Great Wall: SUVs nacionais usarão “MQB chinesa” para fazer 15 km/l

Matriz Lemon, que será usada por SUVs da marca Haval a serem montados no Brasil, utiliza mais de 70% de aços específicos para melhorar rigidez e reduzir peso e consumo
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07.09.2021 às 09:00
Matriz Lemon, que será usada por SUVs da marca Haval a serem montados no Brasil, utiliza mais de 70% de aços específicos para melhorar rigidez e reduzir peso e consumo

Quem ainda enxerga carros chineses como modelos de construção simples e pobre, voltados aos segmentos de entrada, está parado nos anos 2010. É óbvio que ainda falta um certo refinamento para alcançar padrões que indústrias como a alemã, a japonesa e até a sul-coreana já obtiveram, mas os níveis estão mais próximo do que imaginamos.

Vejamos o caso da Great Wall Motor. Uma das cinco maiores fabricantes da China, sendo a líder na produção de SUVs e picapes, incluiu o Brasil em seu plano de expansão global e adquiriu a fábrica que era da Mercedes-Benz em Iracemápolis (SP). Lá, deve montar SUVs da marca Haval e, talvez, a picape média Série P, vendida com o emblema da própria GWM.

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Matriz Lemon, que será usada por SUVs da marca Haval a serem montados no Brasil, utiliza mais de 70% de aços específicos para melhorar rigidez e reduzir peso e consumo
Os SUVs Haval Jolion (esquerda) e H6 (direita) devem marcar a estreia das operações da Great Wall no Brasil

Engana-se, porém, quem acha que serão produtos de entrada. Todos terão um grau respeitável de sofisticação, conforme já explicamos neste outro artigo a respeito dos modelos Haval Jolion e H6. Muito provavelmente são os dois SUVs escolhidos para marcar o debute da Great Wall no mercado brasileiro.

Em comum, ambos trazem um motor 1.5 quatro-cilindros 16V turbo (disponível em diferentes calibrações e especificações) e câmbio automatizado de dupla embreagem com sete marchas. Prevê, ainda, tecnologias semiautônomas de nível 2, o que significa um pacote de segurança ativa robusto para nosso mercado, incluindo itens como:

Frenagem autônoma emergencial com detecção de ciclistas e pedestres, controle de cruzeiro adaptativo com parada total e retomada a partir da imobilidade, assistência de permanência em faixa com centralização, câmera de 360 graus, alerta de ponto cego e sensor de tráfego traseiro cruzado com frenagem automática.

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Matriz Lemon, que será usada por SUVs da marca Haval a serem montados no Brasil, utiliza mais de 70% de aços específicos para melhorar rigidez e reduzir peso e consumo
Plataforma Lemons fez seu debute com a terceira geração do H6, em 2020

Tudo isso é possibilitado pelo compartilhamento da “Lemon”, uma plataforma modular criada especialmente para desenvolver SUVs. Inspirada na MQB da Volkswagen ou na TNGA da Toyota, ela foi criada com um investimento de US$ 2,6 bilhões, o equivalente a quase R$ 14 bilhões, e dá origem a todos os novos SUVs das marcas Haval (generalista) e Wey (luxo).

Matriz Lemon, que será usada por SUVs da marca Haval a serem montados no Brasil, utiliza mais de 70% de aços específicos para melhorar rigidez e reduzir peso e consumo
Matriz modular se notabiliza pelo uso de mais de 70% de aços de alta resistência nas estruturas monobloco dos SUVs

De acordo com a GWM, os SUVs derivados da matriz Lemon possuem mais de 70% de aços de alta resistência, ultra alta resistência ou estampados a quente (ainda mais resistentes) na estrutura dos monoblocos. Como comparação, em um VW T-Cross ou Polo, o índice é de aproximadamente 50%.

No Jolion, um SUV compacto-médio que chegaria para concorrer com Jeep Compass, VW Taos, Toyota Corolla Cross, o percentual exato é de 73%. Além disso, há uma redução estimada de 100 kg no peso da carroceria tanto do Jolion em relação ao H2, SUV a quem ele substitui, quanto da terceira geração do H6 no comparativo com seu antecessor.

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Haval Jolion deve brigar com Compass, Corolla Cross e Taos

A fabricante anunciou ainda uma melhora de 50% na contenção de inclinações longitudinais em frenagens e retomadas; de 16% na rigidez lateral da carroceria; de 15% no desempenho; de 14,5% no consumo de combustível, tudo por conta dos aços mais rígidos e leves.

Com isso, o consumo prometido para o novo H6 1.5 turbo a gasolina na China é de 6,6 litros/100 km, que equivalem a 15,15 km/l. Lembrando que a gasolina de lá não possui a adição de 27,5% de etanol como a nossa. Ainda assim, são números bem interessantes para um SUV de porte médio.

Matriz Lemon, que será usada por SUVs da marca Haval a serem montados no Brasil, utiliza mais de 70% de aços específicos para melhorar rigidez e reduzir peso e consumo
H6 é um SUV maior, do segmento de Toyota RAV4 e Chevrolet Equinox

A Lemon ainda prevê produtos eletrificados, principalmente híbridos. Ainda não sabemos se a Great Wall quererá apostar nisso em nosso país tão cedo, mas a possibilidade existe. A confirmação sobre quando começará a produção em Iracemápolis tampouco ocorreu, mas tudo leva a crer que a fabricante corre para que aconteça já em 2022.

Saiba mais sobre os produtos que a Great Wall fabricará no Brasil em mais um vídeo do quadro O Que Vem Pra Pista:

Imagens: Divulgação

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