Fiat Prêmio: sedan do Uno foi pioneiro em item que todo 0 km hoje tem

Sedan compacto vendeu mais de 150 mil unidades em nosso mercado, mas sempre ficou na sombra do Uno, hatch que teve sucesso avassalador
LA
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09.08.2023 às 17:00
Sedan compacto vendeu mais de 150 mil unidades em nosso mercado, mas sempre ficou na sombra do Uno, hatch que teve sucesso avassalador

O Fiat Prêmio foi a primeira variação da linha Uno e chegou ao mercado em 1985 como sedan compacto de duas portas nas versões S e CS, sucedendo o Fiat Oggi como carro "família" da marca.

Com motores 1.3 Fiasa de 59,7 cv de potência a 5.200 rpm e 10 kgfm de torque a 2.600 rpm na versão S, e 1.5 Sevel de 71,4 cv de potência a 5.500 rpm e 12,3 kgfm de torque a 3.000 rpm na versão CS (dados coletados sempre com etanol), o Fiat Prêmio se vangloriava por ser o mais econômico da categoria, independente do motor utilizado.

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A versão 1.3 fazia de 0 a 100 km/h em 17,64 segundos e atingia 144 km/h de velocidade máxima, percorrendo 8,48 km/l com etanol na cidade e 13,32 km/l com etanol na estrada. Já a versão 1.5 fazia de 0 a 100 km/h em 15,77 segundos e atingia 158 km/h de velocidade máxima, percorrendo 8,29 km/l com etanol na cidade e 13,22 km/l com etanol na estrada. Era notória a superioridade da versão 1.5, que oferecia maior potência e maior torque em baixas rotações com o mesmo consumo da versão menos potente.

A racionalidade de suas linhas, amplo espaço interno e área envidraçada generosa eram elogiados. A versão CS trazia um acabamento primoroso, com volante espumado, retrovisor com comando interno, ar quente, conta-giros, check control, câmbio de cinco marchas, além do ótimo porta-malas de 521 litros de capacidade, o maior de um sedan até então. Como opcionais, trazia retrovisor do lado direito, vidros elétricos, além de interior monocromático e belas cores. O câmbio de cinco marchas era um opcional para a versão S, com motor 1.3.

Tecnologia avançada para época

Inovadora como sempre, a Fiat queria antecipar a era digital e lançou no Fiat Prêmio o primeiro computador de bordo em um carro nacional, opcional disponível também para o Fiat Uno. Com oito funções, o computador media:

  • Quilômetro por litro instantâneo;
  • Média de quilômetros por litro;
  • Litros de combustível consumidos;
  • Quilômetros percorridos;
  • Autonomia;
  • Quilômetros por litro para autonomia;
  • Velocidade média;
  • Cronômetro/hora certa e data.

Bastante inteligente, principalmente considerando a tecnologia da época, o computador de bordo tinha ainda outras funções. Na medição de quilômetro por litro instantâneo, caso o veículo estivesse parado ou a menos de 10 km/h, a medição passava a ser em quilômetro por hora.

No caso da medição de quilômetro por litro para autonomia, a base de cálculo se dava no último 1,5l consumido, e tinha ainda alerta sonoro para os últimos 90, 60 e 30 km. Quando atingido 30 km de autonomia, o alerta sonoro emitia um Bip a cada minuto.

Além disso o painel ainda fornecia termômetro, manômetro de óleo, check control para faróis e lanternas, além do velocímetro e marcador de combustível. Uma pena o conta giros ter ficado de fora, disponível nas versões sem o computador. Faltava também o hodômetro parcial.

De 1986 a 1988, o motor 1.3 passou a ser fornecido também para a versão CS, com os opcionais disponíveis na motorização 1.5. A configuração tinha pontos de melhoria como o câmbio (impreciso e de engates duros) e o acesso ao banco do passageiro, sendo este corrigido a partir de 87 com a oferta da versão CSL 1.5, bem mais luxuosa e, enfim, com quatro portas.

