Ford Maverick FX4 ou Ranger XLS 4x4: qual picape da marca é a melhor compra?

Nesta disputa caseira na faixa de R$ 240.000, picapes da Ford custam praticamente o mesmo, mas possuem propostas bem diferentes. Qual delas você teria na garagem?
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04.03.2022 às 08:00
Nesta disputa caseira na faixa de R$ 240.000, picapes da Ford custam praticamente o mesmo, mas possuem propostas bem diferentes. Qual delas você teria na garagem?

A Ford Maverick estreou no mercado brasileiro com a árdua missão de atrair potenciais compradores da Fiat Toro, a líder do segmento de picapes compactas-médias. Se nos Estados Unidos a novata ocupa uma faixa de preços competitiva, para não rivalizar com a média Ranger, no Brasil ela chega a invadir o território da prima maior.

Vendida somente na versão Lariat FX4, a Maverick custa R$ 239.990. São só R$ 14.000 a menos do que uma Ranger Cabine Dupla XLS 2.2 turbodiesel automática 4x4 (R$ 254.090), uma diferença de preços que pode estimular o consumidor a adquirir a picape média em vez da estreante menor.

Diante desse impasse, a Mobiauto fez um comparativo virtual para mostrar qual das picapes da Ford é a melhor compra no momento. Confira:

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Monobloco x chassi de longarina

Nesta disputa caseira na faixa de R$ 240.000, picapes da Ford custam praticamente o mesmo, mas possuem propostas bem diferentes. Qual delas você teria na garagem?

Produzida no México, a Maverick é derivada da plataforma C2, a mesma estrutura de automóveis que serve de base à nova geração do Focus e aos SUVs Bronco Sport e Escape. Dessa forma, a picape compartilha com esses modelos a estrutura da porção dianteira da cabine, a arquitetura eletrônica e as suspensões independentes nas quatro rodas, entre outros componentes.

A Ranger, por sua vez, vem da Argentina. Lançada em 2011 a partir da plataforma T6, a picape média está chegando ao fim do seu ciclo, uma vez que a nova geração, já apresentada globalmente, começará a ser fabricada no país vizinho em 2023, mesmo ano em que será lançada aqui. 

Com uma proposta de uso mais severo, a Ranger é construída sobre chassi de longarinas de aço, usando carroceria e caçamba independentes, concepção que confere maior robustez. As suas suspensões combinam estrutura independente de braços sobrepostos na dianteira com eixo rígido e feixes de molas semielípticas na traseira.

Já a Maverick, por ser monobloco, consegue proporcionar um maior conforto, rigidez e estabilidade para uso na cidade e em rodovias asfaltadas.

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Dimensões

Voltada ao uso mais urbano, a Maverick tem medidas mais próximas às da Toro que da Ranger. A picape mede 5,07 metros de comprimento, 1,84 m de largura, 1,73 m de altura e 3,07 m de distância entre-eixos.

Mais parruda, a Ranger ostenta 5,35 m de comprimento, 1,86 m de largura, 1,82 m de altura e 3,22 m de entre-eixos. As medidas maiores também surtem efeito na balança e fazem a picape média superar as 2 toneladas de peso (2.124 kg).

Vão livre do solo: 218 mm / Ângulo de ataque, 20,6º / Ângulo de saída, 21,2º / Ângulo de transposição, 18,1º / Capacidade de imersão, 450 mm / Pneus 225/65 R17 All Terrain

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Motorização e desempenho

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Assim como o SUV Bronco Sport, a Maverick herdou do extinto sedã Fusion o motor EcoBoost 2.0 turbo de quatro cilindros a gasolina com injeção direta, que entrega 253 cv de potência a 5.500 rpm e 38,7 kgfm de torque a 3.000 rpm. Esse propulsor é combinado ao câmbio automático de oito marchas e a um sistema de tração integral permanente.

De acordo com a Ford, a Maverick acelera de 0 a 100 km/h em ágeis 7,2 segundos, mas a velocidade máxima é limitada eletronicamente nos 175 km/h. O câmbio é automático de oito marchas, com cinco modos de condução: Normal, Escorregadio, Lama/Terra, Areia e Reboque/Transporte.

No caso da Ranger XLS, o motor Puma 2.2 de quatro cilindros, também com injeção direta, é turbodiesel e gera quase 100 cv a menos de potência, 160 cv (a 3.200 rpm). O torque de 39,3 kgfm (a 1.600 rpm) supera o da Maverick em apenas 0,6 kgfm.

O câmbio automático Getrag de seis marchas envia essa força às rodas traseiras, uma vez que o sistema de tração 4x4 com reduzida tem acionamento temporário, indicado somente para condições de baixa aderência (lama, terra).

