Correia banhada a óleo: problema ou solução? Chevrolet garante 240.000 km
A correia banhada a óleo chegou em um mundo onde só existiam as tradicionais correias dentadas sem lubrificação e correntes de comando metálicas. Instalada mais internamente no motor, em vez de ficar na parte externa, a solução tem virado pesadelo para donos de carros com esse recurso, que têm reclamado nas redes sociais de defeitos apresentados em seus veículos.
Entre os modelos com esse tipo de correia, os mais conhecidos são os Chevrolet Onix, Onix Plus, Tracker e Montana, equipados com os novos motores de três cilindros da marca. A correia banhada a óleo está desde o motor 1.0 aspirado até os 1.0 turbo e 1.2 turbo (este presente apenas no Tracker e na Montana).
Você também pode se interessar por:
- Chevrolet Onix 2026: quando hatch e sedan renovados serão lançados no Brasil
- Novo Chevrolet Tracker será baseado no Hyundai Creta; entenda
- Novo Chevrolet Tracker deve seguir receita da S10 para mudar visual no Brasil
- Chevrolet fará 100 anos com oito novidades e carros chineses
Para tentar acabar com as dúvidas e desconfianças sobre o sistema de correia banhada a óleo, o vice-presidente da General Motors para o Brasil, Fabio Rua, falou sobre o problema no podcast Auto Papo:
“Esse motor foi o projeto mais silencioso e mais econômico do que os tradicionais. A correia banhada a óleo ela propicia isso [economia e silêncio]. A real é que esse é um excelente produto, se feita a manutenção adequada, com o óleo recomendado no manual do proprietário. Só a correia tem 240.000 km de garantia”, explicou o executivo.
“O que tem ocorrido? As pessoas estão usando óleos que não são os recomendados pelo manual do proprietário para fazer as manutenções regulares. Então, estamos com problemas em relação a isso”, completou Rua.
Responsável pelo sincronismo das válvulas do cabeçote, as correias e correntes são primordiais para o bom o funcionamento do motor. Caso apresentem algum defeito, podem gerar danos severos, como o “atropelamento de válvulas” ou até fundir o motor.
Os carros com corrente de comando metálica têm como vantagem a durabilidade do componente, que geralmente não requer troca na manutenção preventiva. Por outro lado, a corrente gera mais ruído e, por ser mais pesada que as correias, demanda mais esforço do motor e, consequentemente, pode elevar o consumo de combustível.
Já a mais conhecida, a correia dentada, tem contra si uma durabilidade menor da sua vida útil. Em contrapartida, o custo da manutenção é menor.
Nesse cenário, a correia banhada a óleo surge com a promessa de ser mais eficiente, reduzir a vibração do motor e os ruídos. Como a peça fica dentro do motor, ela usufrui do óleo do motor para a sua lubrificação, o que aumenta consideravelmente seu tempo de utilização, reduz o ruído e torna o motor mais eficiente.
Então, qual o problema da correia banhada a óleo?
Como o vice-presidente da GM destacou, o uso inadequado do óleo lubrificante acaba por expor a correia a substâncias que podem acelerar a decomposição do componente. Com isso, os detritos circulam por onde não devem no motor e acabam entupindo as vias por onde o óleo precisa circular.
Outro lado negativo é que a correia fica dentro do motor. Para acessar e verificar o estado da correia é preciso realizar mais operações do que uma correia dentada convencional, que fica do lado de fora do bloco. Isso com certeza pode pesar no custo da mão de obra na hora da manutenção.
Existem alguns indícios de que a correia está com problema. A luz do óleo acendeu no painel significa que os dutos que captam o óleo para realizar a lubrificação podem estar entupidos por detritos que se soltaram da correia. Outro sinal é perceber resíduos na troca de óleo. Isso pode significar que a correia está esfarelando.
No mundo ideal, a correia banhada a óleo oferece uma série de pontos positivos. Porém, na vida real, basta que o primeiro dono “saia da linha” prevista no manual para gerar uma série de consequências.
Repórter
Encontrou no jornalismo uma forma de aplicar o que mais gosta de fazer: aprender. Passou por Alesp, Band e IstoÉ, e hoje na Mobiauto escreve sobre carros, que é uma grande paixão. Como todo brasileiro, ainda dedica parte do tempo em samba e futebol.