Volkswagen poderá produzir veículos militares para fugir da crise
Não é segredo para ninguém que a Volkswagen enfrenta uma crise financeira, que atinge sobretudo sua matriz na Alemanha, onde vai cortar custos em suas unidades fabris no país. Mas a instabilidade política enfrentada pela União Europeia pode fazer com que a VW produza veículos militares.
Recentemente a União Europeia divulgou um plano de rearmamento, que consiste em um aumento em gastos com defesa no velho continente, pois os laços com a OTAN vem ficando mais frágeis após o governo Trump. São previstos nada menos do que 800 bilhões de euros para gastos em defesa dos países membros, ou seja, um aporte para investimento em artilharia, defesas aéreas, mísseis, drones, sistemas anti-drones e, claro, veículos militares – um tanto essenciais para deslocamento e logística.
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É nesse ponto que entra a Volkswagen, que se mostrou disponível para ajuda militar mesmo que ainda formalmente não tenha havido qualquer tipo de contato de empresas de defesa. O CEO da Volkswagen, Oliver Blume, disse que a gigante alemã “consideraria” construir equipamentos militares caso fosse contatada por empresas do setor.
"Dada a atual situação geopolítica, investir em defesa é a decisão certa", disse o CEO da Volkswagen ao britânico jornal The Telegraph. “Não tivemos discussões específicas, mas veículos militares podem ser uma área de exploração para nós”, complementou o executivo.
Já em entrevista a Bloomberg, Blume ressaltou que a Volkswagen poderia até mesmo aconselhar outras fabricantes de veículos quanto ao desenvolvimento e produção de veículos militares. Isso não é por acaso, afinal, a Volkswagen já participou diretamente na produção de veículos deste tipo, vide a Segunda Guerra Mundial onde contou com modelos famosos como o VW Type 82 Kübelwagen e até mesmo o Type 166 “Schwimmwagen”, que basicamente era um veículo anfíbio.
“Temos experiência automotiva e também estamos disponíveis para fornecer consultoria, mas no momento tudo está completamente aberto”, afirmou Blume à Bloomberg. O CEO da Volkswagen revelou tudo isso durante a conferência anual de imprensa da montadora em sua sede, em Wolfsbug, na Alemanha no último dia 11.
Importante lembrar que a Volkswagen já é atuante no segmento de defesa por meio de seu braço de caminhões ônibus, a MAN Truck & Bus, que atua com veículos destinados ao exército alemão, bem como a outros países membros da União Europeia.
Ainda que não esteja nada definido quanto a uma participação mais ativa da Volkswagen quanto ao desenvolvimento de veículos militares, essa talvez possa ser uma alternativa para a empresa fugir da crise financeira que enfrenta.
Em anúncio no ano passado a fabricante divulgou que pode fechar fábricas na Alemanha pela primeira vez em 88 na história após redução de seu lucro operacional em 42%. A redução do mercado europeu após a pandemia, queda na demanda por carros elétricos e a redução na participação de mercado na China são apontadas pela própria marca como causas para tal situação.
Repórter
Entusiasta de carros desde criança, achou no jornalismo uma forma de combinar paixão e profissão. É jornalista formado pela faculdade FIAM-FAAM e atua no setor automotivo desde 2014, com passagens por Auto+, Quatro Rodas e Motor1 Brasil.