Fiat Palio nasceu para ser o sucessor do Uno, mas foi muito além

Fruto do projeto 178, modelo gerou uma família de carros icônicos e viveu por um breve o momento o gostinho de ser o carro mais vendido no Brasil
PT
Por
30.06.2022 às 10:47
Fruto do projeto 178, modelo gerou uma família de carros icônicos e viveu por um breve o momento o gostinho de ser o carro mais vendido no Brasil

Por William Marinho

Idealizado em 1992 pelo estúdio italiano I.DE.A, em parceria com o Centro de Estilo Fiat do Brasil, o Fiat Palio seria o substituto do nosso veterano Uno: um veículo voltado para os mercados emergentes da América Latina, África do Sul, Leste Europeu e Ásia. 

A Fiat italiana optou pelo novo projeto, devido à sua opção para os mercados desenvolvidos contarem com o sofisticado (para a época) Punto. A ideia seria ter um produto de baixo custo e simples, com objetivo de ser campeão de venda nesses mercados.

Denominado projeto 178, sua missão era ser mais atualizado e sofisticado que o Uno, além de maior e mais seguro que seu irmão. O lançamento no Brasil data de abril de 1996, onde foram apresentadas as versões 1.5 8v MPI Fiasa e 1.6 16v MPI Sevel. 

Anuncie seu carro na Mobiauto

Fruto do projeto 178, modelo gerou uma família de carros icônicos e viveu por um breve o momento o gostinho de ser o carro mais vendido no Brasil
Modelo também eternizou o motor Fire

Logo após, chegaram os motores 1.0 8v Fiasa e 1.6 8v Sevel. No fim da primeira geração, também existiu o modelo inédito com motor Fire 1.3 16v, que também apresentava o sistema Drive by Wire, ou no português bem claro: acelerador eletrônico. Tudo isso em um carro popular, no ano 2000.

O Palio foi batizado com o nome dado à corrida de cavalos realizada na cidade de Siena, na Itália. Cidade esta que batizou o sedan do Palio.

Ao longo de sua vida, o Palio ganhou diversas versões, quatro facelifts e uma troca de geração, em 2011, incluindo atualizações de dimensões externas e internas. Também surgiram vários derivados do hatch, como os conhecidos Siena, Palio Weekend (que no final da vida tornou-se somente Weekend) e, especialmente, a picape Strada.

Leia também: Chevrolet Blazer: por que o lendário SUV da GM fez tanto sucesso?

Fruto do projeto 178, modelo gerou uma família de carros icônicos e viveu por um breve o momento o gostinho de ser o carro mais vendido no Brasil
A primeira geração do Siena

Fiat Palio: os motores usados ao longo dos anos

Ao longo de sua vida, a família Palio contou com uma extensa gama de motores: 

  • Fiasa 1.0 8v de 61cv, utilizado na primeira geração;
  • Fiasa 1.5 8v MPI de 76cv, presente na primeira geração;
  • Sevel 1.6 8v de 82cv, na primeira geração;
  • Sevel 1.6 16v MPI de 106 cv, nas primeira e segunda gerações;
  • Fire 1.0 8v de 55 até 75cv, utilizado em diversas configurações desde a segunda geração até a última;
  • Fire 1.0 16v, presente na segunda geração, entregando 70cv;
  • Fire 1.3 8v de até 71cv, utilizado na segunda e terceira geração;
  • Fire 1.3 16v de 80 cv, utilizado na primeira e segunda gerações;
  • Fire 1.4 8v de 80 até 88cv (esse último batizado de EVO), utilizado na terceira geração até a última;
  • Chevrolet Família 1 1.8 8v de 112 a 115cv, utilizados da segunda geração até a quarta;
  • E.TorQ 1.6 16v de 117cv, utilizado na quarta e quinta geração;
  • E.TorQ 1.8 16v de 132cv, utilizado na Weekend  e Strada.

