Avaliação: novos Honda City sedan e hatch, 5 boas sacadas e 5 vacilos

Família de nova geração chegou apostando em visual, bom pacote de equipamentos e força da marca
Renan Bandeira
Por
11.05.2022 às 11:19
Família de nova geração chegou apostando em visual, bom pacote de equipamentos e força da marca

A Honda quer provar que nem só de utilitários vive uma marca. Tanto que o substituto do saudoso Fit não é um SUV, mas sim o inédito City Hatch, que chegou este ano para formar uma família com a nova geração do City Sedan.

Ambos os modelos já apareceram entre os veículos mais vendidos do Brasil nos últimos meses, e chamam atenção pelo visual e bom pacote de itens de série.

Família de nova geração chegou apostando em visual, bom pacote de equipamentos e força da marca

Nas duas carrocerias, o City é empurrado por um motor 1.5 aspirado com injeção direta de combustível que rende 126 cv (gasolina e etanol) e 15,5/15,8 kgfm (gasolina/etanol). Ele sempre está acoplado à caixa automática do tipo CVT, que simula sete marchas.

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Com boa dirigibilidade e consumo de fazer inveja aos rivais - como a Mobiauto já contou neste outro artigo - a marca tenta ganhar os clientes dos concorrentes compactos.

Será que consegue? A Mobiauto rodou com uma unidade sedan durante uma semana e outra hatchback por mais uma, sempre na versão de topo, Touring, e separou cinco sacadas e cinco mancadas que os dois carregam. 

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Será que eles valem a pedida (que está salgada)? Uma coisa já podemos dizer: o desempenho do novo motor é satisfatório, enquanto o consumo de combustível surpreende positivamente. Veja:

Honda City Hatch Touring 1.5 CVT: R$ 122.700
Honda City Sedan Touring 1.5 CVT: R$ 123.200

Leia também: Honda fará ofensiva SUV com HR-V, “Civic Cross” e CR-V híbrido no Brasil

Cinco boas sacadas dos novos Honda City

1. Abertura e fechamento deslizando o dedo

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A chave é presencial, mas não é só a partida por botão que traz conforto ao motorista. As maçanetas das portas da frente vêm com botão para facilitar o travamento/destravamento do carro, caso você esteja com as mãos cheias de sacolas, por exemplo. 

Para destrancar, basta passar o dedo sobre o botão, como um touchscreen. Para trancar, aperte o botão. Há na chave, também um botão para partida remota do motor, mas ela só deve ser ativada quando a marca estrear no país o pacote My Honda Connect, o que acontecerá só em agosto com o novo HR-V.

Leia também: Avaliação: Honda City hatch é melhor que o Fit. Terá o mesmo sucesso?

2. Conexão sem fio

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A central multimídia já faz parte da lista de equipamentos da maioria dos carros zero-km vendidos no Brasil. Mas o sistema fica ainda mais interessante quando a conexão com Android Auto e Apple CarPlay é sem fio. Afinal, o interior fica visualmente mais bonito sem os cabos da conexão convencional.

No caso dos City, a tela de 8 polegadas oferece esse recurso e ainda é bem intuitiva e rápida. Terá, ainda, Wi-Fi a bordo assim que a fabricante ativar o sistema My Honda Connect. O chip nativo já está aplicado aos carros, inclusive os que foram emplacados antes da estreia do serviço.

3. Permanência em faixa de carro de luxo

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Na versão de topo, Touring, os novos City Hatch e Sedan contam com o Honda Sensing, que é um pacote de itens de segurança e assistências ao motorista. Entre eles, um dos mais interessantes é o Lane Keeping Assist System (LKAS, ou assistência de centralização de faixa).

Ele detecta as faixas de rodagem na via e ajusta a direção para o veículo não fugir do centro, nem invadir a faixa do lado. Na prática, as correções são muito fluidas e sutis, como em carros de luxo, e auxiliam o motorista a não invadir o espaço do vizinho. A questão é que ele só funciona a partir de 72 km/h.

