Por que seguro de carro está tão caro?

Aumento de demanda no mercado de seminovos e usados tem inflado valor do seguro auto, complicando renovações e até novos contratos
Camila Torres
Por
27.03.2023 às 08:00
Aumento de demanda no mercado de seminovos e usados tem inflado valor do seguro auto, complicando renovações e até novos contratos

Seguro de carro nunca esteve tão caro. Segundo o Índice de Preços do Seguro de Automóvel (IPSA), da Insurtech Tex – empresa especializada em pesquisas de mercado -, em fevereiro de 2023, o valor dos seguros atingiu o maior patamar dos últimos 26 meses. 

De acordo com o IPSA, o valor do seguro auto aumentou 17,5% nos últimos 12 meses. Vale ressaltar que já está no terceiro mês consecutivo de alta, atingindo em fevereiro a média de 6,7% do valor do automóvel.

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E foi ainda pior para os mais jovens. Ainda em fevereiro último, a geração Z (aquela que engloba pessoas nascidas entre 1990 e 2014) pagou apólices de 9,2% do valor do carro. Isso quer dizer que um veículo no valor de R$ 100.000, teve apólice de R$ 9.200. 

O valor do seguro para geração Y (nascidos entre 1977 e 1989) saiu em média 7,1% do valor do carro. Já a geração X (1965 a 1976) pagou em média 5,3%, sendo a geração Baby Boomer (1943 a 1964), a que menos gastou, com 5,2%. 

O IPSA também apontou que homens solteiros pagaram em média 10,4% do valor do carro, o que é 62,5% mais caro que o valor cobrado por homens casados. Já mulheres solteiras pagaram em média 7,4% do preço do veículo, o que é 32,1% mais caro que uma mulher casada.


Por que o valor do seguro aumentou tanto?

A Insurtech Tex explica que vários fatores influenciaram para que o valor do seguro atingisse um patamar tão alto. Tudo começou com a pandemia que resultou na escassez de peças e crise no mercado de zero-quilômetro.

“Existe um efeito da pandemia que ainda não se estabilizou. Não está normalizado fornecimento de veículos novos e isso valoriza usado”, explicou Emir Zanatto, CEO da Tex.

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Isso aumentou a demanda no mercado de carros usados e seminovos e, consequentemente, elevou os preços da Tabela Fipe. Mesmo assim, os valores ainda são muito mais atrativos do que os dos veículos novos. 

Afinal, para sair com um carro novo da loja atualmente, o brasileiro precisará desembolsar pelo menos R$ 68.190, que é o preço de um Renault Kwid Zen, modelo mais barato do Brasil.  

Carros usados e seminovos tiveram 22,2% de aumento nas vendas nos primeiros dois meses deste ano, comparado ao mesmo período do ano passado, de acordo com dados fornecidos pela Fenauto (Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores).

Um outro fator crucial para a alta do seguro é o aumento de roubo e furto de veículos, motivados pela falta de peças de reposição no mercado.

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“A escassez na cadeia de suprimento levou empresas a diminuírem o ritmo e pararem a produção e isso faz com que aumente o preço, mas também faz com que não tenha peças em caso de colisão, como também aumenta o volume de roubo e furto”, discorreu o Zanatto. 

Além disso, é preciso considerar que quanto mais antigo o veículo for, mais caro o valor do seu seguro: zero quilômetro paga em média 4,6% do valor do carro; carros com até dois anos pagam 5,4%; de 3 a 5 anos pagam 6,5%; de 6 a 10 anos pagam, em média, 8,6%. 

Vale esclarecer que o valor do seguro auto é composto por uma série de fatores: valor do veículo, idade do veículo, endereço do proprietário, idade do condutor, estado civil do condutor, finalidade do veículo e até a marca. 

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