Por que o Fiat Argo poderá perder versões por culpa do Grande Panda
Com oito anos de mercado, o Fiat Argo é um dos hatches mais vendidos do Brasil, tanto que no ano passado fechou o ranking na 5ª posição com o total de 91.139 unidades emplacadas. Atualmente, o hatch é oferecido em nosso mercado em quatro versões: Argo 1.0, Drive 1.0, Drive 1.3 CVT e Trekking 1.3 CVT. Mas em um levantamento de vendas fica claro que as versões mais equipadas não são tão representativas assim no mix, o que poderia abrir espaço para o novo Grande Panda.
Importante lembrar que atualmente o Argo 1.3 manual está com as vendas temporariamente suspensas, o que segundo a Fiat é por conta da adequação das versões com pedal de embreagem as normas de emissões do Proconve L8. Mas voltando a falar de mercado, o Argo vendeu ao todo em 2024 nada menos do que 94.632 unidades, segundo levantamento encomendando pela Mobiauto à consultoria Jato Dynamics.
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Dentro desse montante, as versões com motor 1.0 Firefly flex aspirado de destacaram – algo que já era previsto, mas não com tanta diferença. Para se ter ideia, em 2024 o Argo com motor 1.0 de 77 cv foi responsável por nada menos do que 73,4% das vendas do hatch, enquanto as configurações equipadas com o motor 1.3 Firefly aspirado de até 107 cv respondem por apenas 26,6% dos emplacamentos.
Abaixo, confira os emplacamentos totais do Fiat Argo por versão em 2024.
- Argo 1.0: 15.733
- Argo Endurance 1.3: 800
- Argo Drive 1.0: 53.674
- Argo Drive 1.3 CVT: 5.673
- Argo Trekking 1.3: 7.910
- Argo Trekking 1.3 CVT: 10.842
Vendas Fiat Argo por motorização em 2024:
Argo 1.0: 69.407 – 73,4%
Argo 1.3: 25.225 – 26,6%
Esse domínio das versões com motor 1.0 Firefly nos leva a acreditar que será questão de tempo a Fiat aposentar as versões com motorização 1.3 Firefly aspirado flex, por mais que recentemente a fabricante tenha atualizado a gama do hatch compacto, que ganhou faróis full-LED e central multimídia com Apple CarPlay e Android Auto sem o uso de cabos.
Isso porque está previsto a chegada ao Brasil do novo Fiat Grande Panda, que foi confirmado como substituto do Mobi e Argo pelo próprio CEO Global da Fiat há duas semanas. Já rodando em testes em terras tupiniquins, o modelo apareceu tanto com a carroceria igual ao do europeu quanto como mula, utilizando a carroceria do Citroën C3.
A questão é que o novo hatch é só um pouco maior que o Argo em dimensões, o que nos levaria a uma provável canibalização dentro da marca. Com isso, as versões com motor 1.3 do Argo podem ser aposentadas, seja porque são as mais caras da linha ou pela baixa representatividade no mix de vendas do modelo. Com a chegada do novo Grande Panda (que pode se chamar até Panda ou novo Uno), o fator novidade, o desenho autoral e até o uso do 1.3 Firefly podem fazer o público do Argo naturalmente migrar para o inédito compacto.
Por fim, vale dizer que tal receita não é nada inédita dentro da própria Fiat, que sempre teve um modelo de porte parecido trabalhando a faixa de entrada, vide Uno Mille/Palio ou Palio Fire convivendo com uma versão mais nova dele. Assim, não seria grande surpresa o Fiat Argo ser mantido somente nas versões 1.0 por um período junto do novo Fiat Grande Panda.
Por Diego Dias
Repórter
Entusiasta de carros desde criança, achou no jornalismo uma forma de combinar paixão e profissão. É jornalista formado pela faculdade FIAM-FAAM e atua no setor automotivo desde 2014, com passagens por Auto+, Quatro Rodas e Motor1 Brasil.