Além dele, essa configuração mais completa oferece o Road Departure Mitigation System (RDM, ou assistente de evasão de faixa), que corrige a direção para o veículo não escapar da sua faixa de rodagem. Outra vantagem é que o alerta anticolisão emite um sinal sonoro não tão assustador.

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4. Câmera lateral

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O LaneWatch, como é chamado pela marca, passou perto de entrar na lista das mancadas. Afinal, a imagem da câmera lateral direita invade a tela do sistema multimídia todas as vezes que a seta à direita é acionada. 

No entanto, o sistema se mostrou bastante eficiente. Mais do que ajudar nas conversões para esse lado, a câmera lateral ajuda e muito a reduzir os pontos cegos, sendo um bom artifício para o dia a dia.

Melhor do que isso, é possível desativar seu funcionamento de modo até prático, seja temporariamente, por um botão na extremidade da chave de seta, à esquerda da coluna de direção, seja de maneira definitiva através da central multimídia.

5. Excelente espaço e bancos que viram cama

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A modularidade do banco traseiro do City sedan é um pouco mais limitada, mas ainda assim garante um rebatimento integral do encosto lombar e até um recorte em 60:40. Para acionar, basta puxar os ganchos que estão no porta-malas.

Mas é a configuração hatch que carrega os bancos mágicos. Nesse caso, a fileira de trás pode ser inteiramente rebatida para aumentar o porta-malas, ou pode ter os assentos erguidos para carregar compras no assoalho. 

Já os bancos dianteiros, inclusive o do motorista, podem ser inclinados inteiramente para trás, a fim de formar uma espécie de cama, alinhada ao assento da segunda fileira.

Fora isso, o espaço interno é ótimo nas duas carrocerias, mais para pernas e ombros do que para a cabeça. A manutenção do tanque de combustível no centro da carroceria contribui para o aproveitamento de espaço.

Para o sedan, o volume do porta-malas condiz, mas o bagageiro do hatch é que ficou prejudicado.

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Cinco vacilos dos novos Honda City

1. Carregar o celular? Traga seu cabo

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A central multimídia com conexão via Android Auto e Apple CarPlay sem fio é uma boa para acabar com os cabos, mas de que adianta ter esse artifício se não há uma forma de carregar o smartphone via wirelless?

Os City ganham pontos pelo sistema de entretenimento moderno, mas poderiam oferecer carregador por indução para completar o serviço. Afinal, pelos mais de R$ 120.000 pedidos, é um item mais que justo e deixaria a cesta de equipamentos ainda mais encorpada.

2. Cintos de segurança dianteiros sem nenhum ajuste

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Uma das maiores mancadas da família City é não dispor de ajuste de altura para os cintos de segurança dianteiros, nem mesmo o do motorista. De novo, estamos falando de dois modelos acima de R$ 120.000.

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3. Retrovisor interno sem antiofuscamento

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O City Touring tem um ótimo pacote de segurança ativa e passiva. Mas falha em um detalhe básico: o retrovisor interno não é eletrocrômico, portanto não oferece proteção antiofuscamento em relação à luz dos faróis de carros que vêm atrás.

4. Cadê a câmera do lado esquerdo?

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O sistema LaneWatch, com câmera do lado direito, ajuda e muito no dia a dia, como já contamos mais acima. Mas por que não existe o mesmo esquema no lado esquerdo? Afinal, do lado do motorista também existe uma área de ponto cego.

Na prática, após passar alguns dias com os City, o motorista se acostuma com a tecnologia e acaba sentindo falta de usá-las também nas conversões à esquerda. 

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5. Sempre perto de raspar

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Diferente dos SUVs, que geralmente têm pára-choques trabalhados para oferecerem bons ângulos de ataque, hatches e sedans não priorizam isso.

