Cinco razões para pensar bem antes de comprar um carro elétrico

Da autonomia a infraestrutura de recarga, ter um veículo movido a bateria ainda exige alguns desafios
LF
Por
06.11.2023 às 09:00
Da autonomia a infraestrutura de recarga, ter um veículo movido a bateria ainda exige alguns desafios

Os carros elétricos estão crescendo nas vendas aos poucos, mas com consistência no Brasil. Entre janeiro e setembro de 2023, o País registrou 7.725 emplacamentos de veículos leves elétricos. A média é de 858 unidades por mês, porém com crescimento exponencial nos últimos meses, sempre acima de 1.000 exemplares. Com a oferta e a demanda maiores, o interesse também aumenta.

Caso você seja uma das pessoas que estão pensando em comprar um carro elétrico, este artigo é para você. E não, não estamos desestimulando a compra. Todo automóvel tem seus prós e contras. O objetivo, aqui, é apontar as atuais limitações de um veículo elétrico, que podem decepcionar um comprador menos esclarecido.

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Com planejamento e pesquisa, é possível suprir as dúvidas e ser muito feliz, obrigado, com seu carro elétrico na garagem. Porém, é preciso estar atento aos cinco itens abaixo para fazer uma compra consciente e estar preparado para possíveis percalços. Confira:

1.       Autonomia

Esta é uma grande preocupação de potenciais compradores de carros elétricos. Recentemente, o Inmetro estabeleceu um novo protocolo de homologação de autonomia dos elétricos vendidos no País, mais realista para o nosso mercado. E a verdade é que são raros os modelos capazes de rodar mais do que 400 km com uma só carga.

Ou seja, é preciso ter planejamento para usar o carro sem passar perrengues, até porque esse é um tema ligado diretamente ao próximo item de nossa lista.

2.       Infraestrutura

A infraestrutura de recarga ainda é frágil em um país de dimensões continentais como o Brasil. Isso vale tanto para viagens longas quanto para uso na cidade. Muitos prédios residenciais e comerciais não têm uma arquitetura elétrica adaptada a carregadores de veículos elétricos, e achar um eletroposto na rua não é como encontrar um posto de combustíveis. E olha que já melhoramos muito nesse quesito.

Novamente, é uma questão de se planejar. Aplicativos como Plug Share, Tupinambá, EZVolt e ChargeMap, entre outros, são indispensáveis para ajudar na adaptação. Uma coisa é fato: sua relação com o automóvel e sua eficiência energética será muito diferente do que é com um veículo convencional a combustão.

3.       Manutenção

Sim, a manutenção de um elétrico é mais simples que a de um carro equipado com motor térmico. Ponto pacífico. A questão é a mão de obra especializada, ainda quase inexistente em nosso País. Nem mecânicos das concessionárias de marcas de luxo estão preparados para reparar veículos do tipo.

4.       Preço

Embora marcas chinesas como BYD e GWM estejam promovendo uma democratização do carro elétrico, o preço médio de um veículo do tipo continua elevado. Basta observar os R$ 139.990 pedidos por um Renault Kwid E-Tech em comparação com os R$ 76.990 de um Kwid Outsider.

5.       Desvalorização

Levantamento recente publicado pela Mobiauto aponta que carros elétricos ainda têm um índice mais alto de depreciação em relação a modelos só a combustão e até mesmo híbridos. O índice médio é de 16,28%, contra 8,78% dos híbridos.

Ou seja, o comprador de um elétrico (ainda) não pode encarar a aquisição como investimento, e precisa estar desapegado quanto ao preço que oferecerão por seu “xodó” na hora que for revendê-lo.

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