Avaliação: VW Polo Track fará a festa de motoristas de frota e aplicativo

Novo modelo de entrada da marca deverá provar que vale mais a pena do que o novo Polo MPI para o consumidor do varejo
Renan Rodrigues
Por
16.02.2023 às 11:00
Novo modelo de entrada da marca deverá provar que vale mais a pena do que o novo Polo MPI para o consumidor do varejo

Depois de 42 anos, o Volkswagen Gol saiu de linha no Brasil. O carro mais vendido na história do nosso mercado será substituído pelo Polo Track, modelo de entrada com visual diferente do novo Polo

Para se distanciar e ser o Volkswagen mais barato do mercado, o Polo Track manteve os faróis antigos, mas com novos arranjos internos, e ganhou para-choque redesenhado, que também é diferente das versões atuais. A porção na dianteira que precisa de tinta parece menor, o que ajuda a fabricante a economizar. 

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Novo modelo de entrada da marca deverá provar que vale mais a pena do que o novo Polo MPI para o consumidor do varejo

Ao contrário do Polo pré-facelift, o acabamento superior da grade não tem a cor da carroceria, mas sim preto fosco, e é em plástico rígido. Além disso, leva o emblema novo da marca. O acabamento das capas dos espelhos retrovisores e maçanetas externas das portas também são pintados de preto fosco, para ornar com as calotas escurecidas.

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Por falar em economia, quem optar pelo Polo Track economizará R$ 5.400 em relação ao Polo MPI, enquanto pagará R$ 930 a mais do que o Gol cobrava em seu final de vida. O Gol era vendido por R$ 78.160, enquanto o Polo Track chega por R$ 79.090 (sem contar o opcional) e o MPI é tabelado em R$ 84.490. 

Itens de série

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Bom, começando a comparar com o Polo MPI, o Track perde itens como faróis em LED e central multimídia. Conforme a Mobiauto revelou em primeira mão, até mesmo o rádio é um equipamento opcional, que custa R$ 900. 

Dessa maneira, a lista é composta por: 

VW Polo Track 2023: R$ 79.090 – Itens de série

● Faróis halógenos

● Quatro airbags (frontais e laterais) 

● Ar-condicionado manual 

● Bloqueio eletrônico do diferencial 

● Assistente de partida em rampas 

● Controle eletrônico de tração e estabilidade

● Rodas de 15” com calotas 

● Vidros elétricos dianteiros 

● Volante multifuncional

Pacote Rádio Media Plus II (opcional de R$ 900): rádio com MP3 e Bluetooth; tomada USB tipo C; computador de bordo; volante multifuncional; quatro alto-falantes; antena de teto.

Como anda o Polo Track

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O motor do Polo Track é o mesmo do Gol e do Polo MPI. Trata-se do 1.0 aspirado de 77 cv de potência e 9,6 kgfm de torque com gasolina, sendo 84 cv de potência e 10,3 kgfm de torque com etanol. 

Esse motor segue competente para fazer a porta de entrada do mercado. No Polo Track, ele garante um uso agradável na cidade, especialmente pelos ótimos engates do famoso câmbio manual de cinco marchas MQ200. 

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Curiosamente, a elasticidade do motor, a relação de marchas não tão curta e o maior peso do veículo colaboram para que não haja tantas trocas de marcha em ambiente urbano, ao menos em relação a outros rivais com motor 1.0 aspirado flex.

Obviamente, por se tratar de um carro “mil”, o Polo Track sente mais dificuldades em subidas e rodovias. Durante nosso primeiro contato, a Volkswagen elaborou um roteiro com serra, o que demostrou suas dificuldades nesse ambiente. Em certos pontos, foi necessário reduzir para a primeira marca para dar conta de uma ladeira. 

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Vale ressaltar que a subida até São Bento do Sapucaí, divisa entre os Estados de São Paulo e Minas Gerais, é das mais complicadas para boa parte dos veículos mais vendidos do país. 

O acerto de suspensão é um dos melhores do segmento, aliás. Com um novo ajuste de amortecedores, o Polo ficou mais confortável. O conjunto filtra melhor os buracos no solo, mas sem interferir da estabilidade e capacidade de fazer curvas do Polo.

As diferenças nos para-choques e nos ângulos se refletem também na aerodinâmica do Polo Track. Por isso, ele é ligeiramente menos econômico do que o novo Polo MPi, conforme revelamos em primeira mão neste outro artigo. Veja os números:

VW Polo Track Consumo Inmetro: 

  • Cidade:      9,3 km/l com etanol 13,5 km/l com gasolina
  • Estrada:      10,5 km/l com etanol e 15 km/l com gasolina

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O novo desenho dos para-choques elevou levemente o Polo, uma vez que a ponta das peças estão mais altas, favorecendo os ângulos de ataque e saída. Apesar disso, a altura da suspensão ou perfil dos pneus não mudaram. No uso diário, o motorista só deverá perceber que é mais difícil raspar a dianteira do Polo Track em relação ao novo Polo. 