Leia também: O que você precisa saber para ser seu próprio mecânico de confiança

Fruto do projeto 178, modelo gerou uma família de carros icônicos e viveu por um breve o momento o gostinho de ser o carro mais vendido no Brasil
Palio Sporting com teto solar panorâmico

O Palio de que mais gostei foi o…

Na minha família existiram vários exemplares de Palio! Feliz ou infelizmente, seu terceiro facelift foi ignorado. Essa é, na minha opinião, a mais feia de todas (ok, a troca do farol em 2009 melhorou bem). De todos os que tive contato, o melhor de todos foi o 2012. Tratava-se de um Palio Sporting que eu comprei no lançamento. 

Era a modificação mais fora da curva do modelo, pois trazia soluções mecânicas interessantes, como: suspensão recalibrada e mais baixa que os demais modelos, remapeamento eletrônico do acelerador e motor, que fazia o carro mais “esperto”, além de maravilhosos bancos e uma estética externa que envolvia até o escapamento exclusivo da versão.

Líder de vendas por um breve momento

A segunda geração, de 2011, foi tão representativa que, pela primeira vez, em 2014, o Palio fechou um ano como o campeão de vendas, desbancando seu eterno rival: o VW Gol. Na época, a Fiat usou como trunfo a venda simultânea do modelo inteiramente renovado com o de primeira geração, rebatizado como Palio Fire.

Infelizmente o sucesso foi abalado pela entrada de modelos mais modernos e, logicamente, bem mais adequados, fazendo com que o lançamento de 2011 logo ficasse obsoleto e perdesse o protagonismo de vendas. A Fiat bem que tentou equipar essa última versão com as novas tecnologias e até um teto solar panorâmico, que não surtiu efeito significativo.

Leia também: Concessionária ou oficina: onde vale mais a pena consertar o carro?

Fruto do projeto 178, modelo gerou uma família de carros icônicos e viveu por um breve o momento o gostinho de ser o carro mais vendido no Brasil
Palio 1.8R, equipado com motor Chevrolet Família 1

Palio era melhor que o Gol?

Eu, como vocês devem desconfiar, sou fã do modelo. Minha primeira experiência de direção habilitado foi num modelo 2003. Sim, eu sei que ele talvez não fosse a escolha de todos os compradores, porém sempre me agradou mais que os concorrentes.

Até hoje, inclusive, não compreendo quem escolhia o Gol, que era o campeão de vendas. O VW era mais caro e entregava, na minha opinião, menos conforto e desempenho.

Os Palio que menos gosto são os equipados com os motores Fiasa. Além de lentos, eram beberrões. Também não sou fã das configurações com motor GM. Não era um carro ruim, mas não tinha espírito Fiat. Implicância? Talvez!

O fato é que o Fiat Palio deixou sua marca na história do mercado popular brasileiro. Nunca cumpriu sua missão original de substituir o Uno, na verdade o uno sobreviveu alguns anos a mais, mas foi um carro que teve presença em uma grande faixa do mercado, indo do básico ao completo, passando por esportivo, aventureiro e picape para o trabalho. Deixou saudades, e me faz questionar porque a Fiat não adotou seu nome no Argo...

William Marinho, engenheiro mecânico e entusiasta do mundo automotivo.

Siga o Perda Total nas redes:
YouTube: www.youtube.com/c/PodcastPerdaTotal
Instagram: http://www.instagram.com/perdatotal_podcast/
Tiktok: vm.tiktok.com/ZM8GLEo1n/
Facebook: www.facebook.com/perdatotalpodcast
Twitter: twitter.com/PerdaTotal_pod?t=hfooT0-imwj9etnMSABD5Q&s=09

Imagens: Divulgação/Fiat

Este texto contém análises e opiniões pessoais do colunista e não reflete, necessariamente, a opinião da Mobiauto.

Você também pode se interessar por:

Por que o carro gera paixão como nenhuma outra máquina feita por humanos
VW Fusca: um carro de R$ 5.000 para bater e de R$ 500.000 para colecionar
Como os opcionais podem decretar o sucesso ou o fracasso de um carro
Como os anos 1990 transformaram os carros brasileiros para sempre 

Fiat Palio
FIat Palio história
Fiat projeto 178
Fiat Palio família
Fiat Siena
Fiat Strada
carros clássicos

Comentários