Renault nacionalizará motor 1.3 turbo para usar até no novo Nissan Kicks
A chegada do Renault Kardian acarretou diversas novidades para a marca francesa. Não só para ela, como para toda a aliança Renault-Nissan. Além do novo SUV, a marca estreia a plataforma CMF-B e a produção local do motor 1.0 TCe.
A boa notícia é que, com a nacionalização do 1.0 turbo, o próximo passo será produzir o 1.3 turbo TCe, já usado por Duster, Oroch e pelo finado Captur, também por aqui. A produção ocorrerá na fábrica da recém desmembrada divisão de trens de força da marca, Horse, em São José dos Pinhais (PR).
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A informação da produção local do motor 1.3 TCe foi confirmada por Luiz Fernando Pedrucci, presidente da Renault na América do Sul, durante o evento de apresentação do Kardian. Pedrucci se resumiu a dizer que o propulsor terá “produção na região”. Como a única fábrica de motores da aliança fica no Brasil…
A notícia confirma uma informação trazida pela Mobiauto no começo de setembro e envolve muito mais camadas do que simplesmente fazer ou não o motor aqui. Isso porque o motor 1.3 TCe nacionalizado será usado pela nova família de compactos-médios da Renault.
A começar pela versão de produção da picape Niagara, que será feita na Argentina e estreará uma família de modelos híbridos flex por aqui. Além disso, o motor 1.3 TCe deve ser usado pela segunda geração do Nissan Kicks em suas versões de topo.
Plataforma eletrificada
Antes de detalhar o motor 1.3 turbo, que provavelmente equipará a versão de produção da Renault Niagara, vamos explicar um pouco sobre a plataforma CMF-B.
Essa base é do tipo modular, ou seja, tem um balanço dianteiro fixo, mas entre-eixos e balanço traseiro podem ser modificados. No caso da Niagara, ela será o maior produto da Renault com essa plataforma. Ela terá 4,90 metros de comprimento e 2,95 m de entre-eixos.
Mas não é só isso. Essa plataforma é pronta para a eletrificação e até mesmo para um carro totalmente elétrico - ainda que não seja uma plataforma para carro elétrico.
Portanto, a CMF-B poderá ter híbridos leves (MHEV), híbridos plenos (HEV) e híbridos plug-in (PHEV). A Niagara, por exemplo, terá um motor MHEV na dianteira, com um elétrico na traseiro, esse motor será alimentado por baterias com carregamento externo, ou seja, a picape será híbrida do tipo plug-in.
O motor da picape Niagara
O motor da futura substituta da Renault Oroch não foi confirmado. No entanto, com os dados que temos em mãos, tudo nos leva a crer que será o 1.3 TCe atual conectado a um sistema híbrido leve de 48 volts.
No eixo traseiro, para garantir a tração nas quatro rodas, um motor elétrico de tração. Dessa forma, a picape saltará dos 170 cv para além dos 200 cv, mas ainda não temos dados oficiais, uma vez que essa aplicação será inédita.
Motores para o novo Kicks
A nacionalização do 1.3 turbo é uma boa notícia para outra marca da aliança. A nova geração do Nissan Kicks usará motores TCe, uma vez que também será feito com a plataforma CMF-B.
Portanto, o novo Kicks deve usar tanto o motor 1.0 turbo flex de 125 cv do Kardian, com câmbio automatizado de dupla embreagem, quanto o 1.3 turbo flex de 170 cv, aí em casamento com caixa CVT ou também com a caixa DCT.
Dedo da Geely
A produção de motores para a Renault é atribuição de uma nova empresa da Aliança, batizada de Horse. Ela foi criada no ano passado e se encaixa perfeitamente nesse novo momento da Renault.
A empresa é responsável pelo desenvolvimento de motores híbridos, além de estudar o uso de combustíveis alternativos, como sintéticos, hidrogênio, GLP, GNV e etanol, por exemplo.
O mais curioso disso é a presença da chinesa Geely. A marca, que é dona da Volvo, é dona de 50% das ações da Horse e prepara uma joint-venture para produção na Coreia do Sul.
Por Renan Rodrigues
Editor de conteúdo
Prefere os hatches com vocação esportiva, ainda que com um Renegade na garagem. Formado em jornalismo na Fiam-Faam, há 10 anos trabalha no setor automotivo com passagens pelo pioneiro Carsale, além de Webmotors e KBB.