Financiamento de carro: NÃO siga estas 5 dicas e pague até 735% mais juros

Fazer a simulação online e calcular quanto dará de entrada e quanto pagará de parcelas te ajudarão a fazer o melhor negócio
Camila Torres
Por
16.11.2020 às 20:44
Fazer a simulação online e calcular quanto dará de entrada e quanto pagará de parcelas te ajudarão a fazer o melhor negócio

Financiamento de carro, também conhecido como Crédito Direto ao Consumidor (CDC), é uma espécie de empréstimo cedido por um banco público ou privado para o pagamento de um automóvel. 

Sendo assim, quando um consumidor financia um veículo, ele não fica em dívida com a concessionária ou loja, mas sim com a instituição financeira em que acordou o empréstimo. Inclusive, é possível entrar em contato diretamente com o banco de preferência para fazer o financiamento, sem ter a concessionária como intermediária. 

Confira o valor do seu carro na Tabela Fipe

Há financiamentos disponíveis para todas as necessidades, até sem pagamento de entrada ou sem o CPF em é possível obter a aprovação. Mas cuidado: quanto menores as garantias e o nível de confiabilidade avaliado pela instituição financeira, maiores serão as taxas e os juros. Afinal, é preciso compensar os riscos de inadimplência. 

Esclarecimentos feitos, vamos ao que realmente interessa: te ajudar a fazer um bom financiamento. Confira abaixo cinco dicas valiosas para pagar bem menos juros ao financiar um carro.

1. Programação financeira

Para uma boa negociação, é fundamental ter um valor para destinar à entrada, pois isso facilita muito todo o processo. A empresa passa a ter um interesse maior na sua proposta, pois no ato da compra já entrará dinheiro em caixa. Isso leva a uma redução da taxa de juros, pois aumenta a relação de confiança e as parcelas ficam mais leves de acordo com o valor antecipado. 

Tenha paciência: o momento em que se decide pela compra não é necessariamente na mesma semana em que efetivamente irá tirar o carro da loja ou concessionária. Se não houver urgência em contar com o veículo, opte por levantar um bom valor de entrada antes de negociar. 

Entrada vs parcelas: outro fator importante é o número total de parcelas, que pode ser tanto ou até mais importante do que uma boa entrada. Para a financeira, interessa muito receber um valor considerável no ato da compra, mas interessa muitíssimo receber o valor total o mais rápido possível. 

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Quem tem um bom valor guardado pode ainda optar por usar uma parte para a entrada e o restante para ir complementando parcelas mais altas, terminando assim o financiamento mais rápido. Essa tática tem outra vantagem: é possível deixar esse dinheiro rendendo em outras aplicações até o término do financiamento.

Na prática: Suponhamos que uma pessoa queira comprar um carro de R$ 50 mil e tenha R$ 20 mil para dar entrada, mas só consegue arcar com um financiamento de R$ 900 por mês. 

No simulador de financiamento da Mobiauto, com essa entrada seria aprovado o restante do valor em 48 mensalidades entre R$ 916 - R$ 1.013, totalizando R$ 63.968, considerando o valor mínimo, lembrando que essa mesma simulação pode mudar de acordo com o seu CPF.

Agora vamos brincar um pouco com o orçamento. Dando os mesmos R$ 20 mil de entrada, mas financiando em 36 meses, a mensalidade ficaria entre R$ 1.103 - R$ 1.219, totalizando o valor de R$ 59.708. 

São R$ 4.260 de juros a menos ou quase 10% do valor do carro, o que equivale a quase cinco mensalidades do primeiro parcelamento de R$ 900. É aí que vem a hora de analisar se é viável pagar R$ 200 a mais por mês para ter esse desconto no fim do financiamento. 

2. Faça uma simulação online de financiamento do carro

Usar um Simulador online de finaciamento de carro dá uma grande vantagem ao consumidor, já que de casa mesmo ele pode fazer com calma diversas contas para saber o que melhor se adapta à sua vida financeira: uma entrada maior, mais parcelas ou até mesmo se vale a pena encarar aquele valor de juros e assim pode estudar formas de pagamento.

Através do site da Mobiauto, é possível fazer por preço a simulação online de financiamento de carro. Quem já tiver um modelo em mente, basta pesquisar por ele no portal de classificados de carros da Mobiauto e, ao encontrar o modelo desejado, clicar no anúncio para simular o financiamento daquele modelo em específico. Se o usuário achar a simulação interessante, pode notificar a loja em um clique. 

Já que falamos do simulador, que tal fazer uma simulação para ter uma melhor noção do quanto o valor pode variar de acordo com a forma de pagamento? Vamos colocar o valor de R$ 50 mil e fazer quatro simulações diferentes:

1. Sem entrada e em 48 mensalidades

Resultado: R$ 81.648 em 48 parcelas entre R$ 1.701 e R$ 1.881

Juros: considerando o valor mínimo, os juros efetivos foram de R$ 31.648, o que corresponde a mais da metade do valor do carro.

2. Entrada de 30% e o restante em 48 mensalidades

Resultado: R$ 66.840, sendo a entrada de R$ 15 mil mais 48 parcelas entre R$ 1.080 e R$ 1.194.

Juros: considerando o valor mínimo, os juros cobrados foram de R$ 16.840, ou seja, quase metade dos juros cobrados na simulação sem um valor de entrada.

