Avaliação: Caoa Chery Tiggo 7 Pro PHEV dará dor cabeça para BYD e GWM?

Com quatro carros vendidos atualmente no Brasil, a Caoa Chery expandiu recentemente sua linha de SUVs com o novo Caoa Chery Tiggo 7 Pro PHEV, a versão híbrida plug-in do utilitário. Com isso, estamos diante agora da quarta versão do SUV médio que vem para brigar com modelos fortes no segmento como Byd Song Plus e GWM Haval H6 PHEV. Mobiauto teve seu primeiro contato com o SUV durante o lançamento e agora trazemos nossas impressões.

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O novo Caoa Chery Tiggo 7 Pro PHEV traz um ar de novidade para a gama do utilitário, que está presente no mercado nacional com esse visual desde 2021. Para dizer que não mudou muito, vale lembrar que a dianteira traz um novo para-choque com novos elementos diagonais nas extremidades da peça, enquanto logo abaixo temos novas luzes diurna de LED (DRL). No mais, novas rodas de liga-leve de 17 polegadas e o logotipo PHEV lá na tampa traseira “denunciam” que estamos diante de uma nova versão.

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Embora nosso contato com a nova “versão híbrida de verdade” do Tiggo 7 Pro tenha sido curto, com um trajeto de pouco mais de 10 km, podemos ter algumas impressões acerca do SUV que vai brigar num segmento um tanto acirrado, chegando com preço de R$ 239.990. Confira adiante quais os pontos de destaque do novo Tiggo 7 Pro PHEV 2025 e no que ele pode melhorar.

Caoa Chery Tiggo 7 Pro PHEV – Pontos positivos

Motor

Com a chegada do novo motor 1.5 turbo híbrido plug-in, fica fácil dizer que o desempenho do novo Tiggo 7 Pro PHEV é muito à frente de suas versões 1.5 híbrida-leve, 1.5 turbo e o 1.6 turbo. O SUV combina dois motores elétricos de 170 cv ao 1.5 turbo de 147 cv e 22,4 kgfm para entregar nada menos do que 317 cv de potência combinada, enquanto o torque atinge o pico de 56,6 kgfm. Segundo a marca sino-brasileira, a aceleração de 0 a 100 km/h é feita em apenas 6,8 segundos, próximo dos 6,7 segundos do sedan esportivo VW Jetta GLI.

Vale lembrar que esse motor 1.5 turbo híbrido plug-in é o mesmo utilizado pelo irmão maior Tiggo 8 Pro PHEV, que foi o SUV que estreou este propulsor no Brasil há alguns anos. Porém, a empresa garante que deu uma recalibrada no conjunto para melhorias de dirigibilidade, como resposta do carro a desaceleração e nas retomadas. Em nosso trajeto, deu para notar que a arrancada do SUV é bem mais rápida do que tínhamos até então, embora haja ainda um pequeno delay, principalmente nas retomadas. Mas depois disso o modelo embala muito bem.

Economia

Outro ponto de destaque do Tiggo 7 Pro PHEV é a economia de combustível, algo esperado para qualquer veículo híbrido plug-in. O SUV da Caoa Chery tem números que impressionam, fazendo um consumo médio combinado de 36,9 km/l na cidade e 30,2 km/l na estrada. Para efeito de comparação, o BYD Song Plus faz 39,1 km/l e 30,8 km/l, enquanto o GWM Haval H6 PHEV19 faz 36,2 km/l e 31,1 km/l, na mesma ordem.

São números divulgados pelo Inmetro, mas que carregam uma expectativa de boa autonomia, já que o tanque agora é de 60 litros – maior que o de 45 litros utilizado pelo antigo Tiggo 8 PHEV. A fabricante não divulgou dados de autonomia, mas estima-se que o SUV possa rodar mais de 1.000 km com um tanque. É algo que a Mobiauto poderá aferir com mais detalhes em um teste de consumo futuramente. A autonomia em modo elétrico é de 63 km. Em nosso curto trajeto na cidade com o SUV o computador de bordo apontou consumo de 22,9 km/l.

