Como o aumento para 30% de etanol na gasolina afetará o seu carro

Medida é discutida pelo governo brasileiro para reduzir a emissão de poluentes e estimular a indústria sucroenergética
Renan Rodrigues
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11.08.2023 às 11:00 • Atualizado em 12.11.2024
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Medida é discutida pelo governo brasileiro para reduzir a emissão de poluentes e estimular a indústria sucroenergética

Desde maio, o Governo Federal estuda aumentar o percentual de etanol misturado à gasolina. A ideia do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, é subir dos 27,5% praticados atualmente para 30%.

Segundo estimativas do Ministério, caso o projeto seja colocado em prática, 2,8 milhões de toneladas de CO2 deixarão de ser lançados na atmosfera por ano. Isso seria possível graças ao consumo de 1,3 bilhão de litros de etanol por ano, também anualmente, segundo cálculos do governo.

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Ainda de acordo com Silveira, “o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem como prioridade fomentar a indústria sucroenergética. Isso gera mais sustentabilidade para o setor de combustíveis e melhora nossa matriz energética".

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Carro mais beberrão e maior peso no seu bolso

Atualmente, 83% da frota circulante no Brasil é formada por carros flex. Esses veículos não sofrerão nenhum risco com relação a prejuízos mecânicos nos motores. Afinal, automóveis e comerciais leves com esse tipo de tecnologia podem rodar com qualquer proporção de gasolina e etanol no tanque, pois já nascem preparados para isso.

No entanto, como sabemos, a gasolina tem maior poder calorífico, ou seja, gera mais energia por litro consumido do que o etanol. É por isso que os carros costumam ser mais econômicos com o combustível derivado do petróleo do que com o vegetal.

Logo, aumentar a quantidade de etanol na gasolina fará com que o consumo de combustível de qualquer carro aumente. Consequentemente, o custo para o bolso do motorista será maior, exceto se o preço do litro de gasolina for reduzido com a medida, já que o etanol é consideravelmente mais barato.

Carros só a gasolina

Veículos movidos só a gasolina com injeção eletrônica tendem a não acusar problemas em curto prazo, especialmente aqueles produzidos a partir de 2015, uma vez que seu sistema de alimentação é mais avançado e já preparado para o chamado combustível E27, com 27,5% de etanol na mistura. Conseguirá, assim, compensar melhor e evitar falhas.

Ainda assim, é preciso ficar atento: a mistura mais enriquecida com o biocombustível derivado da cana pode sobrecarregar, em longo prazo, a partida a frio e o motor de arranque – devido ao poder calorífico menor do etanol e o maior esforço para que o motor ligue. E, uma vez ligado, o carro tende a demorar um pouco mais para esquentar.

Já veículos importados de marcas premium homologados antes de 2015 precisam de maior atenção. Geralmente, eles são projetados para a mistura de 22% de etanol, o percentual exigido por lei até aquele ano. Nesses casos, os impactos podem ser maiores e sentidos com mais rapidez.

A melhor saída para esse tipo de veículo pode ser a gasolina premium, com maior octanagem e 25% de etanol na composição.

Carburador pode sofrer ainda mais

Já os carros mais antigos, equipados com carburador, podem enfrentar outros problemas. Esses veículos foram projetados para uma mistura consideravelmente menor. Dessa forma, o carburador pode dosar erroneamente a mistura ar-combustível.

Sendo assim, os veículos podem apresentar falhas no motor, especialmente se peças como velas de ignição, cabos e o próprio carburador não se estiverem em bom estado. Já veículos com injeção eletrônica, mesmo que feitos para rodar somente com gasolina, tendem a ter menos problemas.

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