Por que pessoas estão "passando mal" ao andar de carro elétrico

Já se sentiu enjoado dentro de um elétrico? A ciência explica o motivo
MC
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05.07.2025 às 06:48
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Já se sentiu enjoado dentro de um elétrico? A ciência explica o motivo

Para alguns viajar de carro (independente do combustível) pode ser uma tarefa desafiadora. São comuns relatos de enjoo e vertigem com o veículo em movimento, especialmente ao mexer no celular ou ler um livro. E os sintomas costumam ser ainda piores para quem viaja no banco de trás. Mas, você sabia que em carros elétricos o mal-estar pode ser ainda pior?

Após pessoas relatarem mal-estar durante viagens em carros elétricos, o jornal britânico, The Guardian, decidiu investigar os sintomas e averiguar se a fundamento nesses relatos. Para isso, conversaram com William Emod, aluno de doutorado em pesquisa de doenças automobilísticas na Université de Technologie de Belfort-Montbéliard, na França.

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Carros elétricos enjoam mais que carros a combustão?

Reprodução/Mobiauto

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A partir do depoimento do cientista e baseado em estudos e pesquisas já existentes a resposta é: sim os carros elétricos podem fazer as pessoas sentirem mais sintomas físicos de mal-estar do que os carros a combustão. E os motivos são vários, entre eles: causas biológicas e técnicas.

"A sensação de mal-estar em veículos elétricos pode ser atribuída à ausência de experiência anterior, como motorista e passageiro, onde a mente carece de precisão na estimativa das forças de movimento porque depende de experiência anterior em diferentes tipos de automóveis" , explica o especialista.

Razões técnicas que causam mal-estar

Reprodução/Mobiauto

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Os veículos movidos a bateria possuem um tipo de dirigibilidade diferente dos modelos a combustão. Nessa categoria os carros possuem torque instantâneo, ou seja, uma resposta imediata a pressão feita nos pedais. E isso acontece até mesmo em velocidades baixas.

Consequentemente, quem abandona os veículos movidos a combustão deve “reaprender” a pilotar. Isso porque a tensão gerada pelos pés no acelerador e freio devem ser medidas com mais precisão. O mal controle desses itens geram respostas bruscas do carro e desconforto para quem viaja.

Uma solução para auxiliar os motoristas nessa transição é utilizar o modo de condução “eco”. Por prezar pela economia de combustível, essa função segura mais o acelerador.

Além das acelerações bruscas, o sistema de frenagem regenerativa - responsável por utilizar a energia do acionamento dos freios para carregar a bateria - também sensibiliza o pedal de desacelerar e sua má calibração também gera movimentos bruscos e desconfortáveis.

E mesmo tomando todos esses cuidados, ainda é possível sentir mal-estar apenas pelo fato de o carro elétrico responder a comando de maneira diferente que o a combustão.

Razões biológicas que causam mal-estar

Shutterstock

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Mesmo com a boas práticas de condução de veículos elétricos, ainda sim é possível passar mal. Mas nesse caso as razões são biológicas.

"Se estamos acostumados a fazer viagens em carros a combustão, estamos acostumados a entender o movimento do automóvel principalmente com base em indicadores correspondentes a rotações do motor, vibrações do motor, torque e muitos outros. Mas, viajar em um elétrico pela primeira vez é um novo ambiente de movimento para a mente, que precisa de adaptação", explica Emond.

Conforme a explicação do especialista, a falta de costume ao fazer viagens em elétricos pode causar enjoos e vertigens. O corpo humano, ao descobrir um novo ambiente de movimento, precisa se habituar a esse cenário. Até que isso aconteça, é normal sentir desconforto.

“É por isso, por exemplo, que quase todo mundo fica doente em ambientes de gravidade zero", acrescenta Edmond.

Para solucionar o problema biológico, alguns especialistas recomendam o acréscimo de mudanças significativas na iluminação dos carros elétricos. Deixando-as mais ambiente e confortáveis para viaja. Essa medida auxiliaria o cérebro a se acostumar com o cenário.

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