Donos de SU7 da Xiaomi cobram marca por item que pode não ter função
Mais de 400 proprietários do Xiaomi SU7 Ultra se organizaram para processar a montadora, levantando fundos para cobrir custos jurídicos. O motivo? Um capô opcional de fibra de carbono, vendido por 42.000 yuans (R$ 32.683), anunciado como peça de desempenho, mas que, na prática, é só estética.
A Xiaomi promoveu o componente destacando “dutos de ar duplos” funcionais, prometendo melhorar aerodinâmica e resfriamento. Mas, testes feitos pelos próprios donos indicam o contrário. Experimentos com sopradores de ar, lenços de papel e até imagens térmicas provam a ausência de qualquer fluxo de ar e efeito de resfriamento gerado pela peça.
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O modelo em questão é o SU7 Ultra, que foi lançado há poucos meses e já é alvo de polêmicas. O sedan custa a partir 529.900 yuans (R$ 412.350,52) e é equipado com três motores elétricos que rendem impressionante 1.526 cavalos de potência combinada somados a um torque de 180,4 kgfm.
A situação revoltou os compradores do opcional, que, segundo imagens vazadas, estão contribuindo, cada um, com 3.000 yuans (R$ 2.334,50) para tomar medidas legais contra a farsa da marca.
Diante da repercussão, a Xiaomi pediu desculpas na última quarta-feira, 7 de maio, admitindo que as descrições do produto foram “pouco claras”. Como compensação, ofereceu 20.000 pontos de fidelidade e a troca pelo capô padrão de alumínio. A proposta foi mal-recebida pelos clientes, que, ou acharam a oferta insuficiente e recusaram, ou reclamaram dos longos prazos de espera (30 a 40 semanas para a substituição).
O caso veio à tona em um momento delicado para a divisão automotiva da Xiaomi. No dia 10 de maio, o CEO Lei Jun classificou as últimas semanas como “as mais difíceis desde a fundação da empresa”, apontando tanto desafios profissionais quanto pessoais. As declarações jogaram luz sobre as dificuldades da marca no segmento de veículos elétricos.
A polemica pode respingar no lançamento do próximo SUV da marca, o YU7, e afetar a credibilidade da Xiaomi no mercado de elétricos premium. Analistas afirmam que o desfecho do caso deve influenciar a forma como montadoras tratam promessas ligadas a componentes opcionais.
Não é a primeira vez que o Xiaomi SU7 é alvo de polêmicas
Vale lembrar que além dessa queixa, o SU7 Ultra também foi, recentemente, alvo de críticas em uma atualização da Xiaomi na qual 647 cv de potência seriam diminuídos da potência de 1.547 cv, caso os proprietários não conseguissem completar uma volta em tempo cronometrado em uma pista da definida pela marca.
Com a atualização, o controle de largada (lounch control) agora exige 60 segundos de espera antes de ser ativado, o que praticamente inviabiliza o uso em arrancadas no trânsito, desfavorecendo a segurança do motorista e das demais pessoas no trânsito.
Essa situação também não foi bem recebida pelo público e a Xiaomi voltou atrás.