VW Gol Star anda tanto quanto GTS, mas é bem mais barato

Série especial foi adotada em duas gerações diferentes e era queridinho do mercado de usados

LA

31.05.2023 às 15:40

O Volkswagen Gol rende sempre muita pauta. Pudera, hoje ostenta o título de veículo mais vendido da história do Brasil, com uma marca difícil de ser alcançada por outro carro. Ao todo, foram fabricados pouco mais de 8,5 milhões de unidades, um número bastante expressivo.

Para se ter ideia, o segundo carro mais vendido do país é o Fiat Uno, com 3,2 milhões de unidades, e o terceiro, o saudoso VW Fusca, que vendeu 3 milhões de unidades.

Essa marca é ainda mais expressiva quando comparamos com o carro que ficou mais tempo em produção no Brasil, o VW Kombi. Após 56 anos de produção ininterrupta, o robusto utilitário vendeu 1,5 milhão de unidades.

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Fabricado por 42 anos, o Gol teve 3 gerações tem fama de robustez e baixa desvalorização, cativou o mercado e angariou fãs, mesmo nunca sendo um carro barato.

Um Gol L em julho de 1980 custava Cr$ 278.762,00, equivalente hoje a R$ 60.643,16, corrigidos pelo índice IPCA/IBGE. No fim da sua vida, um Gol 1.0 12v, única versão disponível a venda, era ofertada a R$ 74.150,00.

Em sua versão mais básica, oferece os seguintes itens de série:

"ABS"-freios com sistema antitravamento e "EBD" - distribuição eletrônica de frenagem, "ESS"
alerta de frenagem de emergência
2 airbags (passageiro e motorista)
3 apoios de cabeça no banco traseiro com ajuste de altura
Alerta sonoro e visual pelo painel quanto a não utilização do cinto de segurança do motorista
Antena no teto
Ar-condicionado com filtro de poeira e pólen
Banco do motorista com ajuste de altura
Desembaçador do vidro traseiro
Direção hidráulica
Lavador e limpador do vidro traseiro
Limpador do para-brisa com temporizador
Luz de freio elevada (brake light)
Painel de instrumentos com conta-giros, velocímetro e marcador do nível de combustível
Para-sol com espelho para passageiro
Travamento elétrico das portas sem controle remoto e vidros dianteiros elétricos.

Sim, ele evoluiu, mas não muito pois alguns de seus concorrentes oferecem mais, e em alguns casos, cobrando menos.

Reforçando sua fama ante seus fãs, houve muitas versões e edições especiais. A primeira edição especial foi o Gol Copa, de 1982. Depois vieram Gol Plus 1986, Gol Star 1989, Gol Copa 1994, Gol Rolling Stones 1995, Gol Atlanta 1996, Gol Star 1997/1998, Gol Série Ouro 2000, Gol do Mês 2000, Gol Fun 2001, Gol Power 2001, Gol Trend 2001, Gol Highway 2001, Gol Sport 2002, Gol Highway 2003, Gol Rallye 2004, Gol Copa 2006, Gol Rallye 2007, Gol Seleção 2010, Gol Vintage 2011, Gol 25 anos 2012, Black Gol 2012, Gol Seleção 2014, Gol Fun 2015 e Gol Rock in Rio 2015, mas hoje vou falar de uma delas: o Gol Star.

Lançada em 1989 ainda na primeira geração e com uma tiragem de 6.000 unidades, ele chegou ao mercado com motor 1.8 a etanol de 99 cv a 5.400 rpm e 16,5 kgfm de torque a 3.200 rpm, capaz de levar a estrela quadradinha de 0 a 100 km/h em 11,41 segundos e atingir 164,6 km/h de velocidade máxima, números respeitáveis a seu tempo.

Usando o Gol GL como base, trazia faróis maiores (os mesmos do Voyage/Parati/Gol GTS e GTi), grade e retrovisores pintados na cor da carroceria, lanternas traseiras fumê (as mesmas do GTi), saída de escapamento dupla (a mesma do GTS/GTi), supercalotas pintadas em branco, filetes brancos nos para-choques, logotipia específica “Star 1.8” nos paralamas dianteiros e tampa do porta-malas e novo emblema VW na traseira (que seria usado por toda a linha a partir de 1991).

