Renault nacionalizará motor 1.3 turbo para usar até no novo Nissan Kicks

Irmão do 1.0 TCe do Kardian, motor 1.3 TCe será produzido pela Horse no Brasil para servir também à nova família de híbridos flex da marca
Renan Rodrigues
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27.10.2023 às 11:00
Irmão do 1.0 TCe do Kardian, motor 1.3 TCe será produzido pela Horse no Brasil para servir também à nova família de híbridos flex da marca

A chegada do Renault Kardian acarretou diversas novidades para a marca francesa. Não só para ela, como para toda a aliança Renault-Nissan. Além do novo SUV, a marca estreia a plataforma CMF-B e a produção local do motor 1.0 TCe.

A boa notícia é que, com a nacionalização do 1.0 turbo, o próximo passo será produzir o 1.3 turbo TCe, já usado por Duster, Oroch e pelo finado Captur, também por aqui. A produção ocorrerá na fábrica da recém desmembrada divisão de trens de força da marca, Horse, em São José dos Pinhais (PR).

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A informação da produção local do motor 1.3 TCe foi confirmada por Luiz Fernando Pedrucci, presidente da Renault na América do Sul, durante o evento de apresentação do Kardian. Pedrucci se resumiu a dizer que o propulsor terá “produção na região”. Como a única fábrica de motores da aliança fica no Brasil…

A notícia confirma uma informação trazida pela Mobiauto no começo de setembro e envolve muito mais camadas do que simplesmente fazer ou não o motor aqui. Isso porque o motor 1.3 TCe nacionalizado será usado pela nova família de compactos-médios da Renault.

A começar pela versão de produção da picape Niagara, que será feita na Argentina e estreará uma família de modelos híbridos flex por aqui. Além disso, o motor 1.3 TCe deve ser usado pela segunda geração do Nissan Kicks em suas versões de topo.

Plataforma eletrificada

Antes de detalhar o motor 1.3 turbo, que provavelmente equipará a versão de produção da Renault Niagara, vamos explicar um pouco sobre a plataforma CMF-B.

Essa base é do tipo modular, ou seja, tem um balanço dianteiro fixo, mas entre-eixos e balanço traseiro podem ser modificados. No caso da Niagara, ela será o maior produto da Renault com essa plataforma. Ela terá 4,90 metros de comprimento e 2,95 m de entre-eixos.

Mas não é só isso. Essa plataforma é pronta para a eletrificação e até mesmo para um carro totalmente elétrico - ainda que não seja uma plataforma para carro elétrico.

Portanto, a CMF-B poderá ter híbridos leves (MHEV), híbridos plenos (HEV) e híbridos plug-in (PHEV). A Niagara, por exemplo, terá um motor MHEV na dianteira, com um elétrico na traseiro, esse motor será alimentado por baterias com carregamento externo, ou seja, a picape será híbrida do tipo plug-in.

O motor da picape Niagara

O motor da futura substituta da Renault Oroch não foi confirmado. No entanto, com os dados que temos em mãos, tudo nos leva a crer que será o 1.3 TCe atual conectado a um sistema híbrido leve de 48 volts.

No eixo traseiro, para garantir a tração nas quatro rodas, um motor elétrico de tração. Dessa forma, a picape saltará dos 170 cv para além dos 200 cv, mas ainda não temos dados oficiais, uma vez que essa aplicação será inédita.

Motores para o novo Kicks

A nacionalização do 1.3 turbo é uma boa notícia para outra marca da aliança. A nova geração do Nissan Kicks usará motores TCe, uma vez que também será feito com a plataforma CMF-B.

Portanto, o novo Kicks deve usar tanto o motor 1.0 turbo flex de 125 cv do Kardian, com câmbio automatizado de dupla embreagem, quanto o 1.3 turbo flex de 170 cv, aí em casamento com caixa CVT ou também com a caixa DCT.

Dedo da Geely

A produção de motores para a Renault é atribuição de uma nova empresa da Aliança, batizada de Horse. Ela foi criada no ano passado e se encaixa perfeitamente nesse novo momento da Renault.

A empresa é responsável pelo desenvolvimento de motores híbridos, além de estudar o uso de combustíveis alternativos, como sintéticos, hidrogênio, GLP, GNV e etanol, por exemplo.

O mais curioso disso é a presença da chinesa Geely. A marca, que é dona da Volvo, é dona de 50% das ações da Horse e prepara uma joint-venture para produção na Coreia do Sul.

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