Volkswagen Polo Track 2023 – Ficha técnica

Motor: 1.0, dianteiro, transversal, três cilindros 12V, flex, duplo comando de válvulas no cabeçote com variação na admissão, acionado por correia dentada
Taxa de compressão: 11,2:1
Potência: 84/77 (E/G) cv a 6.450 rpm
Torque: 10,3/9,6 (E/G) kgfm a 3.000 rpm
Peso/potência: 12,7 kg/cv
Peso/torque: 103,9 kg/kgfm
Câmbio:  manual de cinco marchas
Tração: dianteira
0 a 100 km/h: 13,5 segundos
Velocidade máxima: 173 km/h

Dimensões: comprimento, 4.057 mm; entre-eixos, 2.565 mm; largura, 1.751 mm; altura, 1.468 mm; porta-malas, 300 litros; tanque de combustível, 52 litros.

Dados técnicos: direção elétrica progressiva; suspensões tipo McPherson (dianteira) e eixo de torção (traseira); freios a disco ventilados (dianteira) e tambor (traseira); diâmetro de giro, 10,6 m; vão livre do solo, 159 mm; ângulo de ataque, não divulgado; ângulo central, não divulgado; ângulo de saída, não divulgado; carga útil, 424 kg. 

Construção superior à de outros carros de entrada

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Um dos trunfos do Polo é a sua construção. Apesar de ser vendido com apenas quatro airbags, enquanto o irmão sedan ganhou as seis bolsas de ar, o hatch pode ser considerado um dos mais seguros do mercado. 

A plataforma MQB A0 é mais moderna que a dos rivais no segmento de entrada, e recorrentemente testada no Latin NCAP. No último teste, o novo Polo ganhou três estrelas pela ausência de itens de segurança passiva e assistentes de condução. A gente explicou melhor a diferença para a nota do Virtus, que tirou cinco estrelas.

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Fato é que é perceptível a qualidade de construção da carroceria, sua estabilidade e sua versatilidade, já que o Polo é um projeto capaz de receber desde um motor 1.0 aspirado até um 1.4 TSI turbo flex de 150 cv. 

Acabamento simples até demais 

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Essa qualidade só não se reflete no acabamento interno, simplório como se não ligasse para o conforto de quem vai a bordo. O Polo sempre abusou do plástico rígido e isso continua. É bem verdade que as versões mais caras ganharam alguns disfarces, especialmente na porção central do painel, mas não é o caso do Polo Track. 

Ao menos, ao contrário do que aconteceu no lançamento dessa geração, a cor escolhida para o plástico é mais escura e diminui a sensação de um carro popular dos anos 1990. Não há presença de nenhum cromado, exceto no símbolo da Volkswagen. A região do rádio recebe uma moldura em preto brilhante que serve mais para ressaltar a qualidade dos demais plástico do que embelezar o painel.

Novo modelo de entrada da marca deverá provar que vale mais a pena do que o novo Polo MPI para o consumidor do varejo
 

Vale a pena o VW Polo Track?

O Polo Track realmente vai ocupar o espaço do Gol. Pensando racionalmente, é um projeto superior e que, pela mesma faixa de preço, entregará muito mais enquanto carro, embora com uma lista de equipamentos tão ou até mais enxuta que a do antecessor.

Novo modelo de entrada da marca deverá provar que vale mais a pena do que o novo Polo MPI para o consumidor do varejo

No comparativo com outros carros de entrada do mercado, como Citroën C3, Renault Kwid e Fiat Mobi, o Polo Track também se mostra uma opção atraente. Custa um pouco mais caro, mas tem um projeto muito superior em termos de construção da carroceria.

Porém, dificilmente o consumidor comum irá até a loja de olho nessa configuração. Afinal, é mais vantagem diluir no financiamento a diferença de valores e levar para casa o novo Polo MPi, uma opção com a mesma carroceria, mais itens de série e visual melhor. 

Novo modelo de entrada da marca deverá provar que vale mais a pena do que o novo Polo MPI para o consumidor do varejo

Frotistas e motoristas de aplicativo provavelmente optarão pela versão mais pelada. Contarão, assim, com um carro bom de dirigir, embora simples demais para o que se espera de um carro zero-quilômetro em 2023 em termos de itens a bordo.

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