Nissan investirá R$ 1,1 bilhão para ter novo Kicks híbrido nacional

SUV deve ganhar uma nova geração em 2025, com direito a uma motorização híbrida em série inspirada em caminhões gigantes de mineração
LF
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07.04.2022 às 11:55
SUV deve ganhar uma nova geração em 2025, com direito a uma motorização híbrida em série inspirada em caminhões gigantes de mineração

Com Camila Torres

A Nissan aproveitou o lançamento da Frontier 2023, na Argentina, para anunciar um investimento de US$ 250 milhões (ou R$ 1,1 bilhão) na fábrica de Resende (RJ). O dinheiro será usado para modernização e ampliação da capacidade produtiva do complexo, visando a uma “possível fabricação de novos produtos”.

Segundo o chefe global de operações (COO) da marca, Ashwani Gupta, o volume será aplicado gradativamente até 2025. Mas não se anime tanto, pois dificilmente ele resultará na produção de outro modelo que não seja o SUV compacto Kicks, já fabricado no país.

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O mais provável é que a fabricante japonesa já esteja preparando Resende para a segunda geração do modelo. Que, lembremos, ganhou vida em 2016 e passou por um facelift no ano passado. Até 2025, já estará mais do que na hora de atualizá-lo.

Portanto, esqueça o Magnite, que por muito tempo foi especulado para nosso mercado, mas nunca foi de fato um produto planejado para cá. O que a Nissan fará é preparar a fábrica brasileira para o método produtivo CMF, modernizando assim a base V do Kicks para uma nova geração. Que, possivelmente, terá a motorização híbrida e-Power.

Antes disso, é possível que a Nissan decida lançar o Kicks e-Power de geração atual importado do México. No país latino da América do Norte, o lançamento da configuração híbrida está previsto para o segundo semestre deste ano, o que significa que sua chegada ao nosso mercado poderia acontecer entre 2023 e 24.

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Como funciona o sistema híbrido e-Power

SUV deve ganhar uma nova geração em 2025, com direito a uma motorização híbrida em série inspirada em caminhões gigantes de mineração

Na Ásia, onde já é vendido, o Kicks e-Power possui 131 cv de potência e 26,5 kgfm de torque, mais do que os 114 cv e muito mais do que os 15,5 kgfm do Kicks 1.6 flex brasileiro. O mais curioso é que, apesar de ser considerado um modelo híbrido, ele é sempre tracionado por um motor elétrico, sistema que pode ser chamado “híbrido em série”.

Isso porque o motor 1.2 de três cilindros presente no conjunto funciona sempre e tão somente como gerador, alimentando uma pequena bateria de 1,5 kWh que, por sua vez, envia eletricidade de corrente alternada (AC) para um motor elétrico postado sobre o eixo dianteiro.

Tal conjunto fez sucesso no Japão com o monovolume Note, que passou anos sendo o modelo mais vendido do mercado. Sua inspiração vem de caminhões de mineração e trens de carga, que há anos já fazem uso da tecnologia a fim de melhorar a eficiência.

Nessa configuração, o Kicks e-Power promete consumo de combustível próximo a 30 km/l, o que lhe confere uma autonomia acima de 1.000 km. Para o Brasil, é possível que o futuro Kicks e-Power seja flex.

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Enquanto isso, aposta em importados eletrificados

SUV deve ganhar uma nova geração em 2025, com direito a uma motorização híbrida em série inspirada em caminhões gigantes de mineração

Enquanto o futuro Kicks de segunda geração não chega, a Nissan apostará forte em modelos importados no mercado brasileiro. Um deles é a nova geração do sedan médio Sentra, que já está em testes por aqui, conforme relatado pela Mobiauto há algumas semanas.

Seu lançamento deve ocorrer entre no começo de 2023, com motor 2.0 aspirado de injeção direta de combustível nas versões básicas e uma configuração híbrida e-Power de 135 cv e , similar à do Kicks asiático, com consumo acima de 25 km/l e que viria para encarar o Toyota Corolla Hybrid e a 11ª geração do Honda Civic.

Porém, assim como o novo Civic e:HEV, o Sentra e-Power será importado e movido apenas a gasolina, diferentemente do Corolla, produzido nacionalmente e cujo motor é o primeiro híbrido flex no mundo.

SUV deve ganhar uma nova geração em 2025, com direito a uma motorização híbrida em série inspirada em caminhões gigantes de mineração

A Mobiauto apurou que a fabricante planeja, ainda, lançar outro modelo com a tecnologia e-Power no país. Um candidato seria o Qashqai, SUV médio produzido no Reino Unido, que chegaria para concorrer com o Jeep Compass 4xe.

Além deles, o SUV elétrico convencional Ariya, apresentado aos jornalistas no fim do evento de lançamento da nova Frontier, pode ser outra novidade, fazendo par ou até mesmo como substituto do Leaf. Como o início de sua produção atrasou e o início global das vendas ficou para a segunda metade deste ano, o Brasil deve recebe-lo não antes de 2023. 

Imagens: Divulgação/Nissan

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