Tanto que o City hatch conta apenas com 15,3º nessa medida, enquanto o sedan chega aos 16,3º. O resultado disso? Ambos raspam facilmente em rampas e até algumas valetas e lombadas.

Honda City Touring 2022 - Ficha técnica

Motor: 1.5, dianteiro, transversal, quatro cilindros em linha, 16V, aspirado, flex, DOHC, comando variável de válvulas de admissão, injeção direta de combustível
Taxa de compressão: não divulgada
Potência: 126/126 cv (G/E) a 6.200 rpm
Torque: 15,5/15,8 kgfm (G/E) a 4.600 rpm
Peso/potência: 9,4/9,4 kg/cv (G/E)
Peso/torque: 76,1/74,7 kg/kgfm
Câmbio: automático CVT, 7 marchas simuladas
Tração: 4x2 dianteira
0 a 100 km/h: 10,6 segundos
Velocidade máxima: não divulgada.

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Dimensões City hatch: comprimento, 4.341 mm; entre-eixos, 2.600 mm; largura, 1.748 mm; altura, 1.498 mm; porta-malas, 268 litros; tanque de combustível, 39,5 litros; peso em ordem de marcha, 1.180 kg.

Dimensões City sedan: comprimento, 4.549 mm; entre-eixos, 2.600 mm; largura, 1.748 mm; altura, 1.477 mm; porta-malas, 519 litros; tanque de combustível, 44 litros; peso em ordem de marcha, 1.170 kg.

Dados técnicos: direção elétrica progressiva; suspensões tipo McPherson (dianteira) e eixo de torção (traseira); freios a disco ventilados (dianteira) e tambor (traseira); diâmetro de giro, 10,6 m; vão livre do solo, 144 mm; ângulo de ataque, 15,3°; ângulo central, não divulgado; ângulo de saída, não divulgado.

Consumo (Inmetro): 9,1 km/l com etanol e 13,3 km/l com gasolina na cidade / 10,5 km/l com etanol e 14,8 km/l com gasolina em rodovia.

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Honda City Touring 2022 - Itens de série

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Além dos obrigatórios airbags frontais, freios dianteiros com ABS (antitravamento) e EBD (distribuição eletrônica de frenagem), cintos de segurança de três pontos em todas as posições, encostos de cabeça em todas as posições e ganchos Isofix para cadeirinhas infantis, o City Hatch Touring 2022 vem de série com:

Visual: faróis full-LED com luzes diurnas integradas, acionamento automático, farol alto automático e ajuste manual de altura do facho; faróis de neblina de LED; lanternas com guias e luzes de freio de LED; rodas de liga leve aro 16 polegadas com acabamento diamantado e preto brilhante; antena tipo barbatana de tubarão.

Conforto e acabamento: chave com sensor presencial; partida do motor por botão; travas elétricas; vidros com função “um-toque” e antiesmagamento; volante multifuncional com regulagem de altura e profundidade; retrovisores externos com rebatimento elétrico; ar-condicionado automático e digital, bancos com revestimento em couro sintético na cor preta; teto em tom claro; bancos dianteiros rebatíveis em modo cama; banco traseiro bipartido com encosto e assento rebatíveis.

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Tecnologia: quadro de instrumentos parcialmente digital de 7”; central multimídia de 8 polegadas com Android Auto e Apple CarPlay sem fio; sensores de estacionamento dianteiros e traseiros; câmera de ré com gráficos dinâmicos e três modos de visualização (130°, 180° e visão superior); modos de condução Eco, Normal e S.

Segurança: estrutura de deformação progressiva; controles de estabilidade e tração; assistente de partida em rampa; seis airbags (frontais, laterais e de cortina); alerta de não afivelamento dos cintos de segurança; monitoramento de pressão dos pneus; câmera para redução de ponto cego à direita; frenagem autônoma de emergência com detecção de pedestres, ciclistas e carros cruzando à diagonal; controle de cruzeiro adaptativo (ACC); assistente de permanência em faixa; alerta de troca involuntária de faixa.

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