Hyundai HB20: os principais problemas, segundo os donos
Na hora de comprar ou trocar de carro, é comum fazer uma pesquisa sobre tudo que os modelos da faixa de preço desejada entregam. Afinal, é importante saber qual a melhor opção disponível no custo-benefício.
No entanto, antes de adquirir um automóvel, seja 0 km ou usado, também é preciso investigar que tipo de problemas ele pode apresentar. A reportagem de Mobiauto fez um levantamento das principais reclamações de proprietários do Hyundai HB20 para guiar os interessados no momento da compra.
A boa notícia é que o HB20 tem se mostrado ao longo dos anos um modelo confiável, com poucos relatos de falhas efetivamente graves. Confira o que mais os donos reclamam sobre ele:
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Falha do indicador de nível de combustível
Sempre que estamos rodando com o carro, é fundamental dar uma escapada de olho da via para saber quanto de combustível ainda há no tanque, não? Com donos de HB20 não é diferente.
O problema é que, segundo vários proprietários, o indicador de nível de combustível nem sempre passa a informação correta da quantidade que ainda há no tanque.
Os proprietários que tiveram o problema solucionado informaram que o problema está dentro do tanque, no sistema de medição, composto por boia, bomba e sensor.
Ele é responsável por passar a informação para o painel sobre a quantidade de combustível que ainda tem lá dentro, mas se apresentar alguma falha, pode prejudicar todo o sistema e passar informações erradas.
Ou seja, caso algum dos elementos que formam o conjunto apresente defeito, o marcador indica de forma equivocada o volume. A solução é realizar a troca do conjunto para não ter problemas.
As reclamações sobre o problema vêm de proprietários de anos-modelo 2013, 2016, 2018. Por conta do caso ser recorrente, é importante avaliar na hora da compra se o modelo já apresentou falhas de marcação de combustível e se houve a troca das peças.
Pintura frágil
Um dos fatores mais decisivos para negociação de compra ou venda de um seminovo é seu estado de conservação. No momento da compra, é esperado que o modelo apresente condições próximas ao que era visto quando saiu da fábrica. Porém, nem sempre é essa a realidade encontrada no momento da compra de um HB20.
Os proprietários que mais reclamam da pintura frágil do Hyundai são donos de ano-modelo 2014. Segundo eles, já houve casos de carros apresentarem pequenos riscos ainda nas concessionárias.
Além disso, donos do veículo também reclamam que a pintura é frágil ao ponto de não suportar o impacto de pequenas pedras durante viagens, deixando toda a carroceria com pequenas marcas.
Nível elevado de ruído
Para essa reclamação não existe muita solução, mas entra na lista como um aviso a quem busca comprar o veículo. O nível elevado de ruído é uma reclamação constante em grupos de HB20 nas redes sociais. Uns defendem o modelo, dizendo que é comum. Outros ficam preocupados com o “tec-tec” que sai do cofre do motor, principalmente dos três-cilindros, seja qual for o ano-modelo.
É comum que veículos equipados com motores tricilindro vibrem mais que os tradicionais de quatro cilindros. Isso acontece porque o curso de movimentação do pistão dos motores de três cilindros é maior, para que ele alcance a mesma capacidade cúbica de um quatro-cilindros mesmo com um cilindro a menos.
Por exemplo, enquanto um motor 1.0 de quatro cilindros possui um volume de deslocamento de aproximadamente 250 cm³ por pistão, um três-cilindros de mesma capacidade precisa de cerca de 333 cm³ por pistão.
Com isso, o conjunto mecânico - composto por árvore de manivelas e bielas - responsável pela movimentação dos pistões é mais exigido e precisa aplicar maior força, principalmente no momento da compressão dos gases de admissão.
Isso eleva a vibração do bloco do motor durante o trajeto do pistão entre PMI (Ponto Morto Inferior) e PMS (Ponto Morto Superior) no bloco. E aqui vale lembrar que o projeto do motor três-cilindros do HB20 é o mais antigo em nosso mercado, tendo estreado em 2011 no país com o Kia Picanto.
É importante ressaltar que essa vibração não indica um defeito do motor. Além disso, vale fazer uma avaliação especializada para acompanhar as condições do veículo antes de fechar a compra, principalmente se for um seminovo. Caso o ruído aumente, procure uma concessionária.
