Novo Jaecoo 7: rodamos mais de 1.000 km com o SUV chinês sem ir ao posto
O Jaecoo 7 acaba de ser lançado em duas versões Luxury: por R$ 229.990 e Prestige R$ 249.990. Antes disso, a Mobiauto pode testar a autonomia do SUV híbrido plug-in e saber se o J7 era capaz de rodar mais de 1.200 km com um só tanque e recarga de bateria em desafio proposto pela marca.
A primeira parte do percurso saiu de Barueri (SP) com destino à Londrina (PR). Na segunda parte, saímos da cidade paranaense para Foz de Iguaçu (PR), na Usina Itaipu, sempre abordo do novo Jaecoo 7.
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Motor Jaecoo 7
O J7 trabalha com um motor 1.5 turbo de quatro cilindros, com injeção direta, que entrega 135 cavalos de potência a 1.750 rpm e 20,4 kgfm de torque a 2.500 rpm. Junto da usina térmica, um motor elétrico dianteiro de 204 cv a 5.500 rpm e 31,6 kgfm de torque. Combinados, eles entregam 339 cv e 52 kgfm de torque.
Para abastecer o motor elétrico, uma bateria de 18,3 kWh de capacidade. O trem de força movido a energia elétrica fica ao lado do motor turbo sob o capô. Assim, a tração do SUV híbrido é sempre dianteira.
Como rodar mais de 1.300 km com um SUV híbrido plug-in
No pontapé inicial, o painel digital do J7 marcava a bateria com 100% de carga e 1.103 km de autonomia. Somando os 79 km de autonomia do modo elétrico, o SUV teria em tese 1.182 km para rodar como híbrido.
Foram 12 jornalistas convidados e divididos igualmente em quatro carros, ou seja, três por unidade. Importante frisar que o ar-condicionado não foi utilizado em nenhum momento no nosso carro, mas no resultado, esse artifício não faria tanta diferença (explico no final do artigo).
De ínicio, os primeiros 120 km da viagem foram feitos no modo elétrico (EV) até a primeira parada. Sempre que o J7 atinge os 10% de bateria, automaticamente o modo de condução é alterado para HEV.
Na segunda parada, o odômetro marcava 255 km percorridos, ainda 1.015 km de autonomia total. O truque principal desde o início da viagem foi regenerar a bateria nas descidas, já que a velocidade no ciclo rodoviário é mais constante e o sistema de regeneração não se aproveita das frenagens.
Assim, a cada ganho de carga da bateria acima dos 20%, mudávamos o modo de condução para EV. Claro que o terreno sem subidas pesadas facilitou também.
A cidade de Londrina (PR) marcou a metade do desafio após pouco mais de 10h de estrada. Nessa etapa, o odômetro marcava 504 km, com uma velocidade média de 64 km/h, 778 km de autonomia e 25 km no modo elétrico.
No segundo dia, já estávamos mais habituados com o J7, o SUV oferece mais do que um visual inspirado no Rang Rover Evoque. A dinâmica não traz aquela calibração característica dos carros chineses. Apesar de macia, a suspensão independente do tipo McPherson na dianteira e multi link na traseira não é mole além da conta.
O segundo dia marcou 10h também de deslocamento, bom que os bancos do J7 acomodam bem, tanto para quem dirige, como para quem vai no passageiro ou na segunda fileira. O trânsito na cidade de Maringá (PR) nos fez lembrar do anda-e-para de São Paulo (SP) e nos fez perder alguma energia, bom que a janela aberta totalmente fez a vez do ar-condicionado intocado.
Como houve um revezamento de motoristas, pudemos testar todas as sensações possíveis ao viajar no SUV. O espaço para as pernas é generoso, mas por motivos óbvios não foi possível testar a qualidade de ventilação das saídas de ar para os ocupantes traseiros.
O J7 também detalha os níveis de consumo por uso de energia. Na cidade de Engenheiro Beltrão (PR), por exemplo, a central multimídia mostrava 2,1 kWh de energia a cada 100 km, 23,8 km/l de gasto instantâneo e um consumo médio de 3,6l a cada 100 km, ou seja, 27,7 km/l rodando como híbrido.
Eram 17h20 quando adentramos ao Parque Nacional de Itaipu Binacional (do lado brasileiro). No fim, quando o J7 estava no estacionamento do para-peito da usina hidrelétrica, o odômetro marcou exatos 1.006,6 km, ainda restavam 300 km de autonomia e 10 km no modo elétrico.
Todo esse percurso em uma velocidade média de 57 km/h. Mas utilizamos alguns truques para aumentar autonomia do J7:
- Desligar o farol automático
- Regeneração de bateria no máximo
- Utilizar as descidas para regenerar a bateria
- Sem ar-condicionado
- Janelas com no máximo quatro dedos de abertura
Claro que a sua conclusão pode ter sido quase a mesma que a nossa: quase impossível viajar nesse modo espartano. É complicado mesmo, ainda ficamos em terceiro lugar, pouco mais de 30 km de autonomia a mais do que o quarto lugar, que usou o ar-condicionado por toda viagem, fez a tão sonhada parada de almoço e ainda rodou em velocidades maiores. O segundo lugar somou 1.448 km de autonomia, sem precisar recorrer as janelas abertas, enquanto o primeiro lugar 1453,9 km de autonomia.
A dica da Jaecoo do ar-condicionado desligado não deu muito certo, mas o que chamou mais atenção foi o computador de bordo que exibiu -1,2 kWh/100 km, de uso da bateria, 3,1l/100km no geral, ou seja, 32,2 km/l de consumo.
Pelo Inmetro, o Jaecoo 7 faz 15,1 km/l na cidade e 13,5 km/l na estrada como híbrido. Já no modo elétrico, o SUV faz 37 km/l na cidade e 30,7 km/l na estrada, com uma autonomia total de 79 km usando só energia elétrica.
Repórter
Encontrou no jornalismo uma forma de aplicar o que mais gosta de fazer: aprender. Passou por Alesp, Band e IstoÉ, e hoje na Mobiauto escreve sobre carros, que é uma grande paixão. Como todo brasileiro, ainda dedica parte do tempo em samba e futebol.