Por que a Renault fabrica mas não vende Oroch 1.3 turbo 4x4 no Brasil
A Renault Oroch foi quem deu o pontapé inicial no segmento de picapes intermediárias no Brasil, lá em 2015. Reza a lenda que um executivo da Fiat que foi para a marca francesa cantou a letra do projeto da Toro, e então a fabricante aproveitou a base do Duster para se antecipar meses antes da rival.
A Toro, no entanto, foi a verdadeira responsável pelo boom de vendas na categoria, que agora ganhou mais uma concorrente: a Chevrolet Montana de terceira geração. Daí que a Oroch, vanguardista, é curiosamente o modelo que menos vende no segmento.
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Em março, a picape intermediária da Renault emplacou 2.642 unidades, contra 4.428 da nova Chevrolet Montana e 5.607 da Fiat Toro. Isso porque ela tem praticamente o mesmo visual desde seu lançamento e ganhou poucos ajustes para tentar ser competitiva, o que não ajuda tanto nessa briga.
Só que a Renault dispensou para o nosso mercado uma carta na manga que poderia ajudar em seu volume de vendas: a Renault Oroch 1.3 turbo com tração 4x4. Essa variante é produzida nas instalações de São José dos Pinhais (PR), na mesma linha de montagem que saem todas as unidades da Oroch para o mercado brasileiro.
Só que todas as unidades 4x4 são exportadas e o Brasil fica apenas com as configurações Pro, Intense e Outsider. As duas primeiras têm motor 1.6 de 120 cv de potência e 16,2 kgfm de torque com etanol, combinado a câmbio manual, enquanto a mais completa tem motor 1.3 turbo flex de até 170 cv e 27,5 kgfm, acoplado a uma transmissão automática do tipo CVT
Por que a Renault fabrica mas não vende Oroch turbo com tração 4x4 aqui? Em um papo com Charles Courtois, chefe de marketing da Renault, Mobiauto descobriu que a resposta está na aplicação do câmbio automático.
Segundo o executivo, a marca francesa não tem em sua prateleira um sistema de transmissão que permita gerenciar a usina TCe de 1,3 litro em conjunto com um diferencial traseiro para tração nas quatro rodas.
Tanto que, em mercados como Argentina e Colômbia, a marca oferece a picape com o 1.3 turbo e esse tração 4x4 sempre com câmbio manual de seis marchas, tal qual o extinto Duster 4x4 comercializado no Brasil anos atrás.
Como no Brasil a Renault já entendeu que nesse tipo de categoria só se dá bem quem tem câmbio automático, nem cogitou levar a configuração às lojas. Restaria unir o trem de força 1.3 TCe CVT a um cardan e uma suspensão traseira com diferencial. Só que aí os custos do projeto não foram interessantes para a empresa.
Voltando a falar de Argentina e Colômbia, nesses mercados a Oroch 1.3 TCe 4x4 é a versão topo de gama. Na Colômbia, custa 15.800.000 de pesos colombianos, equivalente a cerca de R$ 173.800, enquanto na Argentina parte de 9.991.000 pesos argentinos, algo próximo dos R$ 240.000 na conversão direta. Por aqui, a versão de topo já custa R$ 146.900.
Jornalista Automotivo
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