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No interior, padronagem exclusiva dos bancos com o nome da versão bordada nos encostos dianteiros, velocímetro com conta-giros marcando até 220 km/h, além do volante de 2 raios espumado, o mesmo utilizado pelo modelo GL. Vale ressaltar que nesta época o Gol GL ainda usava o painel simples, sem os comandos satélite já utilizados pelo Voyage e Parati GL desde 1988. O Gol GL veio usar esse painel apenas na linha 1991.

Trazia também regulagem interna e manual dos retrovisores, vidros verdes, limpador e desembaçador do vidro traseiro e relógio digital no painel.

Com um ronco vigoroso e preço menor que o Gol GTS, era uma excelente opção para quem queria um Gol 1.8, e ao mesmo tempo exclusivo. O Gol Star foi, àquela época, o primeiro Gol não-esportivo com motor 1.8. Depois dele, o GL adotaria este mesmo motor em 1990.

Logo o modelo começou a ser disputado entre o mercado de usados, e achar um modelo conservado nunca foi difícil, afinal, seu design e detalhes sempre foram admirados pelos fãs. Muitos incrementaram colocando as rodas aro 14 e pneus 185/60 do Gol GTS/GTi do mesmo ano, popularmente chamadas de rodas Pingo d’agua, que deixaram o carro ainda mais bonito.

A segunda geração do Gol foi lançada em 1994, quando foi apresentada a linha 1995. Com a nova plataforma AB-9 motor ainda disposto na posição longitudinal, tinha mais espaço interno, maior rigidez torcional além de maior conforto, principalmente para os passageiros do banco traseiro.

Logo em 1995 foi lançada a primeira versão especial da nova geração, o Gol Rolling Stones e em 1996 o Gol Atlanta, em comemoração as Olimpíadas do mesmo ano.

Em 1997, a alta demanda por carros 1.0 fez com que a VW dividisse sua produção entre as 2 plantas do Brasil e da Argentina, sendo que as nacionais produziam as versões 1.0 8v, 1.0 16v, além das esportivas TSi, GTi 8v e GTi 16v. Os modelos dotados do motor 1.6 e 1.8 tinham baixa produção no Brasil, e a maioria deles vinham da Argentina, que produzia as versões CL Mi e GL Mi.

No ano em que mais foram emplacados VW Gol no Brasil (361.402, sendo 251.615 com motor 1.0), a Volkswagen lançou a segunda edição do Gol Star, que também vinha da Argentina.

Foram 6.900 unidades trazidas entre dezembro de 1997 e fevereiro de 1998 com o motor 1.6 a gasolina e injeção multiponto, fornecendo 88,5 cv a 5.500 rpm e 13,2 kgfm de torque a 3.250 rpm, capaz de levá-lo de 0 a 100 km/h em 13,27 s e atingir 169,5 km/h de velocidade máxima. Mesmo menos potente e mais lento de 0 a 100 km/h se comparado a versão de 1989, o modelo era mais aerodinâmico, justificando assim sua velocidade máxima maior.

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Trazia como itens de série para-choques na cor do veículo, vidros verdes e para-brisas degradê, faróis com duplo defletores (os mesmos do GTi), rodas de liga leve aro 14 com pneus 185-60, antena no teto, limpador e desembaçador do vidro traseiro, volante espumado de 4 raios, padronagem dos bancos exclusiva, além de opcionais como vidros elétricos, travas elétricas, direção hidráulica e ar-condicionado. O grafismo do velocímetro também era exclusivo. Era oferecido nas cores branco, prata, vermelho, verde, azul e cinza.

Já em 1998, uma pequena tiragem chegava com nova padronagem dos bancos, em veludo, mas com os mesmos itens de série e opcionais.

Bem gostoso de dirigir e econômico, este modelo tem alta valorização no mercado, e seus preços variam entre R$ 15.000,00 e R$ 30.000,00, dependendo do estado de conservação, quilometragem e da quantidade de opcionais.

Dentre as várias edições especiais, O Gol Star foi, para muitos, a edição especial de maior brilho do carro mais vendido do Brasil.

Este texto contém análises e opiniões pessoais do colunista e não reflete, necessariamente, a opinião da Mobiauto.

Leonardo França é formado em gestão de pessoas, tem pós-graduação em Comunicação Empresarial e Marketing Digital, e vive o jornalismo desde a adolescência. Atua há 18 anos com gestão e consultoria automotiva, auxiliando pessoas a comprar carros em ótimo estado e de maneira racional. É criador dos canais Autos Originais e Auto e Autos…

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