A história do raríssimo VW Fusca de R$ 3 milhões que veio para o Brasil

Anuncie seu carro na Mobiauto 

A Karmann foi instruída a criar um verdadeiro cabriolet, ou seja, um Fusca conversível de quatro lugares. Já à Hebmüller foi solicitado um veículo com dois lugares e pegada mais esportiva. Rapidamente a empresa apresentou sua criação. 

Como é o Fusca Hebmüller

A cabine tinha bancos dianteiros para dois passageiros e um pequeno banco rebatível para mais dois passageiros. A capota contava com um forro interno com material considerado luxuoso à época, além de uma janela traseira de vidro. 

O modelo mantinha a mecânica do Fusca, portanto, um motor de 1.131 cilindradas que era capaz de produzir 25 cv de potência. O câmbio era manual com quatro posições. 

Leia também: VW Fusca 1987: a história das raras cinco unidades que nunca foram vendidas

Visualmente, o grande destaque ficava para a traseira. A tampa traseira foi alongada, quase imitando o formato do capô. E as lanternas eram ainda menores que do modelo original. Na dianteira, as setas popularmente conhecidas como bananinha foram movidas para próximas ao para-lama dianteiro. 

No interior, o teto tinha forração especial feita sob medida. Curiosamente, o Fusca era acompanhado de um rádio da Telefunken, icônica marca alemã, um kit para piquenique e um kit de porcelana na dianteira.   

Como o VW Fusca Hebmüller se tornou um Fusca de R$ 3 milhões

O modelo fez tanto sucesso que Heinz Nordoff, diretor da Volkswagen, encomendou 2.000 unidades do conversível. A produção começou em junho de 1949. Pouco tempo depois, um incêndio atingiu a oficina de pintura da fábrica em Wuppertal, na Alemanha, queimou alguns carros e danificou outras áreas da fábrica. 

Aliás, essa é uma coincidência macabra, uma vez que isso também aconteceu na fábrica da Volkswagen do Brasil, justamente na oficina de pintura. Isso aconteceu em 1970 e fez a marca recorrer às instalações da Toyota aplicar um dos processos de pintura na carroceria. 

Voltando ao Hebmüller, a produção até foi retomada em 1950, mas a empresa enfrentou graves problemas financeiros. A empresa não tinha seguro para os danos do incêndio e a economia alemã ainda não havia decolado pós-guerra. 

Dessa maneira, eles decretaram falência no final e 1950. Naquele momento, havia 682 unidades do “Volkswagen Hebmüller Type 14 A Cabriolets” concluídas, enquanto outras 14 unidades, ainda em montagem, foram direcionadas para a Karmann concluir a produção. 

Ao longo dos anos, poucas unidades sobreviveram, estima-se que apenas 100 unidades estão disponíveis. Agora, uma unidade desfila pela cidade de São Paulo. Ele foi trazido por importação independente. Um carro nesse estado de conservação costuma ser vendido por algo entre US$ 300 mil e US$ 400 mil. 

No entanto, para ser emplacado no Brasil, além de ter mais de 30 anos, é necessário pagar uma taxa de 115% do valor do veículo, logo, o Volkswagen Fusca Hebmüller desembarcou aqui por, no mínimo, US$ 645 mil ou R$ 3,3 milhões. 

Fotos: Brasil Car Vips e luft-kraftwerk

Você pode se interessar por:

Drone elétrico gigante vira arma do agro para transportar sêmen de suínos
Mercury 1949 vira elétrico indomável com motor de 400 cv da Tesla
Dodge Charger SRT vira elétrico, mas ainda faz mais barulho que V8
VW Fusca elétrico feito no Brasil tem câmbio manual e força de 1600