Acabamento

Desde que chegou ao mercado a Caoa Chery mostra um capricho com o interior de seus modelos. Com o Tiggo 7 Pro PHEV não é diferente, pois na cabine podemos notar acabamento macio ao toque tanto no painel quanto nas portas, enquanto as partes plásticas comuns a qualquer carro do século XXI se diferenciam pela boa montagem e diferentes texturas. Há até partes que simulam aço escovado nos painéis das portas e console central que agradam ao toque. A única ressalva fica talvez pela aplicação de preto brilhante em componentes que acabam refletindo a luz do sol.

Espaço interno

O Tiggo 7 Sport lançado no ano passado foi um sucesso de vendas, tanto que passou a ser o carro mais emplacado da marca no Brasil. É verdade que o Tiggo 7 Pro PHEV ocupará uma faixa de preço superior por aqui, de R$ 239.990, mas herda uma das principais características do modelo a combustão: o espaço interno. Tanto na dianteira quanto no banco traseiro há amplo espaço para as pernas e ombros, sem contar que o piso traseiro é praticamente plano, o que ajuda no caso de um terceiro ocupante.

Porta-malas

Embora estejamos diante de um híbrido plug-in, o Tiggo 7 Pro PHEV não perdeu espaço no porta-malas por conta das baterias. Nada disso, já que para alegria dos futuros proprietários o SUV conta com os mesmos 475 litros de capacidade no porta-malas das demais versões, ou seja, não houve mudanças. Ali embaixo da tampa que reveste a base do bagageiro temos o cabo de recarga e o kit de reparo para caso de os pneus furarem.

Caoa Chery Tiggo 7 Pro PHEV – Pontos negativos

Suspensão

Com mais de 300 cv de potência, o Tiggo 7 Pro PHEV poderia contar com uma suspensão um pouco mais firme, o que ajudaria a transmitir mais confiança ao motorista em um momento de aceleração ou mesmo retomada. Nitidamente a calibração da suspensão é mais voltada ao conforto, assim nesse quesito o SUV não peca. Mas quem prefere uma condução mais esportiva vai sentir falta de mais firmeza do modelo, que até levanta um pouco a frente em arrancadas mais fortes.

Direção

A direção do Caoa Chery Tiggo 7 Pro PHEV nos pareceu um pouco anestesiada neste primeiro contato, já que as reações do carro em mudanças rápidas de direção não são das mais responsivas. Mas o que mais incomoda mesmo é que o volante não conta com uma assistência elétrica tão progressiva, porque mesmo em velocidades mais altas há a impressão que o volante deveria estar mais pesado. É simplesmente uma calibração que pode ser revista facilmente pela fabricante no futuro.

Aceleração continuada

Dos itens a melhorar do Tiggo 7 Pro PHEV, sem dúvidas o que mais incomodou é a progressão continuada da velocidade mesmo quando o motorista retira o pé do acelerador. Vale dizer que não é nada que deixe o motorista em maus lençóis no trânsito, mas que necessita de uma atenção extra de quem está conduzindo. A impressão é que o SUV deveria ter mais freio-motor quando se deixa de acelerar, já que a sensação é que o motor elétrico continua dando potência e torque para o SUV em curto espaço de tempo. É como se fosse um efeito creeping não solicitado.

Recarga lenta

Embora a Caoa Chery disponibilize o carregador portátil tipo 2 para o Tiggo 7 Pro PHEV, o SUV pode ser recarregado somente em tomadas domésticas de 220V e em carregadores do tipo wallbox de 7 Kw. O tempo de recarga da bateria de 19,27 kWh é de cerca de 6 horas no primeiro caso, mas cai para 3 horas se for realizada em um carregador de parede (AC, de corrente alternada). A má notícia é que o modelo não suporta recarga rápida em corrente contínua (DC), algo que o rival GWM Haval H6 PHEV19 têm. 