Para atingir os 100 km/h, a Ranger XLS leva praticamente o dobro do tempo da Maverick: cerca de 15 segundos. A sua velocidade máxima de 164 km/h também é limitada pela eletrônica por razões de segurança.

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Consumo

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Segundo as medições padronizadas pelo Inmetro, o consumo de gasolina da Ford Maverick é de 8,8 km/l na cidade e 11,1 km/l na estrada. Baseando-se nesses números, o tanque de 67 litros da picape fornece autonomia rodoviária de até 744 quilômetros.

Já a Ranger XLS Cabine Dupla 4x4 faz 9 km/l na cidade e 10,4 km/l na estrada com diesel. A sua autonomia rodoviária é de até 832 quilômetros, graças não apenas ao consumo mais moderado, típico dos motores de ciclo Diesel, como também ao tanque de 80 litros.

Capacidades

A Maverick é dotada de uma caçamba com volume de 943 litros, enquanto a sua capacidade de carga útil (pesos dos ocupantes, combustível e carga) é de 617 kg. A picape compacta-média é capaz de rebocar um implemento sem freio de até 499 kg.

Entre suas características de carro de passeio estão o vão livre do solo de 218 mm, equiparável ao de um SUV urbano, e os ângulos de apenas 20,6° (ataque), 18,1° (transposição) e 21,2° (saída), além de uma capacidade de imersão de meros 450 mm, menos do que os já contestados 480 mm da Toro.

Maior que a Maverick, a Ranger possui uma caçamba de 1.180 litros de volume. A sua capacidade de carga útil é de 1.076 kg, enquanto a de reboque sem freio é de 750 kg (ou 2.750kg com freio).

Possui, ainda, 28° de ângulo de ataque, 25° para transposição de rampas e 26° de saída, sendo 232 mm de altura livre do solo e excelentes 800 mm de capacidade de imersão, a maior no segmento de picapes médias e quase o dobro da Maverick.

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Equipamentos

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No quesito segurança, ambas são equipadas de série com sete airbags (frontais, laterais, de cortina e para os joelhos do motorista), câmera de ré, controles de estabilidade e tração, assistente de partida em rampas e controle de velocidade em descida. 

As duas picapes também possuem em comum: direção assistida, travas elétricas, vidros elétricos nas quatro portas, controle de cruzeiro, computador de bordo, quadro de instrumentos com tela digital, central multimídia Sync 2.5 de 8”, com Android Auto e Apple CarPlay via cabo (afinal, a Ranger XLS perdeu o sistema de geração 3 na linha 2023) e rodas de liga leve de 17”.

No entanto, apenas a Maverick conta com faróis em LED com acendimento automático, monitoramento da pressão dos pneus, indicador de fadiga do motorista, freios a disco nas quatro rodas, frenagem autônoma emergencial com detecção de pedestres e ciclistas, reconhecimento de placas de velocidade e ar-condicionado automático digital de duas zonas.

A picape compacta-média ainda traz rebatimento elétrico dos retrovisores, chave presencial, freio de estacionamento elétrico com função Auto Hold e sistema start-stop. Os bancos revestidos de couro com regulagem elétrica para o motorista também são um mimo exclusivo dela na comparação com a versão XLS da Ranger.

Na parte de conectividade, as duas picapes são dotadas do sistema Ford Pass com status remoto e localização do veículo, travamento e destravamento das portas, entre outras funções, por meio de aplicativo de celular. Entretanto, ao perder o ar automático digital na linha 2023 (passando a ter um sistema manual), a Ranger XLS deixou de oferecer a função de acionamento remoto do sistema.

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Conclusão

A Maverick chegou ao mercado brasileiro custando praticamente o mesmo que uma picape média, o que pode comprometer as suas vendas por aqui.

Mesmo assim, não deixa de ser um produto interessante, que entrega dirigibilidade e desempenho de carro de passeio (e dos mais rápidos). De quebra, oferece a versatilidade da caçamba para o transporte de objetos maiores no uso recreativo. Sem falar que é mais equipada que a Ranger XLS.

Esta, por sua vez, traz um pacote que ficou mais acanhado na linha 2023, mas ainda atende bem quem necessita de uma picape robusta para trabalhar e usá-la em momentos de lazer. O modelo médio possui equipamentos de série considerados essenciais para a sua faixa de preço.

Entretanto, a Ranger combina a maior autonomia do motor a diesel a uma construção e a um sistema de tração que lhe conferem uma capacidade off-road muito maior, sendo uma picape mais robusta e afeita ao uso para trilhas e/ou trabalho pesado.

A decisão de compra vai depender do uso majoritário do consumidor. Se a ideia é ter um carro com visual mais aventureiro para usar a maior parte do tempo na cidade e que, por sinal, anda muito, a Maverick atende bem. Agora, se o comprador necessita viajar longas distâncias, sair do asfalto e carregar muito peso com certa frequência, é melhor escolher a Ranger.

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