Fiat 147 1976 x Fiat Mobi 2025: comparativo de 50 anos dos populares

Modelos populares marcaram suas épocas, mas qual seria a melhor?
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04.06.2025 às 21:16 • Atualizado em 24.06.2025
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Modelos populares marcaram suas épocas, mas qual seria a melhor?

O 147, lançado no Brasil em 1976, é um daqueles carros que marcaram época. Primeiro veículo produzido pela Fiat no país, carregava o DNA do 127 italiano, com adaptações para o nosso mercado, em uma época que a tropicalização dos automóveis era levada a sério pelos fabricantes.

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O modelo tinha muito o que provar, e o marketing da Fiat sabia disso. Foram veiculados vários comerciais de TV com provas inusitadas, como por exemplo uma subida e descida pela escadaria da Penha, no campo de provas do exército ou mesmo atravessando a recém-lançada Ponte Rio-Niterói com seus 14 km de extensão usando apenas 1 litro de gasolina. O reconhecimento veio com muitos carros vendidos, mesmo com os problemas de qualidade das primeiras unidades, em especial na transmissão manual.

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Mais robusto que o modelo que derivava, o 147 tinha design inovador e excelente aproveitamento de espaço, graças ao motor instalado na transversal. O acesso ao banco traseiro era facilitado com os bancos dianteiros que levantavam por inteiro, garantindo o melhor aproveitamento dos 2,22 m de distância entre-eixos. No porta-malas, bons 350 litros de capacidade, com excelente espaço para bagagens de uma família de 4 pessoas.

O volante de dois raios, de empunhadura fina, facilitava a visualização do painel de instrumentos, que trazia o básico de informações: velocímetro com odômetro total de até 99.999 km, marcador de combustível e luzes-espia para óleo, bateria e temperatura do motor.  

Econômico, o modelo trazia motor FIASA 1050 a gasolina, com 57 cv de potência SAE a 5800 rpm (48 cv ABNT) e 7,9 kgfm de torque a 3800 rpm, garantindo ao hatch uma aceleração de 0 a 100 km/h em 19,47s e 136,364 km/h de velocidade máxima, de acordo com testes da revista Quatro Rodas na época. Pode não parecer muito, mas andava mais que algumas versões do Ford Corcel II com motor 1.4, GM Opala 2.5 e até mesmo VW Variant II 1600. Seu consumo era baixo, percorrendo até 10,2 km/l de gasolina na cidade e 15,8 km/l na estrada. Vazio, claro. 

A versão L, a primeira mais “luxuosa”, tinha para-choques e retrovisor externo cromados, vidros laterais basculantes, bancos com acabamento em vinil em duas cores, painel com acabamento que imitava madeira, cinto de segurança de 2 pontos subabdominal, velocímetro com odômetro total de até 99.999 km, marcador de combustível e luzes-espia para óleo, bateria e temperatura do motor. Opcionalmente, ventilação forçada de duas velocidades, acendedor de cigarros, desembaçador traseiro, além de rádio AM/FM e alto-falantes. 

Dentre outras versões e o pioneirismo no lançamento do motor movido a Etanol, o modelo marcou significativamente o nosso mercado e as ruas, e cedeu sua base ao nosso Fiat Uno, lançado em 1984 usando boa parte da plataforma do Fiat 147. Este, fez história na ascensão do carro popular nos anos 1990. 

Os anos se passaram, e o conceito do carro popular tem mudado nos últimos 10 anos. Depois do encerramento da produção da primeira geração do Fiat Uno Mille em 2013 e da primeira geração do Fiat Palio em 2016, a marca italiana apresentou em nosso mercado o Fiat Mobi. Com tamanho compacto, agilidade e economia, ele rapidamente se tornou um sucesso de vendas, especialmente entre aqueles que buscam um veículo prático para o dia a dia. 

