Renaut Clio: por que o hatch não foi renovado no Brasil, mas é sucesso na Europa

Renaut Clio: por que o hatch não foi renovado no Brasil, mas é sucesso na Europa
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08.01.2025 às 11:39 • Atualizado em 30.06.2025
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Renaut Clio: por que o hatch não foi renovado no Brasil, mas é sucesso na Europa

Em 2017, o Renault Clio se despedia de fato do mercado brasileiro após 20 anos. Em seu lugar, a marca francesa inseriu o Renault Kwid. Bem diferente do Brasil, o Clio permaneceu vivo na Europa, foi renovado recentemente e até novembro de 2024 estava no posto de segundo veículo mais vendido do continente com 244.066 unidades, atrás somente do Dacia Sandero.

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Só a título de comparação, a Fiat Strada foi o carro mais vendido do Brasil em 2024 com 144.694 unidades. Ainda que toda a Europa seja maior e tenha mais população, o mercado é também mais concorrido, tem mais modelos, e não dá para negar que o desempenho do Renault Clio foi muito bom.

O compacto chegou até ser vendido na carroceria sedan, mas foi como hatch que ele deu verdadeiramente certo. Sua briga era com VW Gol e Fiat Uno, sendo um modelo com bom pacote de itens de série. No catálogo da marca, o Renault Stepway e Sandero ficavam como as opções maiores de compactos.

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Então, por qual motivo o Clio saiu de cena por aqui? A era do Clio iniciou como importado em 1996 para chegar a ser fabricado em São José dos Pinhais (PR) em 1999. O compacto já oferecia airbags na época e conseguiu rivalizar bem com os concorrentes.

No entanto, com o passar dos anos as vendas foram caindo, tanto que sua produção foi transferida para a Argentina em 2007. Essa foi a solução da Renault para o Clio, que viu a concorrência melhorar e seu nível de equipamentos ficar cada vez mais básico.

A perda de posto de compacto “mais completo” fez com que Clio perdesse espaço e consequentemente vendesse menos. A pá de cal veio no seu último, em 2016, com apenas 43 unidades.

Por que o novo Renault Clio não veio?

A resposta está no próprio catálogo atual da Renault. Basta olhar a presença do Kwid e a chegada do Kardian para entender que o Clio não teria espaço. Como a preferência por SUVs está cada vez maior, trazer o Kardian como um SUV compacto faz mais sentido investir na chegada do hatch. Até porque o lucro por unidade em SUVs é maior.

Enquanto isso, entre os produtos de entrada, o Kwid é um projeto de baixo custo vindo do mercado asiático e que é difícil de bater em valor de produção. O que tornaria difícil fazer do Clio um veículo mais rentável que o tal “SUV dos compactos”.

Em 2023, o novo Clio chegou ao mercado europeu já com a nova linguagem de designs da Renault. As versões com motores 1.0 e 1.6 continuam, a diferença é que o os propulsores são turbo e na versão com maior litragem o conjunto é híbrido com motor térmico e outros dois elétricos, que entregam até 145 cv de potência. Enquanto na opção mais branda são 65 cv. Ainda há o 1.5 a diesel com 100 cv.

Só aqui já conseguimos entender que o próprio Renault Clio evoluiu ao ponto de se tornar um carro caro demais para o Brasil. E em mercado que os hatches já não enchem tantos os olhos, trazer um modelo cujo valor não seria tão acessível complicaria a vida da marca. Por essa soma de fatores, a Renault optou por outros produtos para o Brasil.

Mas isso não quer dizer que o Renault Clio não está entre nós. Afinal, o hatch já foi flagrado rodando pelo Brasil nos últimos anos, mas com um objetivo diferente: testar a motorização híbrida que será usada nos novos veículos da fabricante.

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Repórter

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Encontrou no jornalismo uma forma de aplicar o que mais gosta de fazer: aprender. Passou por Alesp, Band e IstoÉ, e hoje na Mobiauto escreve sobre carros, que é uma grande paixão. Como todo brasileiro, ainda dedica parte do tempo em samba e futebol.