Caoa Chery Tiggo 7 Pro PHEV – Ficha técnica

Motor: 1.5, dianteiro, transversal, 4 cilindros, turbocompressor, gasolina, duplo comando de válvulas no cabeçote

Taxa de compressão: 9,5:1

Potência: 147 cv

Torque: 22,4 kgfm

Potência motores elétricos: 170 cv

Potência combinada: 317 cv

Torque combinado: 56,6 kgfm

Peso/potência: 11,59 kg/cv

Peso/torque: 75,7 kg/kgfm

Câmbio: automático de três marchas reais com 11 simuladas

Tração: 4x2 dianteira

0 a 100 km/h: 6,8 segundos

Velocidade máxima: 180 km/h

Consumo Inmetro: Cidade 36,9 km/l – Estrada 30,2 km/l

Dimensões: comprimento, 4.513 mm; entre-eixos, 2.670 mm; largura, 1.862 mm; altura, 1.696 mm; porta-malas, 475 litros; tanque de combustível, 60 litros; peso em ordem de marcha, 1.704 kg.

Dados técnicos: direção elétrica; suspensões independente tipo McPherson na dianteira e independente tipo multibraço na traseira; freios a disco ventilados (dianteira) e disco sólido (traseira); vão livre do solo, 212 mm;

Caoa Chery Tiggo 7 Pro PHEV – Equipamentos

• Painel de instrumentos digital de 12,3 polegadas
• Central multimídia com tela de 12,3 polegadas
• Android Auto e Apple CarPlay sem fio
• Ar-condicionado de duas zonas com comandos sensíveis ao toque
• Banco do motorista e passageiro com ajustes elétricos e aquecimento
• Banco do motorista com ajuste lombar, seis posições, memória e função “bem-vindo” (banco recua para trás)
• Teto solar panorâmico
• Freio de estacionamento eletrônico com função auto hold
• Retrovisores com rebatimento elétrico, desembaçador, memória e função “tilt down”
• Assistente de descida
• Carregador por indução de 50W
• Sistema de som da Sony com oito alto-falantes
• Sensores de estacionamento dianteiro e traseiro
• Câmera com visão 360º
• Seis airbags
• Piloto automático adaptativo
• Alerta de colisão frontal com frenagem automática de emergência com detecção de pedestres e ciclistas
• Alerta de colisão traseira
• Alerta de ponto cego
• Alerta de tráfego cruzado traseiro
• Alerta de saída e assistente de faixa
• Assistente de congestionamento
• Farol alto automático
• Monitor de pressão dos pneus
• Abertura do porta-malas por aproximação
• Chave presencial para acesso e partida
• Modos de condução Normal e Sport
• Modos EV Normal, HEV Normal e HEV Sport
• Retrovisor interno fotocrômico
• Faróis full-LED
• Lanternas de LED
• Rodas de liga-leve de 17 polegadas

Caoa Chery Tiggo 7 Pro PHEV – Vale a pena?

No dia de seu recente lançamento, a Caoa Chery revelou que o preço do novo Tiggo 7 Pro PHEV é de R$ 239.990, portanto abaixo dos rivais GWM Haval H6 PHEV19 de R$ 244.000 e do BYD Song Plus de R$ 244.800. Havia a expectativa que o SUV da marca sino-brasileira chegasse por um preço na faixa dos R$ 230.000 (ou até menos), mas mesmo assim ele acaba se tornando uma opção a se considerar entre os SUVs híbridos recarregáveis na tomada.

Como principais vantagens frente aos rivais, ostenta o segundo motor 1.5 turbo PHEV mais potente dos três com nada menos que 317 cv de potência, abaixo dos 326 cv do SUV da GWM e bem acima dos 235 cv do modelo da BYD. Traz ainda bom espaço interno e o apelo de começar a ser produzido em breve em solo nacional – nesse primeiro momento as unidades vêm importadas da China, mas já com calibração da engenharia brasileira.

E se o Tiggo 7 Sport ditou um novo ritmo com seu apelo ao custo x benefício de SUV médio com preço de SUV compacto, o novo Tiggo 7 Pro PHEV deve tirar um pouco do conforto das conterrâneas em nosso mercado. Pacote de equipamentos e um nome consolidado no mercado ele tem, resta saber qual o efeito disso num novo patamar de preço para alcançar novos clientes.

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