Usando a plataforma no Fiat Uno de segunda geração encurtada, intitulada 327, o modelo traz um entre eixos de 2,30 m, ou 7 cm a mais que o Fiat 147. Porém, há quem diga que o espaço interno no banco traseiro do primeiro modelo da Fiat seja ainda melhor. No Mobi, porta-malas tem 200 litros de capacidade, suficientes para a bagagem de 1 pessoa, ou 2 se forem malas pequenas. Com quatro portas, tem acesso fácil ao interior, mas o espaço interno traseiro é bastante limitado. 

Ao longo dos anos, apresentou diferentes opções de motorização, sendo as principais: 

  • Firefly Flex: 3 cilindros, 74 cv (gasolina) / 75 cv (etanol) a 6000 rpm e 10 kgfm (gasolina) / 10,7 kgfm (etanol) a 3250 rpm, oferecido de 2016 a 2019 nas versões mais caras. 
  • 1.0 Fire EVO Flex: 4 cilindros, 71 cv (gasolina) / 75 cv (etanol) a 6250 rpm e 9,3 kgfm (gasolina) / 9,7 kgfm (etanol) a 3250 rpm, oferecido de 2016 a 2024 (toda a linha a partir de 2019). 

O motor 1.0 Firefly voltou a ser a única opção a partir da linha 2025, depois que o motor Fire foi descontinuado por conta das novas regras antipoluição do PROCONVE L8.  

Desde seu lançamento, o Fiat Mobi teve várias versões para se adaptar às necessidades dos consumidores e às mudanças no mercado automotivo brasileiro: 

  • Abril de 2016: lançamento inicial com versões Easy e Like (ou Easy On e Like On com opcionais). 
  • Junho de 2016: estreia da linha Way, com estilo mais aventureiro, que deu lugar à Trekking em 2020. 
  • Novembro de 2016: chegada da versão Drive (ou Drive On), mais completa, com motor 1.0 Firefly de três cilindros. 
  • Março de 2017: debuta a opção do câmbio automatizado monoembreagem (GSR), sempre acoplado ao 1.0 Firefly. 
  • 2021-2023: atualizações no design e novos itens de série foram introduzidos ao longo dos anos. 

As versões atuais são a Like e a Trekking, mais interessante e vendida da gama. De série, o modelo oferece ar-condicionado, direção elétrica, coluna com regulagem de altura, porta USB e entrada auxiliar, vidros dianteiros elétricos, central multimídia de 7” com Apple CarPlay e Android Auto, faróis de neblina, assistente de partida em rampa, suspensão elevada, banco traseiro bipartido, retrovisores com ajuste interno, controles eletrônicos de estabilidade e tração, airbag frontal duplo e freios ABS. Como opcionais, rodas de liga-leve aro 14 e ajustes elétricos dos retrovisores externos. 

Muita coisa mudou nestes 49 anos de Fiat do Brasil. Antes, tinha como best-seller o 147, enquanto hoje tem como queridinho o Mobi, que não é o mais vendido da marca, mas ainda figura entre no top 10 de emplacamentos nacionais. O carrinho é visto nas mãos de frotistas, rodando pelo país por contratos de carros por assinatura ou mesmo aluguel.  

Porém, o Mobi já tem seus dias contatos, afinal tende a ser substituído (junto com a atual geração do Argo) por um novo modelo da marca, derivado do Fiat Panda italiano. Com o aspecto similar ao do Uno de primeira geração, há rumores que o carro inédito também tenha nome homenageando o hatch de sucesso. Será os novos tempos do carro de entrada no Brasil?

Este texto contém análises e opiniões pessoais do colunista e não reflete, necessariamente, a opinião da Mobiauto.

"Leonardo França é formado em gestão de pessoas, tem pós-graduação em comunicação e MKT e vive o jornalismo desde a adolescência. Atua como Consultor Organizacional na FS-França Serviços, e há 21 anos, também como consultor automotivo, ajudando pessoas a comprar carros em ótimo estado e de maneira racional. Tem por missão levar a informação de forma simples e didática. É criador do canal Autos Originais e colaborador em outras mídias de comunicação."

https://www.instagram.com/autosoriginais

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