GWM: por que concorrência no Brasil precisa se preocupar com esta chinesa

Empresa será a terceira chinesa a investir no Brasil e não se intimidou com fechamento das fábricas da Mercedes e da Ford
BF
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24.05.2022 às 12:37
Empresa será a terceira chinesa a investir no Brasil e não se intimidou com fechamento das fábricas da Mercedes e da Ford

Mercado de automóveis é assim: a Mercedes-Benz alega prejuízo e fecha a fábrica de automóveis de Iracemapólis (SP). Que caiu nas boas graças e foi comprada pela Great Wall Motors (GWM). Com outra proposta: produzir apenas híbridos e elétricos, com muita tecnologia e qualidade, além de preços tentadores, como sempre foram os chineses. 

A rigor, a GWM é a terceira marca chinesa a investir no Brasil. A JAC tentou uma fábrica no país mas está limitada, por ora, a importar uma linha de elétricos, automóveis, SUVs, picapes e caminhões.

Conteúdo em parceria com o Auto Papo

A segunda foi a BYD, que se instalou inicialmente produzindo baterias, painéis fotovoltaicos e chassis para ônibus e caminhões elétricos, mas está lançando sedans e SUVs híbridos e elétricos (ainda importados) em nosso mercado.

A GWM é a maior fabricante privada chinesa de automóveis e já chegou “chegando”: comprou a antiga fábrica da Mercedes-Benz, no interior de São Paulo. Começa a produzir no fim do próximo ano, mas inicia suas operações comercializando neste segundo semestre SUVs e picapes importados da China.

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O que atraiu a GWM?

Apesar dos altos e baixos, o mercado automobilístico brasileiro está entre os dez maiores do mundo, o que despertou seu interesse em implantar uma fábrica no país.

Parque industrial

Além do tamanho do mercado, essencial também para estabelecer uma produção local é nosso parque industrial. Sob este aspecto, o Brasil conta com um dos maiores e mais modernos do mundo, com fornecedores de componentes e sistemistas de extrema capacidade tecnológica.

As montadoras contam com o fornecimento local das mais importantes empresas mundiais do setor, como Bosch, ZF, Mahle, Continental, Denso, Delphi e outras.

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Empresa será a terceira chinesa a investir no Brasil e não se intimidou com fechamento das fábricas da Mercedes e da Ford

Fábrica pronta

Outra oportunidade que se abriu para a GWM foi a possibilidade de adquirir uma fábrica de automóveis pronta para operar. Os chineses tiveram duas opções: a da Ford, em Camaçari (BA), e a da Mercedes, em Iracemápolis. 

Decidiram pela segunda por suas dimensões mais compatíveis com seu projeto industrial. A possibilidade de adquirir uma fábrica em condições operacionais foi um grande facilitador para se instalar no Brasil. 

Primeiro, pela rapidez, pois abrevia consideravelmente o tempo necessário para iniciar suas operações industriais. Segundo, o investimento necessário para comprar uma fábrica pronta é incomparavelmente inferior ao de construir uma do zero, mesmo diante de adequações para ajustá-la aos seus projetos.

Aliás, além de adquirir a fábrica de Iracemápolis, a GWM comprou também o “passe” de seu ex-diretor industrial, que conhece profundamente todos os detalhes de suas instalações e seu modus operandi.

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Exportação

Produzir no país abre excelentes perspectivas de exportação da GWM para toda a América Latina, principalmente para os países do Mercosul e para o México, com quem o Brasil tem um tratado bilateral de comércio.

Com investimentos previstos de R$ 10 bilhões e nacionalização de 60% de seus produtos a médio prazo, a GWM poderá se tornar um dos mais importantes “players” da região.

Expansão

A Great Wall já expandiu suas operações para Ásia, Austrália, África do Sul, Tailândia e Rússia. A fábrica no Brasil faz parte de seu projeto global de expansão, atingindo uma das mais importantes regiões do mundo.

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GWM: projeto ambicioso

A vinda da GWM é um projeto ambicioso e que não se intimidou mesmo com o fechamento das fábricas da Ford nem da Mercedes.

A empresa se apoia na crescente qualidade dos automóveis chineses, de sua vantagem pela escala, insuperável supremacia na eletrificação veicular e aposta em novas tecnologias: já declarou intenção de investir na célula a combustível (fuel cell) acionada por hidrogênio obtido do etanol.

Oswaldo Ramos, seu diretor comercial, conhece o mercado brasileiro como a palma da mão e pretende chegar a 130 concessionários até o fim de 2023, oferecendo ao mercado uma gama de híbridos (inclusive os plug-in, carregados na tomada) e puramente elétricos.

E sabe como conquistar uma considerável fatia do bolo não só com preços competitivos mas também com qualidade e tecnologia avançada. Bom para os consumidores. Mas os concorrentes que se cuidem…

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