Renault Kardian: os segredos do motor 1.0 TCe turbo que faz até 18 km/l

SUV compacto da marca francesa terá trem de força inédito no Brasil, mas que já está presente em outros produtos da aliança Renault-Nissan mundo afora
LF
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18.08.2023 às 19:00
SUV compacto da marca francesa terá trem de força inédito no Brasil, mas que já está presente em outros produtos da aliança Renault-Nissan mundo afora

O Renault Kardian será o futuro SUV de entrada da marca francesa no Brasil. Com revelação prevista para o último trimestre deste ano e lançamento, para o começo de 2024, o modelo derivado do Dacia Sandero Stepway de terceira geração será produzido em São José dos Pinhais (PR) e já tem confirmado o uso do inédito motor 1.0 TCe turbo flex.

Pelo menos até a avant-première do Kardian, é bem possível que a Renault mantenha em segredo os dados técnicos desse motor. Porém, a Mobiauto adianta algumas informações sobre ele. Apesar de ter o nome comercial TCe, esse propulsor 1.0 turbo de três cilindros, com injeção direta de combustível, possui a nomenclatura interna H5Dt.

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Com especificações muito similares às do motor 1.3 TCe usado por Duster, Oroch e Captur, importado, o 1.0 TCe será nacionalizado e produzido pela Horse, recém-criada subsidiária da Renault, também no Paraná. Sem surpresas, ele se deriva diretamente da família de motores HR da Nissan, mais especificamente o HR10DDT.   

Trata-se, portanto, de uma evolução do motor 1.0 turbo a gasolina utilizada pela família Dacia Sandero de terceira geração na Europa. Na verdade, o único produto dessa linhagem equipado com ele, no momento, é a minivan Jogger. Sua primeira aparição remonta à segunda geração do Nissan Juke, no Salão do Automóvel de Paris de 2019.

Com produção em série desde 2021, o Renault H5Dt utiliza bloco e cabeçote de alumínio, além de materiais de ultra alta resistência, corrente e turbina subcompacta de baixa inércia em sua composição. Por isso mesmo, tem peso relativamente baixo, apenas 90 kg. Prevê, ainda, a aplicação de sistema start-stop em paradas breves de semáforo.

A informação mais importante, contudo, são seus dados de potência e torque. Essas a Renault vem conseguindo manter sob extremo sigilo, mas já há boas pistas do que vem por aí. Afinal, o motor H5Dt possui três faixas de potência e duas faixas de torque nos mercados onde já é comercializado: 110 cv, 114 cv ou 117 cv, sendo 18,4 kgfm ou 20,4 kgfm.

Nossa aposta é que a Renault tenha preferido a opção mais forte de todas, com cerca de 117 cv de potência com gasolina e mais de 120 cv com etanol. O torque deve ser padronizado em 20,4 kgfm com qualquer combutível, assim como já acontece com os dois principais rivais do Kardian: Fiat Pulse e VW Nivus.

Conforme noticiado pela Quatro Rodas, o câmbio será automatizado de dupla embreagem. Na Europa, o Dacia Duster de segunda geração utiliza uma caixa seca de seis marchas aliada ao motor 1.3 TCe. Já o Nissan Juke 1.0 turbo HR10DDT faz uso de um conjunto com sete velocidades, também de caixa seca.

No caso do Juke, a configuração 1.0 turbo DCT 7 rende 117 cv de potência e 18,4 kgfm de torque, e consegue obter um consumo próximo a 18 km/l com gasolina. Vale lembrar que o SUV da Nissan utiliza a mesma plataforma do Kardian, CMF-B, porém com dimensões ligeiramente maiores: 4,20 m de comprimento e 2,63 m de largura, contra 4,10 m e 2,60 m do Kardian.

Obviamente, o consumo do Renault Kardian 1.0 TCe turbo flex nacional será comprometido pelo fato de nossa gasolina ser composta em 27,5% (talvez 30%...) por etanol. Por outro lado, nosso SUV será menor, mais leve e aerodinâmico que o Juke. Quem sabe ele não consegue também chegar a esse número em nosso País...

Projeções: Kleber Silva/@KDesignAG / Flagra: Lucas Tischer/Mobiauto

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