Afinal, motor turbo tem manutenção mais cara que o aspirado?

A presença de componentes mecânicos extras pode aumentar os custos, mas motorista estará livre de problemas se estiver atento às orientações do fabricante
VM
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03.11.2022 às 12:23
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A presença de componentes mecânicos extras pode aumentar os custos, mas motorista estará livre de problemas se estiver atento às orientações do fabricante

Faz alguns anos que o turbocompressor se popularizou de vez na indústria automotiva brasileira. Hoje em dia, até modelos populares, como Hyundai HB20, Chevrolet Onix e Volkswagen Polo, contam com motorizações turbinadas, que proporcionam o mesmo desempenho de motores maiores com médias de consumo menores.

Só que muita gente ainda torce o nariz para os motores turbo por medo de custos maiores e mais complexidade na hora da manutenção. Há quem diga que o custo de manter um carro turbo seria superior ao de um motor aspirado. Será mesmo verdade?

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Todo cuidado é pouco

Antes de tudo, vale citar que a desconfiança em torno dos motores turbinados acontece por dois motivos principais. O primeiro é a fama criada por trabalhos mal executados em motores turbinados não originais, que acabam quebrando por não contarem com peças dimensionadas para trabalhar em sintonia com o turbocompressor.

O segundo é que fabricantes não disseminaram bem a tecnologia em modelos do passado, como Gol Turbo e Uno Turbo. Hoje, porém, tudo está mais fácil. Motores turbinados de fábrica têm componentes desenvolvidos para suportar com certa folga a pressão gerada pelo conjunto, justamente para que o motor não trabalhe no limite. 

Diversas peças passam por tratamento termoquímico para suportar o trabalho em temperaturas mais altas. São os casos de pistões, virabrequim (que aguenta maior desgaste) e válvulas de admissão e escape. 

O aumento da temperatura na câmara de combustão é provocado pela maior entrada de ar, que resulta em maior injeção de combustível e proporciona uma reação termoquímica muito mais alta. Na prática, isso faz com que haja maior aquecimento no motor. 

E se o conjunto não contar com peças adequadas para suportar temperaturas mais altas, todo mundo sabe o que acontece…

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Então a manutenção custa mais?

Portanto, a resposta para a questão acima é: sim, mas a diferença pode ser mínima, se o usuário fizer tudo do jeito certo. No caso de um Chevrolet Onix ou Onix Plus, por exemplo, as revisões básicas a cada 10.000 km custam cerca de R$ 2 ou R$ 3 a mais para versões com motor turbinado. É uma diferença muito pequena.

O que acontece é que os carros turbo exigem maior cuidado na manutenção, sobretudo a preventiva, justamente porque ele trabalha sob temperaturas e pressão mais altos que um aspirado. Se o usuário não realizá-la da forma adequada, evidentemente os problemas vão surgir.

O usuário precisa dedicar atenção especial aos intervalos de trocas de óleo indicados pelo fabricante do veículo, até porque o consumo de óleo de um motor turbinado é mais rápido do que em um conjunto aspirado.

Aqui, a velha dica de seguir as orientações do manual do proprietário vale para outras partes importantes do veículo, como lubrificantes, velas e bicos injetores. Aí, sim, os gastos podem ser um pouco maiores, mas também haverá certeza de que todas as partes do motor estejam perfeitamente lubrificadas e operando corretamente.

Se você ainda está cético, fique com as palavras da BorgWarner, uma das maiores fabricantes de turbinas e fornecedora para várias montadoras. 

A empresa diz que uma turbina “não tem desgaste e não quebra sozinho se as manutenções do motor, como troca de óleo e filtros e a utilização de combustíveis de qualidade, forem realizadas rigorosamente de acordo com o manual do fabricante”.

Você terá que gastar um pouco a mais por isso, mas é o preço para ter um desempenho superior sem sacrificar tanto assim o consumo de combustível.

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