Carros que têm irmão gêmeo de outra marca e você (talvez) não sabia

Vender modelos de um fabricante com logotipo de outra marca é uma estratégia mais comum do que se poderia imaginar
JC
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04.01.2021 às 10:00
Vender modelos de um fabricante com logotipo de outra marca é uma estratégia mais comum do que se poderia imaginar

Por Guilherme Silva

Imagina só que estranho seria uma Hilux da Volkswagen ou um Celta da Suzuki. Pode parecer bizarro, mas é muito comum marcas venderem modelos de outros fabricantes por diferentes motivos, resultando em combinações inesperadas.

Rebatizar carros é uma estratégia que as montadoras usam para ingressar ou ganhar espaço em segmentos e mercados nos quais ainda não estão consolidadas ou acostumadas a atuar. 

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Além de não tomar o tempo dos engenheiros, que podem estar ocupados com outros projetos, a simples tarefa de trocar o emblema da marca economiza um dinheiro que pode ser investido em modelos mais relevantes para aquele mercado.

O Fiat Freemont é um bom exemplo. Baseado no Dodge Journey, ele serviu para a marca italiana medir, entre 2011 e 2016, a sua aceitação no segmento de SUVs no Brasil sem a necessidade de desenvolver um carro totalmente novo.

Veja abaixo outros 10 exemplos de carros rebatizados:

1 - Chevrolet Celta x Suzuki Fun

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Desenvolvido e fabricado no Brasil a partir da plataforma da primeira geração do Chevrolet Corsa, o Celta foi comercializado na Argentina como Suzuki Fun em meados dos anos 2000. 

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Se no Brasil o compacto era majoritariamente vendido com motorização 1.0, no país vizinho o Fun era oferecido apenas com motor 1.4 a gasolina.

2 - Mitsubishi L200 x Fiat Fullback x Ram 1200

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A Fullback era nada mais que a atual geração da Mitsubishi L200 Triton com emblemas da Fiat. A picape fabricada na Tailândia teve vida curta, sendo comercializada de 2016 a 2019 em África, Ásia, Oriente Médio e alguns países da América Latina e Europa. 

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Além da Fullback, a FCA também utiliza a L200 como base para a Ram 1200 vendida em países árabes.

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3 - Chevrolet Tracker x Suzuki Grand Vitara x Opel Mokka

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Podemos dizer que o Tracker foi o primeiro SUV compacto da Chevrolet no Brasil. No final dos anos 1990, a marca passou a importar da Argentina o Suzuki Grand Vitara (as duas empresas tinham uma parceria na época) em versões com motores a gasolina e a diesel. 

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O SUV tinha tração 4x4 e era elogiado pela valentia longe do asfalto. As diferenças entre os modelos eram, basicamente, os emblemas da carroceria. O Tracker deixou de ser importado em 2005, mas voltou a ser comercializado dois anos depois. Sua produção foi definitivamente encerrada em 2008.

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Em 2013, a GM passou a trazer do México uma segunda geração do Tracker, baseada na plataforma do antigo Cruze e com uma proposta exclusivamente urbana. Esse modelo também foi vendido na Europa como Opel Mokka. 

Atualmente, o Chevrolet Tracker fabricado no Brasil é um carro totalmente novo, derivado da plataforma da nova família Onix, desenvolvida na China.

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4 - Fiat Strada x Ram 700

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Lançada no Brasil há mais de 20 anos, a primeira geração da Fiat Strada estreou no mercado mexicano somente em 2014. A grande diferença é que por lá o modelo sempre foi comercializado pela Ram, marca da Fiat Chrysler Automóveis (FCA) conhecida por fabricar picapes de grande porte. 

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Já a nova geração da Strada começou a ser exportada para 13 países da América Latina, incluindo o México, como Ram 700. Na picapinha com emblemas da marca norte-americana, as motorizações Fire 1.4 de 85 cv e Firefly 1.3 de 99 cv são movidas apenas a gasolina.

5 - Fiat Toro x Ram 1000

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A Fiat Toro é outra picape fabricada no Brasil que chega a outros mercados da América Latina como produto Ram.  Com exceção dos emblemas, não há qualquer mudança nas motorizações 1.8 flex e 2.0 turbodiesel. O pacote de equipamentos é semelhante ao da Toro Volcano vendida por aqui.

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6 - Fiat Grand Siena x Dodge Vision

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O Dodge Vision é outro Fiat brasileiro que foi vendido no México com o logotipo de alguma marca da FCA. Exceto pelos emblemas da Dodge, o sedan comercializado naquele país, entre 2015 e 2018, era praticamente idêntico ao nosso Fiat Grand Siena. 