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Problemas para engatar a marcha à ré*
Unidades de versões com câmbio manual dão trabalho para engatar a marcha à ré, segundo os proprietários. Alguns donos defendem o veículo, dizendo que “basta se acostumar”, mas outros rebatem afirmando que é realmente complicado realizar o engate.
O problema já foi alinhado ao fato de a engrenagem possuir dentes retos, que dá maior resistência ao acoplamento da marcha. Em outros casos, proprietários retornam das concessionárias com a resposta de que é um problema crônico do modelo.
A verdade é que ainda não há uma explicação específica sobre este problema, então, é importante questionar o vendedor e testar o engate da marcha antes de realizar a compra do HB20 manual.
Vale lembrar que os relatos indicam que o problema pode estar presente desde o ano-modelo 2016 até ano-modelo 2020.
*Reclamações referentes ao problema podem ser conferidas até mesmo no site do Reclame Aqui.
Ruído e trepidação durante a frenagem
O sistema de freios é o principal item a ser observado na hora da compra. Mais que saber se é freio a disco ou a tambor, e se possui o sistema de frenagem ABS, é importante identificar como atuam todos os componentes no momento da frenagem.
Os ruídos e a trepidação do sistema de freio e do pedal, respectivamente, são alvos recorrentes de reclamações dos proprietários do HB20. Segundo relatos, o problema é sentido a qualquer velocidade nos veículos de ano-modelo 2012.
É válido ressaltar que o ruído e a trepidação podem estar aliados ao uso do sistema de ABS, que controla eletronicamente a intensidade do contato entre pastilha e disco de freio, ou lona e tambor, para efetuar uma frenagem mais eficiente. E, segundo os donos, essa é a explicação da Hyundai sobre o caso.
No entanto, as reclamações são de ruído e trepidação intensa. Então, caso adquira um, mantenha os ouvidos atentos (e as pernas firmes).
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Motor falhando e com dificuldade de dar partida
Outro alvo de reclamações de muitos proprietários são as falhas do motor ou dificuldade de fazer o veículo dar partida. Proprietários relatam que a luz da injeção acende nas condições mais variadas de uso, e o motor passa a perder força como se parte dos cilindros tivesse parado de funcionar.
Caso o problema estivesse associado apenas a dar a partida, poderia ser direcionado ao uso de etanol, que pela manhã tem mais dificuldade para realizar a explosão e virar o motor.
No entanto, alguns condutores sentirem a perda de força durante viagens em estradas. Em alguns casos, segundo relatos, o veículo chegou a ter um apagão e voltou a funcionar em seguida.
Ao que tudo indica, o defeito está relacionado ao módulo de controle do motor, que tem dificuldade em reconhecer o combustível utilizado, comprometendo o sistema de injeção eletrônica do modelo.
Os relatos nas redes sociais sobre o apagão do motor indicam que o problema é mais recorrente nos HB20 mais antigos, de ano modelo 2012/2013, por exemplo.
Recalls
O HB20 tem até o momento quatro recalls registrados: sobre a possível quebra do semi eixo dianteiro; reparo do acabamento de proteção da fiação do câmbio automático no console central; possível quebra da junta homocinética do semi eixo; possível troca da válvula de controle do vácuo do servo freio.
Sobre o HB20
O hatch estreou sua segunda geração no último ano, junto de seu maior rival no mercado nacional, o Chevrolet Onix. Por aqui, o Hyundai pode ser encontrado zero-quilômetro nas versões Sense, Sense Pack, Vision, Vision Pack, Evolution, Evolution Pack, Diamond e Diamond Plus.
O motor 1.0 naturalmente aspirado de 75 cv é oferecido nas opções de entrada. As intermediárias também contam com a opção e adicionam o propulsor 1.6 de 123 cv. Já as variantes de topo de linha oferecem o TGDI 1.0 turbo de 120 cv.
Seus valores ficam entre R$ 49.590 e R$ 76.590.
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Gerente de conteúdo
Formado em mecânica pelo Senai e jornalismo pela Metodista, está no setor há 5 anos. Tem passagens por Quatro Rodas e Autoesporte, e já conquistou três prêmios SAE Brasil de Jornalismo. Na garagem, um Gol 1993 é seu xodó.