3. Entrada de 10% e o restante em 24 mensalidades

Resultado: R$ 59.648, sendo entrada de R$ 5 mil mais 24 parcelas entre R$ 2.277 e R$ 2.517

Juros: considerando o valor mínimo, os juros cobrados foram de R$ 9.648. É interessante notar que mesmo com uma entrada menor, o valor final foi mais vantajoso do que a simulação acima com entrada de 30%. Isso mostra que um menor número de parcelas pode gerar menos juros do que um maior valor de entrada. 

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4. Entrada de 60 % e o restante em 24 mensalidades

Resultado: R$ 53.790, entrada de R$ 30 mil mais 24 parcelas entre R$ 990 e R$ 1.094

Juros: considerando o valor mínimo, os juros cobrados foram de R$ 3.790. Divididos por 24 vezes, equivalem a cerca de R$ 154 por mês.

Através de uma simples simulação percebe-se a infinidade de possibilidades de pagamento que podem impactar o orçamento positiva ou negativamente, caso a escolha seja feita ou não com cautela. Nas simulações acima, a diferença entre o menor e o maior montante de juros ficou em 735%.

4. Pesquise a taxa de juros em diferentes instituições financeiras

A redação da Mobiauto fez uma pesquisa com sete concessionárias em São Paulo, de diferentes marcas, para comparar a média da taxa de juros cobrada por cada uma delas em veículos zero-quilômetro. O que pode ser até um critério de desempate dependendo da forma de pagamento. 

É muito importante saber que essa porcentagem se trata apenas de uma média passada pela concessionária sem considerar a pontuação do cliente, o que quer dizer que pode variar de acordo com o histórico do CPF do consumidor. Por isso, sugerimos que se algum dos nossos leitores tiver o seu carro dos sonhos em uma dessas marcas, faça uma visita pessoalmente para uma simulação direcionada.

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Outra forma de conseguir uma melhor taxa é recorrer ao seu banco, pois a taxa pode ser bem melhor. Caso o cliente não alcance uma pontuação tão alta, mas tenha um bom histórico como cliente daquele banco, como receber o pagamento através deles, ter sempre o cartão de crédito em dia e não possuir dívidas em aberto, a taxa de juros pode cair só pelo aumento da relação de confiança entre ele e a instituição financeira. 

Outro ponto que citamos no tópico simulação de financiamento é o valor de entrada o número de parcelas, veja a variação de taxa juros em cada uma das formas de pagamento. A Fiat chega a ter uma taxa quase dois terços menor para os clientes que dão uma entrada de 60% e parcelam o restante em 24 vezes, em relação aos que desejam comprar sem dar uma entrada. 

Taxa média de juros sem entrada e em até 48 vezes

Nova Chevrolet: 1,32% 

Fiat Sinal: 1,50% 

Ford Caoa: 1,05% 

Hyundai HMB MAX: 1,20%

Honda SP Japan: 1,20%

Toyota: 1,19%

Volkswagen: 1,06%

Taxa de juros com 30% de entrada e em até 48 vezes

Nova Chevrolet: 0,98%

Fiat Sinal: 1,05%

Ford Caoa: 1,02%

Hyundai HMB MAX: 0,99%

Honda SP Japan: 0,99%

Toyota: 1,05%

Volkswagen: 0,99% 


Taxa de juros com 60% de entrada e em 24 vezes

Nova Chevrolet: 0,89%

Fiat Sinal: 0,59%

Ford: 1,0%

Hyundai HMB MAX: 0,59% ou Taxa zero para alguns veículos específicos 

Honda SP Japan: 0,86%

Toyota: 1,02%

Volkswagen: Taxa zero 

* Banco oficial da Fiat é o Itaú 

*Banco oficial da Hyundai é o Santander

4. Um bom vendedor para um bom negócio 

Não adianta insistir se o vendedor não está com vontade de atender, pois ele não vai te ajudar. Atendimento é algo muito importante, principalmente quando se trata de um carro, que representa um valor que muitos demoraram meses e até anos para juntar. 

Por isso, ao chegar em uma loja, sua primeira exigência deve ser um vendedor pronto para te assistir desde a escolha até a finalização. Isso não tem nada a ver com simpatia, mas o que está sendo avaliado aqui é como o vendedor demonstra interesse pelas suas necessidades, paciência para suas dúvidas e segurança em te ajudar a chegar em um bom financiamento. 

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Facilita muito, claro, quando o consumidor é honesto sobre suas necessidades em relação ao carro e também quanto ao pagamento. Deixe bem claro seus limites e que você quer o melhor dentro desse valor. Negociação é jogo de persuasão e nele não cabe apenas a parte que vende, mas também a parte que compra: quem souber jogar melhor termina ganhando mais. 

5. Atenção além dos juros mensais

Agora é hora de dar atenção às letras miúdas, pois elas podem pesar no bolso. Busque no seu contrato a sigla CET, que é referente ao custo total da operação e esclareça cada valor com o vendedor, pois você terá que dispor dessa quantia anualmente. 

O CET engloba todas as despesas do financiamento, como: juros, seguro, IOF (Imposto sobre Operação Financeira) e até alguns serviços que podem ser desde despachante até o gravame eletrônico. 

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Pergunte claramente para o vendedor onde está o valor total da compra sem faltar sequer uma taxa, e confira se o preço final bate com a taxa de juros negociada.

Faça mais contas: lembre-se que especialistas financeiros, quase que unanimemente, aconselham que não se deve comprometer mais do que 30% da renda fixa em um financiamento. Também é importante escolher uma boa data de vencimento. Para assalariados, pode ser entre três e cinco dias após a data do pagamento. No caso de autônomos, é o período do mês em que se costuma ter uma melhor geração de receita.

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