Novo Renault Kwid: cinco coisas que queríamos que mudassem nele

Atual carro mais barato do Brasil será renovado em janeiro de 2022, e torcemos muito para que estas suas características abaixo sejam melhoradas
LF
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26.11.2021 às 19:19
Atual carro mais barato do Brasil será renovado em janeiro de 2022, e torcemos muito para que estas suas características abaixo sejam melhoradas

 O Renault Kwid é o atual carro mais barato à venda no Brasil. Por uma diferença R$ 100, ok, mas o fato é que, partindo de R$ 48.790 na versão Life, enquanto um Fiat Mobi Easy começa em R$ 48.890, o subcompacto se tornou uma espécie de ganha-pão da marca francesa no Brasil. 

Afinal, é o único carro da fabricante instalada em São José dos Pinhais (PR) a ainda constar entre os 20 mais vendidos no Brasil. E, como a Mobiauto já contou, ele passará por uma importante reestilização de meia vida nas próximas semanas, acompanhada de uma inédita configuração elétrica revelada por nossa reportagem em primeira mão.

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Inicialmente previsto para o fim deste ano, o facelift atrasou e ficou para a segunda quinzena de janeiro. Incluirá novidades visuais, de equipamentos e um incremento no motor 1.0 três-cilindros 12V aspirado da família SCe. Ele passará a contar com comando variável de válvulas, como em Sandero e Logan, o que aumentará a potência de 70 para 82 cv com etanol.

Será que as mudanças serão suficientes para resolver os cinco pontos que levantaremos abaixo? Esperamos muito que sim, porque estes estão entre os detalhes que mais geram reclamações em relação ao famoso “SUV dos compactos”. Confira:

1. Desempenho na estrada e sensação de insegurança

O Kwid é até ágil e espertinho para uso na cidade. Devido às suas dimensões extremamente compactas e aos menos de 800 kg de peso, o modelo permite sair de semáforos com certa celeridade, além de caber em praticamente qualquer vaga.

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Entretanto, a falta de cavalaria e elasticidade do propulsor tricilindro fazem uma baita falta em rodovias. Segundo a Renault, são necessários 14,7 segundos para levá-lo de 0 a 100 km/h, com máxima de 156 km/h. Tal característica deve ser acentuada sobremaneira com a adoção de um propulsor mais forte.

Porém, talvez você continue querendo passar longe da velocidade máxima do Kwid caso a sensação de instabilidade a velocidades mais altas não diminua. As próprias características do veículo, como o habitáculo muito estreito e as chapas metálicas demasiadamente finas, contribuem para isso, mas existem outros detalhes que podem melhorar.

Caso a Renault consiga resolvê-los como fez com os freios – que usavam discos dianteiros sólidos durante os primeiros anos do subcompacto, mas passaram a discos ventilados a partir da linha 2020 e se tornaram muito mais eficientes –, será um ótimo passo para o Kwid voltar a ganhar popularidade no mercado.

2. Suspensões ruidosas e pouco eficientes

Um dos principais “culpados” pelo desempenho limitado do Kwid, seja na estrada ou ao encarar a buraqueira das ruas brasileiras, é o conjunto de suspensões, formado por um jogo McPherson desprovido de barra estabilizadora na dianteira e eixo rígido com molas helicoidais na traseira, além de pares de molas e amortecedores de baixa carga.

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Junte a isso as bitolas estreitas e os pneus com banda de rodagem fina e pronto: temos um carro instável, cambaleante e flutuante nas curvas das rodovias, e que absorve com deficiência e batente limitado as imperfeições de ruas esburacadas. E que, para completar, transfere muitos dos ruídos de todos esses impactos para a cabine.

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3. Rodas pequenas e com apenas três pontos de fixação

Ok, os três pontos de fixação são mais um incômodo conceitual, quase moral, de quem não estava acostumado a ver uma solução do tipo desde a família Corcel e seus derivados. Afinal, nunca vimos um Kwid com rodas soltas por aí, não é mesmo? O que significa que os três furos em vez de quatro não tornam a fixação tão mais insegura assim.

Mas o fato é que rodas de quatro furos abrem o leque quando se trata de customização e adaptação. Só que o que incomoda de verdade no Kwid é que seus pneus possuem bandas de rodagem muito finas, o que, conforme escrevemos mais acima, compromete a estabilidade.

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4. Câmbio por varão e embreagem por cabo

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Se você achava que estes dois componentes haviam sido extintos junto com a VW Kombi, em 2013, ledo engano. O Kwid ainda faz uso deles. No caso do varão, a Renault até soube se virar bem, oferecendo uma alavanca com engates relativamente próximos e que parecem ter sido lubrificados com manteiga na hora da troca, sem oferecer resistência nem arranhões. 

Eles ainda assim um bocado longos, imprecisos e moles, mas isso até passa. Já a embreagem acionada por cabo e não por atuadores hidráulicos é mais imperdoável, pois compromete a suavidade do pedal e costuma ter durabilidade menor. Será que a marca vai enfim trazer o pequeno hatch para o século 21 nesse sentido?

5. Isolamento acústico e contra vibrações

Poucos são os donos de Kwid que não reclamam jactantemente do excesso de ruídos presente no subcompacto. Rodar com ele é praticamente como estar acompanhado de uma bateria de escola de samba.

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Em vez do choro da cuíca, você ouvirá intensamente os ruídos do motor girando mais ou menos (e ainda sentirá a vibração típica de um três-cilindros sem muito esforço dos coxins para contê-la). 

Já o barulho de rolagem dos pneus no asfalto será como a cama de chocalhos. As suspensões se batendo constantemente contra as ondulações são os tamborins, enquanto os estalos relacionados à carroceria e aos itens de acabamento são as caixas e pratos.

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