Por que Fiat Grande Panda pode repetir sucesso do Uno como em 1990
Embora já fosse previsto para desembarcar no Brasil, o novo Fiat Grande Panda teve seu passaporte carimbado oficialmente pela Stellantis, ao menos é o que confirmou o Olivier François, CEO global da Fiat. Com isso o novo hatch compacto vai ser o real substituto do Argo em terras tupiniquins com o detalhe que ele pode repetir o sucesso de “um cara meio desconhecido” em 1990, o Uno Mille.
Segundo o manda-chuva da Fiat, o novo Grande Panda "chegará ao Brasil depois [da Europa], como um substituto do Argo, que ainda não está no fim de seu ciclo de vida.". Isso significa que o hatch terá uma missão um tanto importante no mercado nacional, afinal, vai simplesmente substituir o carro mais vendido da Fiat por aqui.
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A dúvida que fica é quanto ao seu nome de batismo, mas é muito provável que a marca não utilize o nome Grande Panda por não ter qualquer história no país. Será que ele virá como novo Uno? Independentemente disso, é fato que ele pode repetir o sucesso do compacto lançado no Brasil em 1984, mas que em 1990 criou o segmento de carro popular.
Visual quadrado
Um dos principais pontos de destaque do novo Fiat Grande Panda é o design quadrado, que não esconde sua inspiração na primeira geração do Panda europeu, que fez sua estreia em 1980 – ou quatro anos a antes que o Fiat Uno. Assim o estilo quadrado da carroceria quebra a monotonia das linhas arredondadas e com vincos destacados dos hatches do mercado atual.
É uma receita que fez sucesso no Uno por aqui, com linhas marcantes e que há 41 anos atrás eram um tanto modernas e bem à frente do seu tempo. No Grande Panda temos isso reinterpretado para o século 21, com a adição de faróis full-LED pixelados (que deverão ser simplificados aqui, como no modelo básico europeu), entrada de ar maior no para-choque, nome Fiat aplicado deslocado para a esquerda e lanternas verticais como há muito tempo não se via na indústria.
O capô quadrado e alto remete também ao clássico Panda europeu de 1980, sendo um elemento que claramente lembra o nosso antigo Fiat Uno com frente alta, que foi produzido no Brasil entre 1984 e 1990 na gama padrão e até 1994 na linha Mille. São detalhes de design que certamente vão trazer lembranças para quem tem mais de 30 anos.
Além dos faróis que devem ser simplificados a fim de reduzir custos para o mercado brasileiro, o nosso Grande Panda também deverá abandonar o nome Panda em baixo relevo nas portas. É algo até compreensível de entender, pois imagina quão complexo seria o reparo desse elemento em um martelinho ou funilaria.
Espaço interno
Embora na indústria automobilística atual os carros tenham passado pelo processo de ficarem cada vez maiores, tanto pelo design quanto devido a legislações de segurança, o novo Fiat Grande Panda deverá ter um espaço interno interessante por conta do formato da sua carroceria. De formato mais quadrado, o espaço para cabeça não será problema, assim como a área para as pernas de quem vai sentado no banco traseiro. É algo que o projeto original do Uno já se destacava pelas mesmas características.
Os bancos não parecem tomar muito do espaço na cabine, já que têm construção mais reta e estreita, apesar do modelo europeu ter até abas laterais mais pronunciadas e uma interessante padronagem que mista azul, cinza e detalhes em verde – algo que deve ser mudado por aqui. Mas o painel vai na contramão dos hatches atuais por não ser tão pronunciado, sendo assim mais recuado para não ocupar tanto espaço no interior.
Falando em espaço interno, vale relembrar as medidas do Grande Panda: 3,99 metros de comprimento, 1,76 metro de largura, 1,57 metro de altura e 2,54 metros de entre-eixos – praticamente 2 centímetros a mais que o atual Fiat Argo, que já tem um bom aproveitamento de espaço interno. Ditando que a Fiat tem bom histórico nesse quesito, é de se imaginar que o Grande Panda se destaque nisso.
Para efeito de comparação, o Argo tem 3,99 m de comprimento, 1,72 m de largura, 1,50 m de altura e 2,52 m de entre-eixos. Com isso o Grande Panda é mais largo e tem maior distância entre-eixos. O que vai ser melhor eu o Uno original é a capacidade do porta-malas, que promete bastante no novo Grande Panda: 361 litros contra 300l.
Oferta de motores
Na Europa o Grande Panda é equipado com o motor 1.2 híbrido-leve de 100 cv herdado do Peugeot 208 e Citroën C3 de lá, mas a solução no Brasil deverá ser formada pelas motorizações da Stellantis.
Por aqui a solução caseira deverá contar com o 1.0 três cilindros Firefly do Argo de até 75 cv e 10,7 kgfm de torque, além do famoso 1.0 turbo T200 da família GSE que entrega até 130 cv e 20,4 kgfm de torque. Uma aposta clara nos 1.0, algo que fez sucesso também no Fiat Uno Mille há 35 anos.
Certamente teremos a disponibilidade do motor 1.0 turbo da família GSE com sistema híbrido-leve T200 Hybrid que estreou no novo Fiat Pulse e o novo Fastback, algo que a Mobiauto já havia apurado em primeira mão.
Repórter
Entusiasta de carros desde criança, achou no jornalismo uma forma de combinar paixão e profissão. É jornalista formado pela faculdade FIAM-FAAM e atua no setor automotivo desde 2014, com passagens por Auto+, Quatro Rodas e Motor1 Brasil.