Chevrolet Corsa Piquet teve apenas 120 unidades fabricadas e rodava 16 km/l

Hatch homenageava piloto brasileiro e chamava a atenção pela pintura amarela. Motor 1.0 era forte e econômico
LA
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10.05.2023 às 21:00
Hatch homenageava piloto brasileiro e chamava a atenção pela pintura amarela. Motor 1.0 era forte e econômico

 Os anos 90 foram, sem dúvidas, os mais competitivos no mercado automotivo nacional, e a categoria dos populares teve disputas acirradíssimas das marcas. 

Desde a redução de 40% para 20% na alíquota do IPI vigente em 1990, que viabilizou o lançamento do Fiat Uno Mille, em 1990, as marcas competiam ferozmente para ter seu representante do segmento de populares.

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A GM foi a segunda a entrar na disputa em 1992, mas com o que ela tinha na prateleira a 19 anos. Nascia o Chevette Junior, um projeto bastante ultrapassado com tração traseira e com uma potência liquida de dar sono. Depois, veio a configuração L do mesmo carro, mas ainda assim não era o que a marca queria. 

A verdade é que a fabricante já trabalhava em sua versão do Opel Crosa desde o lançamento do Chevette 1.0. Era como em um jogo de xadrez: aguardou o momento certo para fazer sua jogada. 

O plano era lançá-lo apenas em 1995, mas com a movimentação da Volkswagen para lançar o Gol bolinha e da própria Fiat, que já desenvolvia o projeto 178 (o Fiat Palio), a Chevrolet antecipou o lançamento do carro em um ano. A primeira unidade foi fabricada em 21 de setembro de 1993, quando o estoque começou a ser formado e, em 10 de janeiro de 1994, era lançado no mercado nacional o Chevrolet Corsa.

Com muita inovação em um mercado saturado e atrasado, o Corsa trazia coisas até então impensadas para um carro popular em nosso mercado: injeção eletrônica, bom nível de acabamento, boa qualidade de construção e design em compasso com as versões do Corsa pelo mundo.

Com a missão de “embelezar a garagem do cliente”, palavras do então vice-presidente da GMB André Beer, o Corsa deu muito trabalho para concorrência, e se deparou até mesmo com a prática de ágio para quem queria ter um desse na garagem.

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Usando a plataforma A, lançada no exterior em 1982, trazia um design atualizadíssimo e linhas arredondadas, com formato em cunha e ótimo coeficiente aerodinâmico, ou Cx, de 0,35 – contra 0,45 do Gol quadradinho.

O conforto também era inovador, e sua versão de lançamento, a Wind, trazia de série ajuste de altura dos cintos dianteiros, banco traseiro inteiriço rebatível, porta-objetos, retrovisor do lado direito, além de um acabamento primoroso com bancos revestidos em tecido e bastante confortáveis, volante de dois raios espumado com ótima empunhadura, vidros verdes, além de injeção eletrônica single-point, ou monoponto.

Como opcionais, a versão oferecia acendedor de cigarros, ajuste interno dos retrovisores, ar quente, banco traseiro rebatível em 1/3 e 2/3, antiembaçante, limpador/lavador do vidro traseiro, para-brisa degradê, pintura metálica ou perolizada, alarme, fiação para sistema de som e trava elétrica das portas.

Seu motor 1.0 era moderno, silencioso, e fornecia 50 cv de potência a 5.800 rpm com 7,7 kgfm de torque a 3.200 rpm que, acoplado a um eficiente câmbio de cinco marchas de relações longas, mas com diferencial curto (4,53:1), fazendo do Corsa um carro muito agradável de ser conduzido.

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Fazia de 0 a 100 km/h em 19,77 segundos e chegava aos 142 km/h de velocidade máxima. Imbatível no consumo, trazia números relativamente atuais até mesmo para os dias de hoje: 13,05 km/l na cidade e 15,39 km/l na estrada com gasolina. Esses números melhoraram ainda mais dois anos depois com a chegada do Corsa Super, com 60 cv e câmbio com diferencial mais longo.

O sucesso se confirmou com as versões Wind e Super mais potentes, e o carro caiu nas graças de vez do consumidor, que não media esforços para ter um Chevrolet com alma Opel na garagem.

O raro Corsa Piquet

Hatch homenageava piloto brasileiro e chamava a atenção pela pintura amarela. Motor 1.0 era forte e econômico

Homenageando Nelson Piquet, a empresa de condimentos Arisco (também patrocinadora do Rubens Barrichello) criou em parceria com a marca uma edição especial: o Chevrolet Corsa Piquet.

O carismático modelo era baseado na versão Wind Super, e tinha o mesmo motor 1.0 MPFI de 60 cv a 6.000 rpm e 8,3 kgfm a 3.000 rpm, capaz de levar o hatch a 150 km/h e fazer de 0 a 100 km/h em 17,3 s. Além disso, era econômico, fazendo 12,8 km/l na cidade e 16,2 km/l na estrada com gasolina.

Tinha pintura especial na cor amarelo esportivo e logotipos nas laterais e traseira alusivos ao emblema tipo gota utilizado por Piquet em seu capacete. Seu diferencial era o jogo de rodas aro 14 do Corsa GSI, calçadas com pneus 185/60R14, para-choques, maçanetas e retrovisores na cor do veículo, além de velocímetro com conta-giros do Corsa GL/GLS.

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A versão ainda oferecia acendedor de cigarros, ajuste interno dos retrovisores, ar quente, banco traseiro rebatível em 1/3 e 2/3, antiembaçante, limpador/lavador do vidro traseiro, para-brisa degradê, alarme, fiação para sistema de som e trava elétrica das portas.

O restante do acabamento, bem como seu volante era o mesmo da linha Wind Super, mas o seu carisma nas ruas logo chamava a atenção. Foram produzidas apenas 120 unidades entre 1997 e 1999.

As unidades do Corsa foram vendidas à funcionários, possibilitando assim que outras pessoas os possuíssem ao longo dos anos. Esses Corsas esportivados são raros de se ver hoje em dia, principalmente em bom estado. Os anos 90 realmente trouxeram muitas versões legais. Alguns anos depois, surgiu o Celta Piquet, com a mesma proposta, mas conto essa história mais para frente.

Este texto contém análises e opiniões pessoais do colunista e não reflete, necessariamente, a opinião da Mobiauto.

Leonardo França é formado em gestão de pessoas, tem pós-graduação em Comunicação Empresarial e Marketing Digital, e vive o jornalismo desde a adolescência. Atua há 18 anos com gestão e consultoria automotiva, auxiliando pessoas a comprar carros em ótimo estado e de maneira racional. É criador dos canais Autos Originais e Auto e Autos…

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