Exclusivo: Ford paralisa projetos de três novos SUVs que faria no Brasil

Plano incluía novas gerações de EcoSport e Territory, além de inédito SUV cupê que seria posicionado entre os dois para brigar com o Jeep Compass
LF
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12.01.2021 às 15:34
Plano incluía novas gerações de EcoSport e Territory, além de inédito SUV cupê que seria posicionado entre os dois para brigar com o Jeep Compass

A notícia de que a Ford vai fechar todas as suas fábricas no Brasil e tirar de linha a família Ka e o SUV EcoSport não pegou apenas jornalistas, concessionários e consumidores de calças curtas.

Na verdade, membros do núcleo duro do time de desenvolvimento da marca no país também foram duramente surpreendidos pelo anúncio, mesmo com o apontamento de que o Centro de Desenvolvimento da marca na Bahia será mantido em operação.

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Até o final do ano passado, todo o time de engenharia trabalhava arduamente no desenvolvimento de três novos projetos para o país, todos SUVs e com previsão para produção em Camaçari (BA). Seus lançamentos ocorreriam entre o final de 2021 e meados de 2023, sendo um por ano.

Segundo fontes, logo na volta do recesso da virada de ano, no primeiro dia útil do ano, houve o aviso de que os trabalhos estavam paralisados, por conta do anúncio que aconteceu na última segunda-feira (11). A decisão pegou todo o time de surpresa.

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O primeiro SUV, programado para ser lançado no final deste ano, era a terceira geração do EcoSport. 

Inclusive, o protótipo flagrado com a frente parcialmente desvelada na Índia, atrelado a um SUV médio desenvolvido em parceria com a Mahindra e com design Pininfarina, teria seu desenho seguido à risca pela frente do novo EcoSport. 

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Plano incluía novas gerações de EcoSport e Territory, além de inédito SUV cupê que seria posicionado entre os dois para brigar com o Jeep Compass
Novo EcoSport traria frente muito parecida com a deste flagra

Ele ganharia, assim, a nova identidade visual da marca, já prevista para chegar também ao Evos, um SUV cupê de grande porte que substituirá o Fusion na Europa. Já a traseira teria lanternas com três riscos verticais inspirada no Mustang.

Seu código de projeto era o BX755 e o objetivo seria torná-lo um crossover um pouco mais baixo e comprido, ao estilo de VW T-Cross e Chevrolet Tracker.Teria cerca de 4,20 metros de comprimento, 1,80 m de largura, 1,66 m de altura e menos de 2,60 m de entre-eixos. E era o projeto em estágio mais avançado entre os três.

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Tanto que mulas de sua nova geração usando carrocerias de Ka (hatch e sedan) vinham sendo flagrados circulando pelos arredores de Camaçari, enquanto a fábrica já preparava moldes e ferramentas para iniciar a produção de protótipos com a carroceria definitiva. Todo esse trabalho foi paralisado.

O segundo projeto, de código BX785, previa um SUV cupê de porte médio que estava sendo preparado para lançamento em meados de 2022.  Mediria aproximadamente 4,50 m de comprimento e 1,70 m de altura.

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Porém, manteria os mesmos 1,80 m de largura do EcoSport, o que sugere que poderia compartilhar com ele vários elementos estruturais e, possivelmente, toda a cabine interna, recebendo rodas maiores e suspensões mais elevadas. 

Teria uma frente própria, com faróis exclusivos, e uma traseira espichada, o que lhe permitiria ser mais comprido (e ter um porta-malas maior). Por isso mesmo, ganharia uma suspensão traseira reforçada.

Plano incluía novas gerações de EcoSport e Territory, além de inédito SUV cupê que seria posicionado entre os dois para brigar com o Jeep Compass
Nova geração do Territory também vinha sendo desenvolvida no Brasil

Por fim, o produto de código BX784 era a segunda geração do SUV médio Territory, prevista para ganhar as ruas em 2023, também com produção nacional. Seguiria a mesma identidade visual, porém com uma carroceria própria e quase 4,60 m de comprimento e 1,85 m de largura.

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Funcionários ainda não sabem se os projetos serão retomados, seja no Brasil ou em outros centros de desenvolvimento. O Territory, por exemplo, pode perfeitamente ganhar esta nova geração na China, onde já é produzido (e de onde vem importado ao Brasil).

Ou seja: com ou sem participação do Brasil, esses três SUVs ainda têm chances de ser descongelados e ganhar vida. E, inclusive, de chegar ao Brasil. A única certeza é que DNA de carro nacional eles não terão mais.

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