui abertura e fechamento elétrico, com direito a detecção antiesmagamento – ao encostar em uma cabeça ou objeto, o fechamento é automaticamente interrompido para evitar acidentes.

Plataforma e dimensões

ID Buzz se inspira visualmente na clássica Kombi corujinha, mas tem tecnologias e truques que a Velha Senhora nem sonhava existir quando foi criada

Construída sobre a plataforma MEB, a ID Buzz ou Kombi elétrica tem alcance de 423 km no ciclo WLTP. Com uma potência de carga de até 170 kW, é possível recuperar de 5% a 80% da energia em 30 minutos utilizando corrente contínua (DC). Em um wallbox de 11 kW por corrente alternada (AC), são 7 horas para completar a carga.

A van elétrica mede 4.712 mm de comprimento, apenas 20 cm a mais do que uma Kombi dos anos 1950, mas com 2.988 mm de entre-eixos, um aumento de quase 49 cm. Ao mesmo tempo, seu diâmetro de giro é de 11,1 m, similar ao de um Golf. Ela também é 16,5 cm mais larga que a velha Kombi (1.985 mm) e 10 cm mais baixa (1.938 mm).

Ela vem ou não vem?

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Na Alemanha, já é comercializada com preço inicial equivalente a R$ 340.000. Por aqui, nossa aposta é que ela deve chegar até 2024, custando mais de R$ 400.000.

Este jornalista foi o primeiro a afirmar que a Kombi elétrica estava nos planos da marca para o Brasil, em dezembro de 2019, quando a ID Buzz ainda era um conceito. E por que outro motivo você acha que a VW está insistindo tanto em mostrá-la ao público brasileiro? É uma clínica preparatória e nada secreta.

Imagens: Leonardo Felix/Mobiauto

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