O Fiat Prêmio passou a oferecer também ar-condicionado, e era visto como um moderno sedan compacto, fazendo frente aos sedans maiores como VW Santana e GM Monza.

Em 88, chegava à versão S com motor 1.3 e quatro portas com grande foco nos taxistas. A partir de 89, chegou ao mercado a versão SL também quatro-portas em substituição a versão S, que tinha as mesmas modificações estéticas da opção CSL como o novo e ergonômico painel

Para 90, saia de cena a versão S duas-portas, permanecendo em linha apenas as versões CS nessa configuração. No mesmo ano as opções SL e o novo CSL ganhavam motor Sevel 1.6 de 84 cv a 5.700 rpm e 13,2 kgfm a 3.250 rpm, quando movido a gasolina. Fazia de 0 a 100 km/h em 12,55 segundos e atingia 156 km/h de velocidade máxima, percorrendo 9,47 km/l na cidade e 14,1 km/l na estrada.

No ano seguinte, o modelo recebia a nova frente, com faróis afilados, nova grade e o motor 1.3 Fiasa dava lugar ao 1.5 Fiasa de 67 cv a 5.000 rpm e 12 kgfm a 3.000 rpm (dados com gasolina), nas versões CS e SL. Fazia de 0 a 100km/h em 14,15 segundos e atingia 148 km/h de velocidade máxima, percorrendo 9,01 km/l na cidade e 15,32 km/l na estrada. O motor tinha mais rendimento se comparado ao antigo Sevel 1.5, mesmo com menor potência liquida.

No ano de 93, a linha se despedia completamente da carroceria duas-portas e do modelo SL, sendo que as versões CS 1.5 e CSL 1.6 passavam a ser equipadas com injeção monoponto (i.e). O motor Fiasa 1.5 não tinha alterações de potência e torque, mas seu desempenho melhorava: fazia de 0 a 100 km/h em 13,09 segundos e atingia 157 km/h de velocidade máxima, percorrendo 9,2 km/l na cidade e 13,2km/l na estrada.

O motor Sevel 1.6 com injeção monoponto tinha algumas alterações de potência e torque. Rendia naquele momento 83 cv a 5.500 rpm e 13,2 kgfm a 3.000 rpm, quando movido a gasolina, fazendo de 0 a 100 km/h em 12,50 segundos e atingia 157 km/h de velocidade máxima. Percorria ainda 9,8 km/l na cidade e 14 km/l na estrada. A menor potência não era sentida, já era atingida em menor rotação se comparada a versão carburada, assim como seu torque máximo.

A Fiat encerrava a produção do Fiat Prêmio em 1994 no Brasil, descontinuando a versão CS e oferecendo a opção CSL importada da Argentina, identificado com o nome de Fiat Duna 1.6 i.e, exclusivamente com motor 1.6 Sevel. Como Fiat Duna, há registros de 751 unidades emplacadas em 1994 e 101 unidades emplacadas em 1995, ano em que o modelo saiu de linha oficialmente no Brasil.

Ao todo, o Fiat Prêmio/Duna vendeu 156.551 unidades em nosso país. Os dados são da PUP Consultoria, especialista em análise de dados e business intelligence. A partir de 1997, a Fiat passou a importar o Siena, derivado do Palio, ao Brasil, sucessor na categoria de sedas compactos, mas esta já é outra história.

Este texto contém análises e opiniões pessoais do colunista e não reflete, necessariamente, a opinião da Mobiauto.

Leonardo França é formado em gestão de pessoas, tem pós-graduação em Comunicação Empresarial e Marketing Digital, e vive o jornalismo desde a adolescência. Atua há 18 anos com gestão e consultoria automotiva, auxiliando pessoas a comprar carros em ótimo estado e de maneira racional. É criador dos canais Autos Originais e Auto e Autos…

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