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A única motorização disponível era a E.torQ 1.6 16v de 115 cv, combinada ao polêmico câmbio automatizado de uma embreagem Dualogic de cinco marchas.

7 - Toyota Hilux x Volkswagen Taro

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Antes de lançar a Amarok, em 2010, a Volkswagen contou com a ajuda da Toyota para se aventurar no segmento de picapes médias. As duas marcas formaram uma parceria no final dos anos 1980 para fabricar, na Alemanha, a Hilux rebatizada como Volkswagen Taro.

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Diferentemente do que ocorre na Ásia e na América do Sul - onde a picape japonesa costuma dominar a categoria na maioria dos países - na Europa as vendas da Hilux ficaram bem abaixo do esperado, resultando no fim do acordo entre as marcas, em 1997.

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8 - Chevrolet Cobalt x Ravon R4

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Descontinuado no Brasil há praticamente um ano, o Chevrolet Cobalt segue firme e forte no Uzbequistão, país da antiga União Soviética. Desde 2015, o sedan é produzido pela estatal UzAuto Motors, que chegou a formar uma parceria com a General Motors. 

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Por lá, o modelo é chamado de Ravon R4 e ainda conserva o visual anterior ao facelift que o Cobalt brasileiro recebeu em 2017. A única motorização disponível é a 1.5 a gasolina de 106 cv, com opção de câmbio manual de cinco marchas ou automático de seis.

9 - Volkswagen Up! x Seat Mii x Skoda Citigo

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Além do próprio Up!, o projeto do subcompacto de vocação urbana deu origem a modelos de outras duas marcas do Grupo Volkswagen. 

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O Mii, da espanhola Seat, e o Citigo, da tcheca Skoda, são basicamente um Up! com diferenciais estéticos na dianteira e na traseira. Até a motorização 1.0 MPI é comum aos três carros.

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Leia também: Seis picapes que serão lançadas no Brasil em 2021  As 6 melhores picapes 4x4 cabine dupla entre R$ 50 mil e R$ 60 mil 

10 – Renault Twingo x smart forfour

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À venda na Europa desde 2014, a terceira geração do Renault Twingo compartilha com o smart forfour a plataforma e diversos componentes. As motorizações de três cilindros são de origem Renault: 1.0 aspirada de 71 cv e 0.9 turbo de 90 cv. 

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As principais diferenças são meramente visuais, uma vez que o forfour apela para uma aparência conceitual, enquanto o Twingo tem linhas mais convencionais.

11 – Dodge Journey x Fiat Freemont

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Antes mesmo da fusão entre Fiat e Chrysler, formando a FCA, as duas fabricantes já trabalhavam em sinergia. Exemplo é o projeto do SUV Dodge Journey, que em 2011 ganhou um irmão gêmeo da marca italiana no Brasil, o Fiat Freemont.

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Enquanto o Dodge apostava suas fichas no motorzão Pentastar V6 3.6 de 280 cv, enquanto o Freemont optava pelo mais manso 2.4 quatro-cilindros de 172 cv.

12 – Nissan Frontier x Renault Alaskan x Mercedes-Benz Classe X

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A atual geração da Nissan Frontier foi desenvolvida para também dar origem às inéditas Renault Alaskan e Mercedes-Benz Classe X. Cada modelo segue a identidade visual de sua respectiva marca, mas todos compartilham a plataforma e toda a estrutura da picape japonesa. 

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Enquanto a Frontier caminha para uma atualização prevista para estrear em 2021, a Alaskan ainda está no início do processo de produção na Argentina. Chegou a ser confirmada para o Brasil, mas a marca francesa voltou atrás na decisão. 

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Já a Classe X chegou a rodar em testes no Brasil e seria lançada no ano passado, mas saiu de linha em janeiro, após dois anos de vendas muito abaixo do esperado na Europa. A picape da Mercedes-Benz tinha como diferencial uma versão com interior mais sofisticado e motor V6 turbodiesel de 258 cv.

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13 – Kaicene F70 x Peugeot Landtrek

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Recentemente apresentada no México e com passaporte já carimbado para chegar ao Brasil em 2022, a Peugeot Landtrek é derivada diretamente de um projeto chamado Kaicene F70, criado pela fabricante chinesa Changan em parceria com a própria PSA.

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Ambas compartilham a base e quase todo o desenho da carroceria, inclusive os motores 2.4 turbo a gasolina de 240 cv (origem Mitsubishi) e 1.9 turbodiesel de 150 cv (origem Isuzu), além do câmbio manual de seis marchas.

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