Citroën C3 2023 zera em teste de segurança do Latin NCAP

Fabricado no Brasil, hatch compacto conta somente com dois airbags. Latin NCAP não fez teste de impacto lateral contra poste
Diego Dias
Por
13.07.2023 às 12:08
Fabricado no Brasil, hatch compacto conta somente com dois airbags. Latin NCAP não fez teste de impacto lateral contra poste

Órgão que testa dos carros comercializados em mercados da América Latina e Caribe, o Latin NCap divulgou mais uma bateria de testes de colisão e dessa vez as más notícias são para um hatch compacto vendido no mercado brasileiro: o Citroën C3, que foi muito mal na avaliação e zerou no teste de segurança.

De acordo com o Latin NCAP, o Citroën C3 obteve um resultado negativo por conta da sua “estrutura instável, fraca proteção contra colisões frontais, falta de proteção lateral para a cabeça e falta de lembrete de uso do cinto de segurança”.

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Produzido na fábrica da Stellantis em Porto Real (RJ), o C3 nacional vem equipado de série com dois airbags frontais (obrigatórios por lei) e controles eletrônicos de estabilidade e tração. O Latin NCAP afirma que o hatch recebeu apenas 30,52% de proteção para adultos e 12,10% de proteção para crianças, obtendo ainda 49,74% na proteção de pedestres e 34% para sistemas de segurança.

A avaliação do C3 pela Latin NCAP

Nos testes de impacto frontal, o C3 teve proteção considerada “fraca” para o peito do motorista, enquanto que para o passageiro da frente a proteção foi pior, considerada “marginal” pelo órgão. Foi apontado que esse resultante provavelmente se deu por conta da falta de pré-tensionadores para cinto de segurança.

Classificada como instável, a estrutura do carro ofereceu proteção de “adequada a boa” para a pélvis (região da cintura) e de “marginal a boa” para a região das pernas. Além disso, o hatch tem também a área dos pés considerada como “instável”. No teste de impacto lateral teve proteção adequada para a cabeça e o tórax e boa proteção para o abdômen e a pélvis.

Na proteção de crianças, foi apontado que o C3 protegeu quase que totalmente os ocupantes, “quase” porque não há uma sinalização clara acerca do sistema de ISOFIX de fixação de cadeirinhas infantis, fora que algumas cadeirinhas (sistema SRI) tiveram problemas na hora da instalação. Foi sinalizado também que o airbag frontal do lado do passageiro não pode ser desligado, o que interfere na instalação de uma cadeirinha no assento dianteiro.

No teste do chamado efeito “chicote” (movimento quando, devido a um impacto, o pescoço vai subitamente para frente ou para trás), o Citroën C3 apresentou desempenho ruim para o pescoço de uma pessoa adulta, segundo o Latin NCAP. O órgão destacou ainda que o hatch não passou pelo teste de impacto lateral em poste justamente por não oferecer proteção lateral padrão, a famosa barra de proteção lateral nas portas.

Alejandro Furas, Secretário Geral do Latin NCAP, previsivelmente foi enfático em relação ao mau resultado do Citroën C3 nos testes de segurança:

“É alarmante como a Stellantis repetidamente desconsidera a segurança básica para os latino-americanos e é inaceitável que seus veículos alcancem um nível tão baixo de segurança quando eles sabem muito bem como produzir carros acessíveis e muito mais seguros. Com esse resultado, somado ao baixo desempenho da Fiat Strada, Peugeot 208, Fiat Cronos/Argo, entre outros, o Latin NCAP os incentiva fortemente a revisar esses requisitos, que estão longe do que eles alegam e do que os consumidores da região merecem”.

Após a divulgação da bateria de testes de segurança com o C3, a Stellantis emitiu o seguinte comunicado: "A Stellantis afirma seu compromisso com a proteção veicular, desenvolvendo veículos modernos e alinhados com o segmento. Reafirma ainda que seus automóveis atendem todas as regulamentações vigentes”.

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